Perda de tempo
Gosto de perder meu tempo, sei que perco meu tempo, por exemplo, quando falo com jovens mulheres. Por quê? Porque elas não ouvem. Queres uma prova? Vamos a ela. Garota, estás pensando em casar? Tens algum pretendente, pretendente teu, é claro, tens? Ok, então vamos lá. Tens uma faculdade terminada, diploma na parede? Tens uma carreira bem sólida em andamento? Já iniciaste uma boa Poupança para os adiantados da vida, isto é, para a velhice, velhice que para as mulheres começa bem cedo? Se alguma resposta for não, como é que tu queres casar? Queres casar para seres “empregada” do teu patrão/marido? Ou a mulher tem os pés no chão, firmes por ela mesma, ou vai virar “empregadinha” de um babacão, ainda que o babacão tenha dinheiro. Viu como gosto de perder tempo? Elas não ouvem.
Elas e eles
Elas e eles no Vestibular, quero dizer. Quando dois namorados, digamos fazem vestibular no mesmo ano, ai dela se ela passar e ele não... Pesquisas garantem que “Quando apenas uma das partes do casal é aprovada, pode haver ciúmes e até rompimento da relação”. Só que os pesquisadores (não digo quem são para não virem depois encher os tubos...) não dizem que quem cria caso quando apenas um deles passa no Vestibular são os homens. As mulheres, mesmo reprovadas, ficam felizes com a aprovação dos babacões/namorados. Já eles, se reprovados, costumam mandar a namorada para aquele lugar, e caem fora, furiosos com a derrota, não no vestibular, mas para ela. São uns machinhos impotentes mesmo. Mas elas, quando reprovadas ficarem felizes com a aprovação do namorado, não deviam ter nascido. Esse tipo de mulher é um ranho.
Enganação
Todos gostamos de ser enganados, todos. O de que não gostamos é da verdade, claro, quando ela nos machuca, aí não gostamos, fora disso, viva a enganação. Há quem diga que “Não existe mulher difícil, o que existe é mulher mal cantada”. Certo? Mais ou menos. Mas isso também vale para os homens. Todos gostam de ser enganados...
Por que dizem que não existe mulher difícil, mas mal cantadas? Porque quando a pessoa é bem cantada ela se entrega. O bem cantar significa dizer palavras agradáveis, cativantes, elogios, “reconhecimentos” (ou inventados) sobre as qualidades e talentos da pessoa cantada... Enfim, quando nos dizem do que queremos ouvir ficamos moles... No caso das mulheres, acreditando nos elogios que lhes fazem bater o coração, sentem-se importantes, lindas, desejadas... e aí fica fácil piscar o olho. Os homens também, haja vista o sucesso dos bajuladores, dos puxa-sacos no ambiente de trabalho, estão sempre numa boa, os chefes acreditam no que ouvem deles, e... os promovem. Me engana que eu gosto, pois não? É o ser humano “despido”...
Gente estúpida
- Ah, Prates, mas o título é muito grosseiro, não podias achar outro? Não, não podia. Com gente estúpida você não pode pegar leve... Sim, mas de quem falas? Dos que só se mobilizam no trabalho quando alguém lhes coloca uma corda no pescoço, pessoas que por nada tomam iniciativas de melhorar suas produções, sua qualificação, e é por isso que hoje estou aqui com essa conversa dura, nada mole. Ontem, por exemplo, ouvi, depois de longo tempo, uma velha e consagrada frase usada pelos “administradores” de empresas... Quando eles querem “motivar” os funcionários, os indolentes, é claro, fazem circular pelos corredores a frase arrepiante: - “Dizem que a barca vai passar aqui na empresa...”. É tiro e queda, todos começam a se olhar mais no espelho da vergonha e do trabalho eficiente. Eu não faria isso, eu saberia quem são os corpos-moles e os mandaria de imediato ao olho da rua. Que se motivem desempregados. Safados
Pague-se
Não entendeste a manchete, pague-se? Muito simples. Não faz sentido uma pessoa, homem ou mulher, receber o salário no fim do mês e não lhe sobrar um mínimo centavo para gasto próprio, pessoa, seja no que for. Quem faz isso não passa de um escravo. Mesmo que a pessoa se diga responsável pela família, algum “dinheirinho” tem que ser só dela, nem que sejam 50 reais. Com esse dinheiro vai tomar umas cervejas, comprar um pente, o que for, o que não tem cabimento é a pessoa receber o salário e não ficar com nada para ela. – Ah, mas eu ganho pouco! Sim, sei disso, mas não importa, você não pode ser escravo dos outros, ainda que esses outros dependam de você. Ah, nem vou mais perder meu tempo, você já sacou bem a coisa...
Ontem e hoje
Todos nós alisamos a barriga pensando no futuro. Claro, pode não haver futuro, mas poucos vão dar abrigo a esse pensamento sombrio... Mas que pode não haver futuro, claro que pode. O ser humano vive pensando no futuro, ou para a realização de um desejo ou para tentar escapar de alguma encrenca. Futuro é isso: ou desejos ou encrencas. Tanto para realizar desejos quanto para fugir de encrencas, muito dessa sorte está na nossa mão. Exemplo? O que você está agora guardando, em dinheiro, para o amanhã? O que você tem agora no banco é o resultado do que você economizou para o futuro, e o futuro chegou, é o hoje, este momento. Tão simples, tão óbvio, mas vá dizer isso para as pessoas estúpidas, vá. O que temos agora é a soma dos “ontens”, o que vamos ter amanhã é o que estamos fazendo – de bom – hoje. O mais é crendices e burrices. Vida é matemática, os burros pensam que é sorte ou poesia.
Não vai mudar
Claro que não vai mudar. Não vai mudar o nosso jeito, condicionado, de avaliar pessoas pelas aparências, pelo saldo bancário e pela profissão delas. Numa reunião social, quando lhe apresentam alguém de uma profissão bem cotada na sociedade o seu modo de agir diante dessa pessoa terá exatamente a sua admiração por ela, seu respeito por ela. E isso não passa de uma baita estupidez. Somos avaliados, em muito, pela nossa profissão, pelo que fazemos. – “Ah, mas sou honesto, caridoso, bom filho, bom irmão, bom funcionário na empresa, ajudo pessoas, sou uma pessoa bem legal...”. Muito bem, mas se fores pobre e... dependendo da tua profissão, babaus, aí estará a avaliação que o grupo te fará. Já um baita canalha com um diploma concorrido terá “quase” todos os abraços e admirações. Não vai mudar. O ser humana tem escadas sociais, e os que se aboletam lá em cima, pela profissão, por exemplo, vão continuar sendo reverenciados. Credo, que nojo!
Fórmula feliz
Se você quiser ser feliz é fácil, bem fácil. Basta-lhe apenas deixar o passado no passado, afinal, passado é página virada; passo seguinte, deixar o futuro no lugar dele, isto é, apenas numa possibilidade, afinal, pode nem haver futuro... Cruzes! E, para completar a fórmula, viva o aqui e agora, únicos lugar e momento que podem ser vividos. Fácil, não é mesmo? Se você conseguir, escreva um livro, faça um filme e consagre-se, você vai ficar famosa/o e muito rico... Claro que estou blefando, até hoje nunca houve um pobre bicho humano que tenha conseguido se livrar do passado, deixado o futuro em paz e vivido com alegria e inteligência o presente. O ser humano é um asno que se veste e às vezes põe perfume... Deu.
Molengas sem chão
Hoje, qualquer coisa que alguém diga em nome da ordem e do progresso, qualquer coisa que responsabilize pessoas e as chame para uma realidade mais afeita ao crescimento social de todos, ah, que se prepare essa pessoa, vai ouvir desaforos de vagabundos que não querem nada senão a desordem existencial deles. As escolas, pela frouxidão disciplinar e pela artificial igualdade entre todos os alunos, estão formando gente sem qualidade para o mercado de trabalho. Os molengas, acostumados ao arredondamento – para cima - de suas notas miseráveis, querem o mesmo das empresas quando chegam ao trabalho. A geração dos que vivem com o celular na palma da mão não foi educada pelos pais, foi “alisada” pelas escolas e mais tarde quer moleza no trabalho. Nada feito. Vão ter que entrar na realidade: ou meritocracia ou demissão. Estrilam. Paciência, quem foi acostumado na moleza que ranja dentes na meritocracia cobrado pelo mercado empregador.
Timidez
Não confundamos timidez (medo) com grossura, falta de educação. Quando digo que timidez é medo há quem faça bico, mas é medo sim. Medo de se expor, medo de ser criticado, medo de ser rejeitado, medo de comprovar a pessoa a ela mesma que ela não vale muito... Claro que isso tudo é condicionamento de longa data, a pessoa tímida deve ter ouvido na infância severas críticas e censuras. Com isso, recolheu-se, só tem coragem para se expor quando tem certeza absoluta do sucesso, e como certeza absoluta do sucesso ninguém tem, o tímido se fecha. Já falei aqui dos melhores exercícios para o enfrentamento e a redução da timidez. Redução, eu disse. Uma pessoa sem qualquer “timidez” é desagradável, chata e insuportável. Vamos aos exercícios? Desça mais...
Sucesso
Se é verdade que os números não mentem, então, vamos lá: há muito mais gente feliz e realizada no trabalho sem diploma do que com diploma. Faz sentido, o diploma habilita ao exercício das atividades previamente regulamentadas, mas não garante proficiência, realização e riquezas. O sucesso mesmo vem da vontade, dos planos, das ações, das obstinações e da fé. O resto é desculpa de gentinha sem ânimo. Estou lendo a declaração de um grande executivo, o cara é bilionário, não lhe posso dar o nome, não convém, e ele diz exatamente isso: “Não existe escola para o sucesso, existe vontade de empreender”. Logo, não há desculpas, companheiros. O diploma pode ajudar, mas na prática não passa de um papel emoldurado na parede.
Made in China
Santo Deus, é preciso vê-los para crer. Fui ver o Circo Imperial da China, um espetáculo ao estilo Circo de Soleil, desse tipo, mas... Com a qualidade “olímpica” dos chineses. Quem vai ver o espetáculo sai sabendo porque os chineses fazem o que fazem na ginástica olímpica das Olimpíadas. É de esfregar os olhos o que aqueles jovens, eles e elas, fazem com o corpo, num “jogo” que se algo der errado... Não dá errado. Um espetáculo para toda a família e um credo que se confirma: se tu podes crer, tudo é possível ao que crê. Os jovens artistas chineses num primeiro momento acreditaram que era possível, tornou-se possível. A união dos ingentes esforços com a paixão e a seriedade dos grandes compromissos. Se você puder, vá ver. Vale a pena para o resto da vida. Circo Imperial Chinês, de circo só o nome. Eu diria Céu Imperial Chinês...
Os dois juntos
Numa publicidade de uma universidade de São Paulo lê-se uma pergunta instigante: - “Eficiência depende das horas de trabalho ou do conhecimento”? Nem fui adiante na leitura, tenho a minha resposta, que deve ser a sua: eficiência depende dos dois, da experiência e dos estudos. É preciso trabalhar duro e ganhar experiência, daí vem a verdadeira qualificação. E sem essa de alguém dizer que tem 30 anos de experiência nisto ou naquilo, sem precisar estudar durante todo o tempo. O que ele bem pode ter é 30 anos de erros repetidos. Prática e estudos continuados, sim, aí a coisa vai, a pessoa será um sucesso. Os vadios se acomodam no tempo, coitados.
Cadeira quente
Não saia de uma cadeira quente por uma fria... Vamos supor que você esteja bem em seu atual emprego, a empresa é boa, você não tem grandes ou qualquer queixa contra ela... E sabe que aí fora não está fácil... Vamos ainda supor que um diretor dessa sua atual empresa saia para ir dirigir outra empresa e dias depois ele liga para você, quer que você vá trabalhar com ele nessa nova jornada que ele inicia. O que você faz? Vai, fica, entra em dúvidas, e daí? Cuidado. Sair de uma empresa em que você está tranquilo, sente-se bem, só para ganhar pouca coisa a mais e fazer mais ou menos o mesmo trabalho não é decisão sábia. Claro, se você estiver encrencado onde está, aí a conversa é outra, de outro modo, não levante de sua cadeira quentinha por uma outra que pode ser uma fria. Geralmente é uma fria.
Palavras
Palavras revelam personalidades, estou cansado de dizer isso, aliás, uma das minhas frases favoritas peguei-a do padre jesuíta Baltazar Gracián, espanhol, que no livro A Arte da Prudência, disse - Fala, se queres que te conheça! Perfeita, irretocável, e Freud soube bem disso ao criar a Psicanálise, assentada sobre as revelações que fazemos ao falar. Vim até aqui porque acabo de ler uma declaração de um desses empresários sujos, desses que gostam de construir prédios e de tudo o mais que não presta em áreas ambientais, bah, um imundo. E ele disse exatamente o seguinte: - "Empresas devem funcionar como orquestras e não como exércitos". Ah, é? E quando a orquestra desafina, toca fora do ritmo, o que fazer? O que fazer? Eu digo: trazê-la de volta para os eixos com a disciplina militar. É bom que certas figuras limpem a boca antes de falar com desdém dos exércitos.
"Segredo"
Claro, você é uma pessoa sagaz, notou que "Segredo" estava e está entre aspas, é um modo de chamar a atenção de você e de toda a torcida do Barça... Brincadeiras à parte, o tal segredo não tem aspas, é um segredo velho, conhecido e seguido pelas pessoas razoavelmente inteligentes. É o seguinte: seja qual for o seu trabalho, o "segredo" da boa competitividade e cidadania é chegar ao trabalho pela manhã bem informada/o. Isto é, você, chegar ao trabalho já tendo lido um jornal da cidade e, melhor ainda, se tiver tido tempo... para ouvir o rádio-jornal da sua emissora favorita. Ouvir o rádio e depois passar bem passados os olhos por um jornal da sua cidade ou região é o grande segredo para não chegar ao trabalho devendo aos outros as informações do dia... Chegando bem informado, você será uma pessoa qualificada pela informação e "perigosa" para os vadios da desinformação. Baita "segrego"...
Limites
Quais são os seus limites, você sabe? Não sabe, ninguém sabe. Infelizmente, só descobrimos do que somos capazes quando tropeçamos na escada da vida, levamos um baita tombo e não temos outra saída senão levantar... Nunca podíamos imaginar que seríamos capazes de nos reerguer desse tombo... Claro que você entendeu que "tombo" significa uma severa dificuldades por que eventualmente passamos ou venhamos a passar. Só nos descobrimos capazes depois de enfrentar a prova, o desafio e o vencermos. Nesse momento, olhando para trás, suspiramos: - Pois não é que fui capaz! Somos muitos mais capazes do que imaginamos, o diacho, já disse, é que no cotidiano nos vemos como incapazes. Esperar por um "tombo" para nos descobrimos capazes de grandes vitórias, convenhamos, é muita estupidez. Mas é humano, pelo menos para a maioria...
Os falidos
Antes eu torcia contra eles, aprendi que não é preciso torcer, eles irão à falência... De quem falo? Dos ingênuos que pensam que abrir um bar, uma lanchonete, uma loja de armarinhos, o que for, ajeitar os produtos nas prateleiras e ficar parados atrás do balcão é suficiente para o sucesso. Burrice pura. O sujeito que tem um negócio, seja o negócio que for, tem que olhar para os lados, ver o que fazem de bom os concorrentes, descobrir o que mais desejam os fregueses, ser asseado, honesto, procurar sempre criar uma novidade cativante para quem chega como cliente, ser cortês, acompanhar até à porta, inventar, enfim... Simplesmente querer ganhar dinheiro parado atrás do balcão e, mais das vezes, explorando o que der o freguês, é comportamento típicos dos que vão à falência. Mas graças a Deus, esses tipos não vão longe.
Ideia louca
Faz tempo que tenho uma ideia obsessiva, ou louca... Falo em minhas palestras dentro de empresas, falo nos meus comentários e colunas por aí tudo aqui, falo, falo, falo e... Nada. O que prego é que todas as empresas deviam criar, ter pequenas bibliotecas nos locais de trabalho. Apenas numa TV das tantas por que passei alguém ensaiou a ideia, começou a montar a biblioteca mas... Em poucos dias os livros sumiram, as estantes desmontadas e tudo voltou a ser o que era antes: deserto de ideias pelos corredores. Pequenas bibliotecas nos ambientes de trabalho nos serviriam para termos o que ler no fim de semana sem precisar comprar livros ou pedir por aí. Na minha ideia, os próprios funcionários alimentariam a biblioteca da empresa, seria um leva e traz maravilhoso, todos ganhariam, e a empresa mais que todos... Que pena, não há "empresários" nessa área nem "consumidores/leitores". Dá nisso que anda por aí, gentinhas enfeitadas por fora e ocas por dentro. Paciência.
Segunda família
Não, não vou falar de quem se divorcia, casa de novo e diz que tem agora uma segunda família... A segunda família de que falo é a empresa onde trabalhamos. Vem daí, antes de tudo, a necessidade de trabalharmos naquilo de que gostamos; de outro modo, a empresa será uma bruxa má, uma feiticeira dos diabos. E na empresa onde trabalhamos podemos viver quase todas as possíveis experiências humanas, da simples amizade ao casamento. Tudo é possível na segunda família, mas... é preciso boa educação, sensibilidade e estômago para viver bem as emoções agradáveis e suportar as encrencas. Hoje, apenas uma dica: quando você ganhar uma carona, por favor, fique na sua quando o colega perguntar se deve ligar ou não o ar-condicionado, ele decide "tudo", você é caroneiro/a. Só o que faltava mexer no rádio, no ar-condicionado ou, pior ainda, baixa o vidro. Bom caroneiro tem vida longa e ganha simpatias... Caso contrário, vai ficar a pé...na próxima vez...
Poderosas
Poderosas ou poderosos, qualquer um. Antes de entrar no assunto, acho que você já sabe que tenho um arquivo temático, assuntos de todo tipo tirados de jornais e revistas, tudo em ordem por assuntos. É um dos meus "poderes" com cidadão, jornalista e psicólogo... Remexendo, ontem e mais uma vez, no meu arquivo achei uma antiga publicidade da revista Claudia sobre suas edições. Dizia assim: - "Mulher que lê Cláudia é um perigo, ela se torna mais consciente, mais independente e mais digna de crédito". Acho uma barra esse texto. Mas ele vale para todos. Toda pessoa que lê, de tudo um pouco, se torna sim mais poderosa, ela não precisa de ouvir as novidades vindas dos outros, ela sabem o que acontece, ela está informada... E pessoa informada tem poder. Além, é claro, de se tornar mais interessante - hummm - na hora do jantar. E aí você imagina que jantar...
Malandros
Forca aos malandros... Um dos piores tipos dentro de uma empresa é o do sujeito que cava a sua demissão para poder pegar indenização maior na hora da saída. Esse artifício por si só já é causa mais que justa para a demissão... Essas pessoas precisam ser denunciadas no mercado, são gravemente desonestas. Sem falar num outro tipo detestável, o tipo que vive "borboleteando" de uma empresa para outra, não se adapta a nada, não quer saber de qualificação, de estabilidade, de nada, só quer grana. Vagabundos da pior espécie, o que eles mais querem é pôr o patrão na Justiça. Vem daí a imperiosa necessidade de cada vez mais ser rigorosíssimo o processo de seleção de pessoal. Separar o joio do trigo, ao trigo o que há de bom, ao joio o fogo...
Não diga isso
Imagine um candidato a vaga numa empresa dizendo na entrevista de seleção que não gosta de ler. "Não gosto de ler", era o título de uma reportagem num caderno de Vestibulares que li dia destes. Tratava da antipatia generalizada de parte dos jovens, do povo como um todo, pela leitura. De onde a pessoa vai tirar ideias, fazer comparações, inferências, ilações que a possam conduzir a uma cidadania mais ativa se não lê? E ler de tudo um pouco. Essa leitura é mais ou menos como tomar um remédio, no início... Depois, com a passagem do tempo, o "remédio" vira vício, abençoado vício... Sem leituras a pessoa não terá memórias, não poderá contar com a memória diante dos desafios e testes da vida. Sem falar que na hora do jantar, "aquele" jantar, a pessoa não terá o que dizer diante dele ou dela... Pobre pessoa vazia.
Elas e os motores
Quantas e quantas vezes mulheres foram tapeadas, enganadas em oficinas mecânicas? Basta ser mulher e descer do carro em muitas "oficinas" para os caras esfregarem as mãos: - Oba, mais uma trouxa para nos dar dinheiro fácil...!. É assim que agem incontáveis safados pelo país afora. Mas faz algum tempo que cursos de mecânica básica são oferecidos para as mulheres e são um baita sucesso. As mulheres saem desses cursos, não raro, sabendo muito mais que os maridos, metidos a espertos. É a dor ensinando as mulheres a gemer... Claro que existem mecânicos altamente comprometidos com a honestidade, claro que sim, o difícil é saber quem são eles, onde estão... É assim mesmo que se faz, mulheres! É reagir e mandar homens ordinários para o lugar deles... E o lugar desses tipos é muito malcheiroso...
Lixos humanos
Calma, não vou falar de pessoas que se confundem com lixo, as chamados (por muitos) de lixos humanos... Agora, uma coisa fique clara: são as pessoas que se jogam no lixo da vida e com ele se confundem. A pessoa pode estar no fundo de um poço qualquer, sair desse poço é de responsabilidade da pessoa. Já ouvi muitos relatos de presidiários de guerra, Holocausto mesmo, que se disseram vivas e "livres" ainda que no pior dos cativeiros. É a cabeça das pessoas que as faz livres e até felizes ou infelizes, perdedoras. Mas o que eu queria dizer era outra coisa, era comentar esta frase: - "Agradeça sempre que puder jogar algo fora...". A frase é enigmática, mas pode ser translúcida. Temos muitos objetos inúteis, guardados como importantes; temos gestos, ações, vícios de comportamento que bem podiam ir para o "lixo" e teimamos em ficar com eles. "Limpezas" fazem bem à saúde, à mente e à vida. Temos muito do que nos limpar...
Irritação
Sim, irritação, muita irritação. Fico com ganas quando vejo pessoas "com sede" recusando copos d'água... Estou falando em sentido figurado, falo dos desempregados que fazem bico, "cheiram" as oportunidades para crescer e vão em frente, nem aí para as oportunidades. Dizer o que desta manchete de um Caderno de Empregos?: - "Educação Profissional gera pouco interesse". São números de pesquisas sérias, como as da FGV. Vale dizer, pessoas que bem podiam aproveitar a oportunidade de fazer cursos de qualificação profissional, gratuitos, o que é mais interessante ainda, mas não... Não querem. E isso não é de hoje, a gentalha que nada tem na cabeça, pobre, miserável em muitíssimos casos, ah, não, fazer cursos profissionalizantes e de graça, não, obrigado... Merecem a "sorte" que têm. Essa gente não merece pena, merece laço...
Personalidade
Personalidade é a nossa "máscara" externa, você sabe disso. A palavra personalidade vem de "persona", palavra grega que significa máscara... Bem interessante... Caráter é a essência, o nosso lado interno, obscuro que se manifesta nas ações. Pois bem, passamos, sem querer, nos revelando o tempo todo, basta que alguém tenha olhos de ver e ouvidos de ouvir, pronto, estaremos nus diante dos outros. Digo isso para que tenhamos mais e mais cuidados no ambiente de trabalho, se não estivermos bem no trabalho, se as pessoas não nos tomarem por bons companheiros/as estaremos encrencados. Mas é a tal coisa, quem não tem qualidade, não tem qualidade. Vai ser difícil "mascarar" isso com boas roupas, carros, o que for. E os chefes devem saber disso, aliás, eles devem dar o exemplo.
Simpatia
Simpatia é poder? É mais poder que beleza, prefiro sempre uma pessoa simpática a uma pessoa bonita. Claro, se a pessoa juntar beleza à simpatia, Santo Deus, saiamos da frente, se for mulher vai ser uma Nossa Senhora na vida... Mas quero falar de simpatia no ambiente de trabalho. Uma pessoa simpática no ambiente familiar é muito melhor para todos os colegas do que o convívio com uma bonitona ou bonitão insuportável pela antipatia. E a simpatia de uma pessoa começa pela fala dela. Pelo dar bom-dia à recepcionista ao chegar, pelo dizer aos colegas que é bom revê-los, por sorrir para os clientes, por ter sempre uma palavra positiva diante de uma encrenca de um amigo, colega, familiar, o que for. Fala, se queres que te conheça - quantas vezes já disse isso aqui. Uma pessoa se revela ao abrir a boca, pode tentar todos os disfarces, ao abrir a boca estará nua. Será o que é. Graças a Deus. Tenhamos ouvidos e vivamos melhor...
Vaidade
A conversa não era comigo, mas ouvi parte dela... Dois conhecidos falavam sobre de tudo um pouco até que um deles disse que a namorada dele não era nem um pouquinho vaidosa. Ouvi e tremi sobre os sapatos. - Bah, que horror uma namorada que não seja nem um pouquinho vaidosa! A vaidade pode ser um "pecado capital", quando é inane, vazia, quando é vaidade por vaidade, aquela coisa boba e típica das pessoas estúpidas. Mas a vaidade dos cuidados pessoais, de querer parecer bem e com qualidades, nada tem de pecado. Uma pessoa que quer saber mais, mais e mais, que lê, que se esforça no trabalho para ser notada, uma pessoa que cuida do corpo, da roupas, dos modos, enfim, uma pessoa asseada... bah, é um tesouro humano. Pessoas sem vaidade costumam ser desleixadas e desleixo é desprezo por si mesmo, imagine então para quem estiver ao lado...
Finalmente
Hosanas a Davi! Aleluia, Senhor! Finalmente, puxam-se as cortinas da igualdade, dos direitos por igual e, mais que tudo, do respeito. Do que falo? Da decisão do Ministério da Justiça de proibir qualquer tipo de promoção, bailes, shows, restaurantes onde mulheres pagam meia quando acompanhadas de homens. Por que as mulheres pagam ou pagavam meia entrada em bailões ou parecidos? Porque mulher, para os estúpidos, é isca para atrair homens. Quanto mais mulheres no bailão, na balada, no restaurante, mais atração para aos babacões. Isso configurava uma grosseira discriminação que, curiosamente, as "feministas" nunca reclamaram. Safadas interesseiras. Ou burras que não viam essa discriminação escandalosa. Discriminação e rebaixamento da condição feminina. Finalmente a luz, custou mas veio.
Coerência
Se você for uma pessoa coerente, será uma pessoa previsível. Há quem diga que isso é um horror. Quem pensa assim é que é um horror, presumidamente é pessoa daquele tipo que hoje diz uma coisa e amanhã faz outra. Imagine um tipo desses no casamento ou no ambiente de trabalho, Santo Deus, saiamos da frente. Com isso, vale dizer que quem está num início de namoro tem que estar muito atenta/o ao modo como fala e age a pessoa ao lado. O que dizemos hoje tem que estar de acordo com o que fizemos ontem e vamos fazer amanhã. E antes que alguém me diga que as pessoas mudam, digo que mudam, sim, mas mudam nos secundários da personalidade, jamais nos fundamentais. Os fundamentais são a personalidade formada até, mais tardar, os cinco anos de vida. Depois disso, babaus! Incoerente, ela ou ele? Caia fora, de outro modo, você vai se danar mais tarde. Coerência só não vale para políticos, pois não?
Promessas
Não sei de você, sei de mim, caso sério. Fui em busca de um velho livro, livro a que recorro sempre que estou sem uma boa ideia... Sim, vou muitas vezes ao livro... O livro se chama Farmácia de Pensamentos, sugestivo, não é mesmo? Bem que também podia ser Pronto Socorro de ideias, daria no mesmo. Fui em busca do velho livro, abri-o lá pelo meio e... havia um pequeno pedaço de papel entre as páginas. Nesse pedaço de papel uma sentença: perder 5 quilos. Promessa que me havia feito. Não perdi os tais 5 quilos e, pior de tudo, nem lembrava desse papel. E olhe que eu já me havia prometido de não mais fazer promessas, cansei de decepções a partir das idiotas e inúteis promessas de passagem de ano, aquelas que "todos" fazemos no dia 31 de dezembro à meia-noite. Não faço mais. Mas que vou perder os tais 5 quilos vou...
Memória faz mal
A memória é soda cáustica, ela não nos faz bem, ela ajuda profissionalmente, ajuda para nossas vivências objetivas, mas a memória é inimiga da boa saúde emocional. Nem é preciso explicar muito. Acabei de ouvir uma música enquanto estava no banho, saí correndo, peguei a caneta e anotei o que lembrei da letra. Lembrei que o cantor dizia que - "Saudade é Brigite Bardot, acena com a mão um filme muito antigo...". Saudade é isso, filmes antigos, já vistos... Não vale a pena ver de novo, aliás, é impossível ver de novo... Memória faz mal porque se o que for lembrado é coisa boa, de que adianta lembrar se estivermos agora pisando em brasas? E se estivermos numa boa, por que lembrar do que já passou? Quem colocar no mercado uma "borracha" que apague a memória/saudade vai ficar multimilionário... A infância e a juventude são as melhores fases da vida porque ainda não se tem memória durante suas vivências...
Nossas reações
Costumamos fazer uso de frases/conceitos/provérbios de modo muito hábil quando é para ajudar os outros, todavia, fazemos mau uso desses conceitos quando para usá-los em nosso favor. Dia destes, comentei aqui sobre Códigos de Conduta adotados por grandes empresas para orientar seus funcionários, para adequá-los à decência nos comportamentos coorporativos. Não creio na eficiência desses códigos. Há uma frase/conceito de que fazemos bom uso - para os outros - não para nós, é aquela que diz que - "O importante não é o que fazem para nós mas o que nós fazemos com o que nos fazem...". Se alguém nos tenta aborrecer ou abusar, o que importa não é a coisa em si, mas sim como reagimos. Se ficarmos quietos diante de um "assédio" de qualquer tipo ou de algo que nos ofenda, como reagimos é o que importa. A maioria fica quieta ou faz beicinho. Merecem. Mereceram.
Reações
Acabei de ler uma notícia que envolve a TV Globo, diz assim a manchete da notícia: - "TV Globo adota novo manual de conduta após denúncia de assédio contra José Mayer". Veja bem, a TV criou um "novo" código de conduta, quer dizer, o anterior não funcionou, como o atual, o novo, também não vai funcionar. Ninguém vai pôr o comportamento de alguém nos eixos, o que podemos fazer é reagir diante de quem ultrapassa os limites da boa educação... No caso dos assédios, das "brincadeiras" ousadas e além do ponto, o que cabe a pessoa fazer é reagir na hora, na hora, eu disse. Sem essa de a mulher vir dias depois se queixar deste ou daquele, sem essa. Nesses casos, quem tem que ser punidas são essas pessoas... Mal comparando, é o caso das mulheres abusadas por aquela médico/mostro, bandido de um figa, elas ficaram quietas até, até, até, até, que um delas abrisse o bico e o denunciasse. Ou se reage na hora ou se é conivente. Certo? Acho bom.
Coleção
Colecionar, seja o que for, exige tempo, vida pela frente, coisa típica dos jovens. Iniciar uma coleção depois de uma certa idade é estupidez... Penso assim, mas... Há uma coleção que pode ser iniciada em qualquer época da vida, claro, quanto mais cedo melhor... Me refiro a uma coleção de frases de efeito, aforismos, provérbios, trechos de poesias famosas, essas coisas. Com essas frases nas gavetas da memória, a pessoa pode se tornar interessante numa conversa social com quem quer que seja... Claro, usando dessas frases sempre de modo adequado e oportuno. Essas frases nos dão alicerces para sustentar uma conversa, melhorá-la ou defini-la num ponto final. Minha frase favorita, como uma roupa para múltiplos usos é - Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê. E não é?
Paixões
Sem paixão você não atravessa a rua, não duvide. Para tudo na vida precisamos de fogo, sem o fogo de um grande desejo a vida fica sem gosto e não conseguimos nem receber o Fundo de Garantia. Fogo/paixão é tudo. Conheço, por exemplo, inúmeros colegas jornalistas que se iniciaram no estudo do idioma inglês e... logo depois, puft, desistiram. Por que desistiram? Porque para aprender um idioma, ou o que for, é preciso brasas no peito, uma ardência louca de paixão pelo objeto estudado. É por isso que há tanta gente dando com os burros n´água na vida, são pessoas sem paixão, sem o fogo de que precisariam para aprender alguma coisa, conseguir algo na vida que lhes mudasse o destino de perdedores. Se você - que Deus a livre - está nessa, sinto muito mas vai ficar patinhando na vida. É patinhando que se diz, não é patinando, patinando é andar de patins, e patinhando é andar como pato... Ao fogo.
O estômago
Você deve saber que para a Psicologia o estômago é o nosso segundo cérebro, ele trabalho nossas emoções como um louco, nunca o vamos enganar. Antes de dizer do que quero falar, vou repassar, mais uma vez, um texto que guardei, declaração de uma mulher... Ela disse que - "Tentei de tudo para emagrecer e achar meios de melhorar a autoestima. Fiz academia, natação, fui a nutricionistas, dieta da moda, contei calorias, tomei remédios... Nada. É que tenho a tendência a descontar os sentimentos em delícias da cozinha. Quando estou triste, descarrego a angústia nos meus pratos preferidos"... Não estás só, querida. Comer nos remete, outra vezes, à fase oral, a primeira da nossa vida, e nessa fase nossas angústias são aquietadas pelo seio de mãe, o que buscamos depois de crescidos é o seio da mãe, simbolicamente assumido pelos alimentos. Comer é agradar-se, vomitar também... Já conto.
Conselho
Ouça este conselho que retirei de uma revista sobre mercado de trabalho: - "Em vez de planejar o aprendizado de dois idiomas nos próximos cinco anos e fracassar em ambos, concentre-se naquele que é mais importante para os seus objetivos". Belo conselho, mas... Se é para investir no idioma que se lhe afigura mais importante para seus objetivos, ah, então não tenha dúvidas: estude Português até o fim da vida. É o idioma que o revela diante dos outros - fala, se queres que te conheça - é com o Português que você se expressa, convence, dissuade, impressiona, cativa, vende, conquista, enfim, simpatias, admirações e até mesmo medo, respeito educado e distante de parte da maioria... A maioria se arrasta em erros e impropriedades quando fala. Queres ser um sucesso como "poliglota" de uma língua só? Estuda Português para sempre. Depois me mande dizer do teu sucesso.
Pensamentos
A única coisa sobre a qual temos total poder é sobre nossos pensamentos, mas... Esse poder é o mais difícil na terra. Podemos e não podemos. Pensar é um condicionamento que se mistura com o nosso jeito "natural" de ser, alguns de nós são mais tendentes a uma percepção mais positivo da vida, esses vivem um "pouquinho" melhor que os outros... E esses outros são os emburrados, os mais tendentes ao pessimismo, os que costumam ver o copo pela metade como quase vazio. Agora, uma coisa fique clara: todos nós temos uma tendência muito maior para o negativo que para o positivo. E a razão deve estar alicerçada na consciência que temos de que somos finitos, temos um prazo implacável de validade. Diante disso, só os insanos mentais podem ser otimistas na maior parte do tempo. Só eles.
Sucesso na vida
Sempre é melhor apostar no mais seguro, aliás, quase todos fazemos isso. Diante de um impasse, paramos, pensamos e decidimos: vou por aqui. Esse vou por aqui é o que se nos afigurou como o melhor caminho. A mesma coisa acontece quando alguém decide estudar, seja o que for, estudar. Acabei de ler uma frase, atribuída a um famoso e internacional homem de publicidade, famosíssimo... Ele disse exatamente assim: - "Companheiros fracassados, animem-se! Não existe nenhuma correlação entre o sucesso na escola e o sucesso na vida". Grosso modo, ele tem razão, mas... É melhor apostar no garantido "enriquecimento" da mente, um diploma não faz mal a ninguém, ainda que dele a pessoa não tenha necessitado para vencer na vida. Mas é bem mais seguro estudar, bem mais, bem mais... O resto pode ser desculpa de vadio...
Sensibilidade
O que ouvi foi num desses tantos e tantos canais religiosos, que de religiosos não têm nada, são muito mais estabelecimentos "bancários", arrecadadores do que outra coisa... Esse canal era católico. Um sujeito falava sobre razão, instinto, racionalidades, coisas desse tipo. Ao falar de "razão" humana, o locutor terminou dizendo que "razão" é uma capacidade inerente ao homem... Ao homem, obtuso? Ou quiseste dizer que razão é qualidade do ser humano, de homens e mulheres, hein, ô, estúpido? Ah, mas quando se fala, religiosamente, sobre seres humanos se diz - homem. Negativo, a vida é feita de homens e mulheres, sem essa de que deus fez o homem à sua imagem e semelhança, nada disso. Se fez, fez seres humanos, mulheres e homens. Certo, obtuso? Acho bom.
Espíritos
Há espíritos divinos e espíritos de porco... Passei hoje por dois espíritos iluminados, divinos. Um mendigo e um cão. O mendigo, pelo que notei, acabara de ganhar uma espécie de sanduíche, me pareceu apetitoso... O mendigo dava uma mordida no sanduíche e tirava um pedaço para o companheiro, o cãozinho ao lado dele. Uma mastigada do mendigo, outra do cãozinho... Segui pensando, ali estava dois espíritos iluminados; o espírito do mendigo iluminado pela consciência dele e o espírito do cãozinho iluminado pelo instinto de fidelidade dele. E dizer que para ver uma cena dessas é precisos encontrar um mendigo e um cão...
Desejar e esperar
Você tem um sonho, um grande desejo? E o que está fazendo para realizá-lo? - Ah, Prates, mas eu não posso fazer nada...! Se alguém tem um sonho, um grande desejo e não pode fazer nada por ele, me desculpe, a pessoa é muito estúpida. Como é que alguém pode esperar que algo aconteça sem fazer nada, e especialmente um desejo, um propósito muito pessoal? Só vale a pena lutar por aquilo que depende de nós, de outro modo é frustração na certa. E aquilo que nos arde em desejo no peito, no fundo, no fundo sabemos que podemos. Mas não lutar pelo sonho, ficar esperando que ele se realize por si mesmo é... nem vou dizer. É mais do que isso que você pensou.
Sonhos
Sonhos é uma expressão muito elevada, poucas pessoas têm sonhos. O que as pessoas mais têm são desejos, tudo bem, um sonho é um desejo mas é um desejo com roupas de grife. Fiquemos com o prosaico desejo, coisa comum ao povo, não quero dizer povinho. O diacho é que as pessoas não vão longe com seus desejos, desistem na primeira esquina. "Never quit" (nunca desistir), dizem os rangers americanos, soldados dispostos a enfrentar os capetas da vida... Nunca desistir. - Ah, mas o meu desejo envolve dinheiro, e não tenho dinheiro!... E daí? Trabalhe por esse dinheiro! - Ah, o meu sonho depende de um diploma! E daí, és um incapaz de brigar por esse diploma? Seja o que for, dá para dar um jeito, mas reconheço, isso é para os bravos, heroicos e retumbantes... Poucos. Lute até a última gota de suor por seu desejo, está bem, por seu sonho. Sabes o que vai acontecer depois? Você vai olhar para trás e suspirar: Pois não é que consegui! Cumprimentos, cumprimentos futuros para você.
Futuro
Pessoas mais antigas, diante da permanente preocupação humana com o futuro, lavraram uma frase síntese, um ponto final nessa especulação... Disseram simplesmente que - o futuro a Deus pertence. E nada mais disseram. De fato, uma boa frase, tanto para quem crê quanto para quem não crê em Deus. Mas faz sentido queremos saber do futuro, ocorre que se o pudéssemos ver numa bola de cristal haveria ondas de suicídio no mundo, seriam pessoas dizendo - mas é isso, é isso o que me espera? É como aquela história, o melhor da festa é esperar por ele, se pudéssemos ver a festa antes de sair de casa, não sairíamos, bah, só muito raramente. Melhor é jogar todas as nossas fichas no presente, com isso o futuro será pelo menos, de nossa parte, menos desagradável. O resto é façamos a festa agora, como der. Será bem melhor que a festa esperada para o futuro.
Palavras
Você pode imediatamente ter uma ideia da pessoa que está à sua frente quando ela diz que - Ah, eu digo o que penso! Uma pessoa que diz o que pensa é uma pessoa repugnante, tosca, saiamos da frente dela. Um dos indícios de boa educação é o controle emocional sobre a língua. Todas as nossa encrencas sociais, ou quase todas, resultam de palavras mal pensadas e mal ditas. Já houve até quem dissesse que paus e pedras podem quebrar os ossos mas palavras ferem muito mais... Nos casamentos, marido e mulher começam um briga, quase sempre, pelo modo áspero de um deles reclamar de alguma coisa. Bom, não vamos longe, Salomão, rei de Israel, filho de Davi, em seus provérbios bíblicos, diz que - "Quem vigia os lábios preserva o coração da angústia". Nada mais a dizer, senão que... Já digo, mais abaixo.
Chutar o balde
Foi isso o que um colega meu me disse, que ele está disposto a chutar o balde. Falou mal da vida, dos relacionamentos e muito mal sobre o trabalho dele. - Estou pensando em chutar o balde, disse olhando para o nada. Tudo bem, duvido quem não queira chutar o seu balde. O diacho é que para chutar o balde a pessoa tem que lembrar dos atacantes que vão chutar um pênalti: parece fácil, é só dar um chutão na bola... Nem sempre, não raro, o goleiro pega, bate na trave ou a bola passa longe do gol. Melhor que chutar o balde das circunstâncias é pensar bem antes do chute. Será que a mulher é tão ranzinza assim ou eu é que sou um intolerante da vida? E o meu trabalho, é mesmo de doer ou eu sou um mau profissional, sem foco, sem planos definidos, só buscando folgas, feriados e bom salário? Serão todos os meus amigos um porre? A cidade é mesmo tão pequena assim? Se você pensar bem sobre todas estas circunstâncias, duvido que você chute o balde, provavelmente vai acabar repondo a bola de sua vida em jogo, exatamente do ponto em que ela está. E vai fazer um belo gol.
Segredos
Segredo é uma palavra que intriga, fustiga a curiosidade, mas... Não há segredos diante dos mais importantes aspectos da vida, como saúde, por exemplo. Que segredo pode haver, que novidade pode surgir para que todas as pessoas possam ter uma vida mental saudável e longa? E quem não tem vida mental saudável, não tem vida. A cabeça arejada, bem nutrida de conteúdos e a pessoa a pensar positivamente faz de qualquer um uma fortaleza de saúde. Acabei de comprar uma edição da revista Seleções, na capa, lia-se: - "Segredos para estimular o cérebro". Li o título e passei adiante, não há segredos para um cérebro, uma cabeça boa senão pensar de modo limpo, ler, motivar a mente com bons projetos e ideias, ter razões para manter a vida ágil e nunca parar de trabalhar. O resto é fantasia. Não há segredos para as pessoas motivadas e operosas. O "segredo" é esse e esse cai de maduro para todos, menos, é claro, para os vadios existenciais.
Tristeza
Diga lá, sem piscar: você conhece algum país desenvolvido cujo povo seja avesso à leitura? Claro que não. Então, "ouça" esta manchete, desta semana: - "Venda de livros cai pelo 2º ano no país". Mas a notícia não diz que a média dos livros, média entre os que leem, é de menos de 2 livros por ano. Já andaram dizendo que tínhamos chegado aos 5 livros por ano. Beberam. Se o brasileiro lesse 5 livros por ano, na média, não votaria de modo tão estúpido como costuma votar. Nem me peçam exemplos, não me provoquem... Livros são nutrientes da mente, a mente comanda o corpo e o corpo faz o que a mente decide, logo, o livro é a vitamina da vida. Bah, como gosto de perder tempo...
Garantias
O que é que você tem de garantido na sua vida? Só uma coisa: seu passado. E, pode ser, seu presente. Nada mais. Mas vivemos nos enganando, pensando que temos isto, temos aquilo e, na verdade, temos muito pouco... Esta conversa me vem à cabeça depois de ler uma manchete de jornal, esta: - "Previdência e falta de poupança privada". As pessoas se enganam com "previdências" asseguradas, ou prometidas, por governos. Neca peteca. A única garantia que podemos e devemos ter é a nossa "previdência" privada, isto é, o dinheiro que guardamos para o futuro, para a velhice. Sempre que me deparo com uma jovem colega, uma, eu disse, a ela pergunto: - Tens poupança? Estou cansado de ouvir como resposta: - "Não, claro que não, ganho muito pouco, não sobra nada". E diante dessa resposta estúpida, costumo dizer: "Pois então é justamente tu quem tem que poupar, guardar, investir, não o Papa"... Ou você se garante para o futuro, ou vai ranger muitos dentes. Estou avisando.
Sonhos
Sonhos é uma expressão muito elevada, poucas pessoas têm sonhos. O que as pessoas mais têm são desejos, tudo bem, um sonho é um desejo mas é um desejo com roupas de grife. Fiquemos com o prosaico desejo, coisa comum ao povo, não quero dizer povinho. O diacho é que as pessoas não vão longe com seus desejos, desistem na primeira esquina. "Never quit" (nunca desistir), dizem os rangers americanos, soldados dispostos a enfrentar os capetas da vida... Nunca desistir. - Ah, mas o meu desejo envolve dinheiro, e não tenho dinheiro!... E daí? Trabalhe por esse dinheiro! - Ah, o meu sonho depende de um diploma! E daí, és um incapaz de brigar por esse diploma? Seja o que for, dá para dar um jeito, mas reconheço, isso é para os bravos, heroicos e retumbantes... Poucos. Lute até a última gota de suor por seu desejo, está bem, por seu sonho. Sabes o que vai acontecer depois? Você vai olhar para trás e suspirar: Pois não é que consegui! Cumprimentos, cumprimentos futuros para você.
Boca fechada
Boca fechada por alguns segundos... É o suficiente para você, qualquer um de nós, ter uma vida bem melhor, sabias disso? Ocorre que todas as nossas encrencas ou brigas com outras pessoas começam por uma frase, uma frase delas ou nossa. A questão é controlarmos o que nos compete: nossos lábios. Ouvir algo desagradável da mulher, do marido, de quem for, e responder na lata, em cima da frase alheia é estopim aceso para dizermos uma tolice, uma inconveniência. É aquela velha história de contar até 10 antes de abrir a boca, quem faz ou fizer isso, vai acabar ficando com a boca fechada pelo resto da vida. É conduta garantida para o sucesso interpessoal. No casamento, então, nem se fala. Aliás, Salomão, o filho de Davi, já dizia isso: - "Quem vigia os lábios preserva o coração da angústia". Certo? Acho bom.
Liberdade
Aí está uma palavra elástica e perigosa. A liberdade pode ir até láaaa, bem ao longe, mas... É preciso conhecer os seus limites. Nenhum de nós é livre como bem entender. Se tentar, ou irá preso ou será internado num hospício. As pessoas, por isso, precisam ser educadas, e educação é a discussão e transmissão de valores, esses valores são mais ou menos permanentes na história humana. Exemplo? Adequação. Nós precisamos estar adequados às nossas circunstâncias, papeis e expectativas sociais, afinal, não vivemos isolados. Há pouco, por exemplo, vi uma jovem mulher quase nua num ensaio fotográfico... No texto abaixo da foto, lia-se que a tal moça vai fazer Publicidade e Propaganda na Universidade. Absolutamente "inadequada" para o curso. Uma mulher que não se respeita, que posa para fotos quase nua, fazendo caras e bocas, vai cursar Publicidade e Propaganda? Coitada. Claro que vai desistir do curso, quem não sabe se vestir não saberá convencer e menos ainda vender, objetos da Publicidade e Propaganda.
Sim, senhora!
Compro revistas, leio o que me interessa, guardo-as por um tempo, releio-as um tempo mais tarde e... lixo. Fiz isso ontem com uma velha edição da revista Vip. Reencontrei uma matéria interessante na Vip, algo na base do - Como Conquistar Mulheres. O autor dizia que é muito difícil entender e se dar bem por longo tempo com as mulheres, mas ele resumia tudo numa frase: - Se você quiser se dar bem com uma mulher, use muito desta frase - Sim, senhora! É tiro e queda, elas se encantam, Sim, senhora! Em outras palavras, o comando é delas. E essa frase fez-me lembrar de uma história parecida. Um sujeito, numa mesa de bar, dizia aos amigos que o único lugar do mundo em que ele é alguém é em casa. E arrematava: todos os dias pela manhã, a minha mulher grita lá na cozinha: "Alguém para levar o lixo lá fora"! E lá vou eu, o Alguém sou eu...
Procura
Dia destes encontrei um amigo, quase mesma idade, gostos mais ou menos parecidos, e ele me contou algo interessante. Disse que já leu muito, de tudo um pouco e mais ainda literaturas ligadas ao seu trabalho, professor de Filosofia e Literatura. Contou que não se dava por satisfeito com o conhecimento de que dispunha, dispõe, mas que de um tempo a esta parte tem coçado a cabeça com uma interrogação. Ele imagina que toda leitura que buscou até hoje, na verdade, significava, inconscientemente para ele, uma busca pelo significado da vida, qual o motivo dele nessa história toda. Ouvi-o e lhe estendi a mão: - Companheiro, nossas leituras, ou outras buscas, todas têm por fim acharmos um significado para o "nada" da vida. O que precisamos fazer é nos anestesiar com alguma paixão, essa paixão será também uma trapaça com a qual vamos nos enganar diante do Nada Supremo, o destino de todo ser vivo. É viver, aqui e agora. Só.
Devaneios
Devaneios ou loucuras? A resposta nunca poderá ser exata, será sempre um "pode ser", e um pode ser pode ser tudo. Há um ditado que diz que "o mundo é grande mas é redondo". O que significa isso? Significa que nada é definitivo, o que é, já foi; o que foi, será... Mais ou menos isso. As voltas que o mundo dá tanto podem-nos ser uma nova oportunidade quanto um momento para alguma revanche, vingança, quem sabe... Mas vamos ficar no cotidiano das repetições. Agora, por exemplo, acabei de reencontrar uma simpatia, estava num cantinho de uma revista popular, uma simpatia tão velha quanto a história de Adão e Eva. A simpatia era "Para você ganhar muito dinheiro", claro, na moleza... O ser humano estuda, aparentemente cresce mas, no fundo, no fundo, continua estúpido, acreditando em Papai Noel. Mas isso não é de todo ruim, sem as esperanças por um Papai Noel a vida seria um balão furado...
Se...
Se cada de um de nós fizesse o de que gosta, sem olhar para os lados para ver o que os outros estão dizendo, seríamos felizes, sem dúvida. Claro, fazendo atos e feitos legais, lícitos. O diacho é achar coragem para isso, a maioria vive olhando para os lados, o que vão dizer, o que vão pensar... E desse modo estúpido, nos tornamos parte "igual" dos que formam a manada humana. Manada sim. Quem anda no coletivo das modas, se repetindo nos iguais, quem não ousa sair das raias do cotidiano vai morrer infeliz e, pior de tudo, lá adiante, quando já for muito tarde, vai descobrir que foi burro, burra. Não é outra a razão do sucesso do Carnaval. No Carnaval podemos ser quem gostaríamos de ser mas não somos... Tudo bem, não é preciso sair por aí fantasiado de bananeira, mas ser mais leve, mais solto, menos preso aos conceitos alheios. Insisto: tudo dentro da lei e da decência. Podemos muito, fazemos, ousamos pouco. Dá nisso que anda por aí: multidões de frustrados e depressivos.
Reações
José Mayer errou? Não sei do caso senão por ouvir dizer, mas... Li uma carta dele admitindo que se passou diante de uma funcionária da Globo. Mayer teria dito palavras agressivas e passado a mão onde não devia. Isso caracteriza um tipo de "agressão": grave desrespeito. Agora, que fique claro uma coisa: só quero ver o que vão fazer com quem "agredir de fato", daqui para a frente, com quem bater numa mulher, como acontece todos os dias e não raro com atores ou personalidades "famosas" deste país. A agressão física é muito mais grave que a falta de respeito, muito mais, a agressão física é a imposição da força sobre o mais fraco, fisicamente mais fraco. O desrespeito pode ser enfrentado na hora, não oito meses depois... Quero ver o berreiro quando aparecer outro caso de violência de políticos, cantores, atores, "autoridades", essas pinturas todas, pinturinhas, não mais. Só quero ver. Ou estarão se "vingando" do Mayer por alguma coisa?
Vícios
E se eu lhe disser que se você se livrar dos seus vícios será feliz? Você me poderá dizer que, graças a Deus, não tem vícios. Tem sim. Os piores. Todos temos. Na Psicopatologia estudamos nossos vícios, vícios que nos fazem infelizes. Um dos vícios, e ninguém ousa contestá-los, são os vícios às drogas ou às bebidas. Difícil vencer esses vícios, muito difícil, mas... Bem mais difícil é vencer o segundo time dos nossos vícios, os vícios de comportamento. Ações que fazem parte do nosso jeito de ser e que um dia foram aprendidos, repetidos e acabaram virando o que se chama de "segunda natureza". Quando é um "vício" bom, não é vício, é virtude. Virtude é o que aprendemos de bom na vida, não vem de berço. Já os comportamentos tornados "segunda natureza" são - quase - incorrigíveis, muito difícil vencê-los, não há psicoterapia que os cure, não há. Já explico mais.
Inutilidade
É tipicamente humana essa estupidez: a tentativa de trazer o passado de volta, o bom passado, quero dizer. Aliás, muito do que temos hoje na memória como "um bom passado", não raro, não foi tão bom assim... Mas é aquela história, ficamos com pedaços de memória e queremos outra vez aqueles momentos. Só que aqueles momentos, exatamente como foram, se é que foram, nunca mais voltarão. - Ah, aquele amor... Passou, aquele amor nunca mais. Ah, aquele emprego... Aquele emprego se foi, nunca mais... E assim com tudo. E se o passado não volta, é perda de tempo, estupidez, tentar reproduzi-lo. Temos que construir novas aventuras, inéditas, cheirando a pintura recente... Sem isso, é condenação à depressão ou à loucura mesmo. Risquemos o passado, mesmo que ele tenha sido um paraíso. E sem essa de que "recordar é viver". Recordar é sofrer. Ponto.
Nojo
Tenho nojo de certas mulheres e não aceito seus arrazoados de defesa... Falo de mulheres, muitas advogadas, por exemplo, que vão fazer trabalhos em presídios e de lá saem apaixonadas por vagabundos da pior espécie... - Ah, mas eles estão recuperados, merecem que a sociedade os entenda e perdoe... É argumento de mulherzinha. Outras apaixonam-se e casam com vagabundos que mataram mulheres de modo sórdido, sem defesa para as vítimas, crimes cometidos unicamente pela estupidez desses machinhos impotentes, mas... Sempre há as desnorteadas da vida que com eles querem casar. Acontece quase todos os dias, alguns casos repercutem na imprensa porque envolvem "bandidos" bem conhecidos. Certas mulheres merecem mesmo as latas de lixo da vida. Asco e vômito.
Memória
Cada um de nós não é outra coisa senão sua memória. Somos a memória. Sem memória não temos identidade. E a memória se confunde com uma conta-poupança, tem que haver depósitos regulares para que, nas necessidades, possamos sacar. Poucos investem na memória. A memória se enriquece pelos sentidos, olfato, tato, visão, paladar, audição... E a leitura é a melhor fonte de enriquecimento da memória. Poucos fazem esse investimento, raros. É 1% da população, o resto vai levando... E é bom lembrar que o tempo é o pior inimigo da memória, inimigo por um lado, amigão por outro. Explico. À medida que o tempo passa, a memória vai sendo apagada aos poucos, isso nos ajuda a não sofrer tanto em relação aos bens que perdemos; por outro lado, apagando conhecimentos é preciso que os reponhamos na devida ordem, e isso só se consegue trazendo novos conteúdos para a memória. Sem isso, apressa-se a "caducidade", produzida menos pela idade que pela vadiagem na vida mnemônica....
Presentes
Há pais estúpido que não conhecem os filhos que têm. Sim, eu sei, devia ser mais educado, afinal, dizer pais estúpidos... Ocorre que se você for muito doce com certa gente, essa gente te come, afinal, comemos o que é doce... Ora bolas, pais estúpidos sim. Por exemplo, os que agora na Páscoa vão dar coelhos de presente para os filhos. Falo de coelhos bichos, bichos vivos. Os bichinhos serão maltratados e, como de costume, alguns dias depois da Páscoa vão ser jogados por aí, ninguém mais vai ter paciência para cuidar deles. Tem cabimento isso? Ah, mas a minha filha é muito querida, ela vai cuidar bem do coelhinho... Não diga bobagem, "papai". Conheço pessoa que deram cachorrinhos para crianças que não deviam ter nascido, tão maldosas já era - ou são - aos três anos de idade. Não, nada de dar bichos para crianças. São poucas as que valem a pena, mas os pais "cegos" acham que seus filhos são sempre bons. São raros os bons. Ponto.
Pressa
Nada do que é feito com pressa presta. Nada. A manchete está diante dos meus olhos faz dias, ela é tão velha quanto à "nova" medicina. Diz assim a manchete: - "Mais conversa, menos exames e remédios, o que propõe o movimento por Medicina sem pressa". O que isso quer dizer? Que os atendimentos médicos, mesmo os pagos, bem pagos, são apressados, sem olho no olho, sem uma conversa mais demorada entre médico e cliente (cliente, eu disse, ninguém é paciente, paciente é a Mãe Joana...), nada. É tudo vapt, vupt, diagnóstico apressado e tome exames solicitados, muita gente "enriquece" com esse tipo de "medicina". Uma boa conversa é meio caminho para um bom diagnóstico ou cura de muitas moléstias. Um velho e bom amigo, um padre, um pastor, gente fina e competente sobre almas em aflição fazem melhor medicina que muitos "engomados", opa, quis dizer médicos.
Dicas
Abri a revista Seleções e lá estava um artigo sob o título: - "Sete dicas para dormir bem". Faz tempo que estudei e ainda estudo o sono, mesmo que não haja novidades faz tempo. Dormir é natural nos bichos. Os neurônios, as células cerebrais que nos dão vida cognitiva e tudo o mais, cansam-se ao longo do dia, lá pelo fim da tarde vem o sono. Tínhamos que dormir com as galinhas, no horário delas, e acordar com os galos, no horário deles, cedinho pela manhã. Estúpidos como são os seres humanos ditos "inteligentes", vão para a cama tarde. Cansados os neurônios, vem o sono. E vindo o sono, se a cabeça estiver limpa, sem grilos, é tiro e queda, a pessoa dorme como uma pedra. Se a cabeça estiver girando com ansiedades, grilos e encrencas, conscientes ou não, babaus, não há dica que resolva. Encurtando a conversa, ao surgir o sono, a cabeça limpa faz o resto. O resto é conversa de idiotas que querem ganhar dinheiro com os insones. Safados.
Sexo
Leio muitos jornais durante a semana, sites, essas fontes todas, daí que não guardo de memória onde li isto ou aquilo... Como, por exemplo, que os casais estão fazendo cada vez menos sexo. Basta essa informação, ela diz tudo. Faz sentido. No passado, o sexo era como que uma "diversão" dos casais, não sei se havia "fogo" para justificar esse sexo, mas a jogada era mais caseira e menos para apenas cumprir compromisso, como ocorre hoje em dia em quase todos os casamentos. Cumprir tabela, não mais. Ocorre que ninguém pode pedir "frequência" para algo que deve ser o resultado de um interesse mútuo de parte dos parceiros. Esse interesse hoje está em extinção passadas algumas poucas semanas do casamento ou do ajuntamento, o que é mais comum hoje em dia. Nada de novo, pois. Se não houver a pegada do "eu te gosto" mútuo é bem melhor mesmo que os dois fiquem olhando para os celulares ou fazendo palavras cruzadas. São os tempos.
Tipos
A que ponto chegamos. Estava vendo e ouvindo um "famoso" na televisão falando de modo engraçado, engraçado só para não parecer cáustico, sobre quem convidar e quem não convidar para uma festinha doméstica, caseira, dessas que fazemos de vez em quando e para reunir amigos. O tal sujeito dizia que três tipos não devem ser convidados, são muito chatos: mãe recente, crianças e pessoas deprimidas. E agora, o que você acha? Fiquei pensando comigo: mãe recente pode ser uma pessoa interessante, mas, é verdade, que a maioria delas é muita chata, só falam das belezas e espertezas da cria... Um porre. Crianças, de sua vez, são hoje demoníacas, são mesmo insuportáveis e não adiante tapar o sol com a peneira, são raras as crianças educadas, "aceitáveis". E pessoas deprimidas, convenhamos, nem psicólogos toleram, são outro porre para as paciências por perto. - Tudo bem, fulana? Tudo bem por quê? Credo.
Famílias
As famílias, pais, irmãos, avós, todos, devem se conhecer mutuamente e bem. Vale muito essa observação em relação ao trabalho dos nossos familiares. Há quem trabalhe, maioria absoluta, só pelo salário. Outros, trabalham, claro, pelo salário mas vão muito além: seus trabalhos são parte de suas vidas, de seu sangue, dos seus batimentos cardíacos. Quando da demissão de um dos nossos familiares ou amigos precisamos saber como a pessoa se coloca diante do trabalho. Para quem trabalha só pelo salário a demissão sai pela urina, o sujeito dá meia volta e parte para outra, quase ou totalmente de modo irresponsável... Já os que trabalham com o sangue das veias a demissão é um trauma que pode produzir todas as moléstias e apoquentações possíveis na vida. É conhecer com quem lidamos e tratá-los de modo adequado. De outro modo, é estupidez.
Milagres
Quem bom se as pessoas, por maioria, soubessem que os milagres são obras nossas, humanas. Os milagres passam pela fé e pelas possibilidades da mente, isto é, uma cabeça forte por conteúdos de qualidade, conteúdos que não caem do céu nem são herdados de pai e mãe, esse conteúdos produzem "milagres". Bom não esquecer que não há ideias inatas, o que está no intelecto passou antes pelos sentidos. Essa sentença devia ser "imposta" à cabeça das crianças logo ao nascer. Vale dizer, uma criança pobre, nascida no barro, pode ser o que ela bem entender mais tarde na vida se... estudar, ler, fizer força com obstinação e "certeza". Nossas certezas são geradas pela quantidade de boa água benta que vertemos sobre os nossos caminhos, e água benta, você sabe só existe uma: a da testa. Essa faz milagres. Se você quiser e crer, tudo te será possível, afinal, tudo é possível ao que crê.
Espera
Já foi cantado que - quem sabe faz a hora, não espera acontecer - ... Muito bonito da boca para fora. O diacho é encontrar quem faça agora o que tem que fazer ou que não fique esperando pela felicidade. Aí está o grande problema da vida para a maioria, ficar esperando pela chegada dela, a felicidade. Ela não chega, aí é que está. Temos que ir ao encontro dela. E esse encontro só pode ser feito dentro de nós mesmos, afinal, também já disseram que em virtude do "pecado original" Deus escondeu-nos a felicidade, mas deixou claro que quem a encontrasse com ela poderia "casar". E segundo a história, Deus escondeu a felicidade num lugar em que muito pouca gente a encontra, dificílimo de encontrá-la: dentro de nós. Faz sentido. Vivemos procurando pela felicidade lá e então, isto é, lá, em outro lugar e então, em outro momento. Burros. A felicidade está sempre conosco, dentro de nós.
Loucas?
Ou muitas mulheres são débeis mentais, no sentido social da expressão, ou a loucura não tem explicação. Não é possível que um vagabundo que mandou matar, e segundo alguns esquartejar o corpo da namorada/amante, seja objeto de pedidos de selifies, sorrisos e abraços. Aliás, homens e mulheres fizeram isso, foi dia destes no Rio de Janeiro. - Ah, mas o cara era famoso, jogava futebol, isso e mais aquilo. E daí? E o crime por ele ordenado? Não fosse culpado não teria sido condenado, ora bolas. Quer dizer, um condenado, um sujeito que mandou matar é cercado de fãs na saída de um Fórum? Essa gentalha merece mesmo a sorte que tem. E sem falar nas "doutoras" que vão fazer trabalhos sociais em presídios e saem apaixonadíssimas por bandidos condenados por crimes e crueldades especiais. Esse tipo de mulher "merece".
Elas
Os pais viviam dizendo - Cai fora desse namoro, esse cara não presta! E a filha nem aí. - Cai fora desse namoro! E a filha saia batendo a porta, até que... Numa noite, os "namorados" iam de carro pela noite quando foram cercados por dois motoqueiros. O sujeito foi executado, era um cara da pesada, tinha contas a acertar com os bandidos... E a garota, "limpa", sem passagens pela Polícia foi de igual modo executada. História comum? Comum e real. Por que a moça não ouviu os pais? Porque como muitas, ela fazia coro com as que cantam - Você não vale nada mas eu gosto de você... Não inventei a história. Fique o aviso: os olhos dos pais não se enganam quando quem namora a filha não presta. O triste é que elas não ouvem, pensam que o amor é cego. O amor só deve ser cego para os tipos físicos, não para o caráter dele ou dela. Agora é tarde, mocinha...
Medo e futuro
Acabei de comentar para as emissora de rádio que me reproduzem pelo Brasil que não faz sentido nosso país ser o campeão mundial de ansiedade. Não faz. Mas somos os campeões. E de onde vem a ansiedade? Vem do medo vago, impreciso, incerto, sobre o futuro. A questão é que ninguém se garante diante do futuro, seja quem for, tenha o dinheiro que tiver de uma hora para outra a pessoa pode levar o "tombo" fatal na vida. Impossível prever ou prevenir. Isso, é claro, diante da imprevisibilidade da vida, mas... Mas o resto fica por nossa conta. Não há de estar sossegado diante do futuro quem não poupou, quem não guardou dinheiro, ou quem não se qualificou para o trabalho ou não se educou para ser uma pessoa simpática a merecer apoios, ajudas, o que for. Quem não semeou, não vai colher. E aí está uma das matrizes dos medos futuros. Ah, e o tempo da semeadura é cedo na vida... O que é cedo na vida? Isso é com você.
Uma ova!
Há quem ache, problema deles, que quando eu, ou qualquer outro, faz algumas perguntas é por implicância. Não é, é por objetividade e para puxar máscaras. Por exemplo, quantas pessoas trabalhariam por suas empresas empregadoras 4 ou mais dias seguidos no mesmo pique do Carnaval e não reclamariam das horas extras, do cansaço, da "exploração", do que fosse? E por que não cansaram nos tantos e tantos dias de Carnaval? É por isso que são pobres e vão continuar pobres, mas essa gente tem que olhar no espelho e definitivamente parar de esperar pelos governos para que possam ser alguma coisa na vida. Não vão ser. Não há governo que produza bem-estar para quem não gosta de dar duro, estudar, assumir responsabilidades e não gemer por pouco, como não gemeram no Carnaval. Ah, e quem foi que disse que a terça-feira "gorda" é feriado? E quem foi que determinou meio-expediente para a quarta-feira? Vadios.
Contrastes
Ela devia ter uns 60 anos, foi apresentada na TV como professora. Estava sentada numa calçada, suando e... feliz. Na entrevista que concedeu, já na área do desfile no Rio de Janeiro, disse que a Escola dela ia desfilar às 2h da manhã, eram 6h da tarde. Por que tão cedo, senhora? perguntou o repórter. - "Ah, porque podia haver algum problema de trânsito, sabes como é..."! Fiquei pensando: será que para as aulas dela ela chega sempre cedo, nunca se atrasa com algum probleminha de trânsito? Multidões passam horas e horas, atravessam a noite e nem aí para o relógio, para o cansaço, para nada... E para o trabalho? E se a empresa lhes pedir 1 hora extra, cobrarão por essa hora? E quantos foliões estavam desempregados, sem dinheiro para nada? E de onde lhes veio o dinheiro para tantas noites de festa? Deixem de ser hipócritas e não batam panelas contra mais ninguém, senão para si mesmos.
Coitadinha
Fato. Ela foi a uma determinada loja, de uma grande rede nacional, foi pagar uma conta atrasada... Estava na fila e conversava com a moça à frente dela. Conversa vai, conversa vem, os olhos da mulher pousaram sobre uma oferta da loja: umas sandálias coloridas por R$ 49,90. Desistiu na hora de pagar a conta atrasada e levou as sandálias. Saiu dizendo para a moça com quem ela conversava que o importante na vida é ser feliz... A conta atrasada podia ficar para outro dia. É bem assim que pensam e agem as pessoas infelizes, elas se enganam com os enganos que cometem na vida. Coitada. Coitada não, coitadinha!
Gostinho
Conselho. Não dê o gostinho a ele ou a ela depois de um relacionamento terminado, o gostinho de vitória. Vale o mesmo para o pessoal da empresa que o/a demitiu. Sair falando mal da ex-empresa é exatamente o que os diretores que a/o puseram na rua querem, desejam. Não dê a eles esse gostinho, pelo contrário, dê-lhes uma figa se empregando ou negociando melhor em outro lugar. É muito frequente ver e ouvir pessoas falando mal da empresa onde trabalharam, mesmo que tenham toda a razão, para canalhas não se dá chances de vitória... Vale, é claro, para um "romance" terminado. O que você deve dar a ele ou a ela no final do relacionamento é uma bela figa. E arrume outro/a que valha a pena. Quem nos deixa nunca vale a pena. Certo? Acho bom. Uma figa para eles, é a melhor resposta.
Elas
O caso a seguir é regra entre elas, depois elas se queixam... A garota estava (ou está) bem no trabalho, conheceu um sujeito, namoro iniciado, a coisa esquentou e... Ele foi transferido para outra cidade. Pôxa, e agora?, pensaram os dois. Pensaram por pouco tempo. A garota, mulherzinha, não pensou muito, foi falar com o chefe pedindo uma transferência para a cidade do namorado. Nada fácil, questão enrolada. Nem vou levar a história adiante, você sabe qual vai ser o final de tudo... O "casamento" não vai dar certo, ela vai ficar contando estrelas, o cara vai cair fora diante de um pretexto qualquer e ela na pior. Quantas e quantas fazem essa estupidez? E muitas ainda ficam irritadas quando alguém diz o que estou dizendo. Não se queixe, "filha", um dia ainda vão descobrir um remédio contra a burrice. - Ah, e não me venha com a lorota do amor... Se fosse amor, ele teria ficado na tua cidade...
Traição
Há quem diga que a pior traição é que fazemos a nós mesmos. E dessa "traição" não há como escapar. Ué, você já não ouviu dizer que nos traímos o tempo todo e por todos os poros? Fazemos isso pelos escorregões da língua, dizemos coisas que não queríamos dizer e juntamos a isso os nossos gestos. O nosso inconsciente, em muitos momentos, é visível para os outros, isto é, ele pode ser visto. E que nos revela - e trai - são os gestos, nossa postura, nossa linguagem verbal, no caso. E é por isso que digo que quem tenha olhos de perceber e ouvidos de escutar não casará nem fará negócios com ninguém... Essa pessoa verá "tudo" no outro, nele ou nela. Bom, não vamos longe, nas grandes empresas, o que mais reprova candidatos a vagas é a entrevista, a "prova oral", e que é sublinhada pelas posturas do candidato. É preciso ser um ator, atriz excepcional para engar pessoa que sabem ver, perceber, e escutar...
Destino
Quem acreditar em "destino" estará mal encaminhado na vida, muito mal. Acreditar em destino é acreditar num roteiro que "alguém" ou algo deve ter escrito e do qual a pessoa não pode escapar. Ora, se isso fosse verdade, essa "pessoa" ou esse algo que criou o destino seria um formidável mau-caráter ou algo a merecer as labaredas de um inferno qualquer... Acreditar em destino é típico dos frouxos na vida: - Ah, não tenho culpa, foi o destino! Não, não foi o destino, pode ter sido a Teoria das Probabilidades da Matemática, mas isso não é destino, é matemática. Uma pedra jogada da lua vai cair na cabeça de alguém... Destino? Matemática, nada mais. Sem acreditar em destino, a pessoa é livre, pode sonhar, pintar e bordar com o que quiser. Já um crente no destino bem que poderia ficar sentado em casa acreditando no Papai Noel, afinal, se há destino, o Papai Noel bem que lhe pode aparecer... Destino? Fora com ele. Livre-arbítrio? Tudo com ele.
Piada
Ouvi há pouco na novela Sol Nascente uma pirada explicação de um "padre" sobre a história de a mulher ter sido tirada das costelas de um boca-aberta, opa, quis dizer homem... O tal "padre" na novela dizia que a mulher não foi tirada dos pés de Adão, o que significaria que a mulher seria inferior ao homem, não, nada disso... Deus tirou a mulher de uma costela do Adão, e costelas, dizia o padre, protegem o coração... Além disso, as costelas ficam ao lado do corpo, significando que homem e mulher andam lado a lado, nenhum deles na frente do outro... E a piração do padre ia adiante. Ocorre, que os "espertos", na verdade odiosos misóginos, inventaram a tal história da costela para diminuir a mulher, afinal, costela é carne de segunda... E tem mais. Fiz a escola marista por muitos anos e nunca nenhum irmão ou padre disse da tal besteira da costela dos iguais e da proteção ao coração, isso é invenção de agora, já que até agora os misóginos não tinham e não têm o que dizer. Safados.
Ambição
Já disse que a ambição tanto nos pode fazer voar quanto rastejar, depende da ambição, e de seu modo de realizá-la. Ambição não é sempre um pecado como muitos pensam. Mas vamos lá, vamos pegar um exemplo de ambição que não se justifica, como a ambição tipo a desses dejetos humanos acusados - e culpados - do Mensalão e agora da Lava Jato. Precisavam de roubar tanto? Já não tinham o suficiente antes das roubalheiras? Por certo que tinham, mas... O vazio interior, o vazio existencial exige de certos tipos humanos o acúmulo de bens materiais, é um modo inconsciente de preencher o vazio interior. Claro que isso é impossível. Ou você já viu entre as centenas desses dejetos humanos, acusados no Mensalão e na Lava Jato, um único sujeito que valha a pena, que tenha ideias, que saiba pensar e cative pela educação? Alguém, enfim, com ideias na cabeça? Claro que não, são tipos vazios, e os vazios precisam do barulho material para se esquecerem de que são dejetos humanos.
Descaído
Isso, era assim que eu estava, um tanto descaído. Espere, isso não pode ficar assim, pensei e decidi... Fui a um dos tantos e tantos livros de psicologia barata que tenho comigo... Espere. Não existe leitura ou psicologia barata, existem leitores "baratos", sem valor, isso sim. Bom, fui ao livro, não lhe digo o nome, abri-o assim, no escuro, e... Lá estava a frase batida: - "Todo sofrimento vem de você não estar sendo você na vida". E precisava o autor me dar esse tabefe? Só que não... Só que não estou sozinho, comigo está o mundo. Ninguém é o que é nem o que gostaria de ser, infelizmente. Precisamos de "máscaras", precisamos de fingimentos, nossos e alheios, precisamos de aprovação, precisamos, enfim, que o espelho da vida, isto é, os olhos dos outros, nos veja bonitos. A conta não fecha, somos uma farsa, vamos continuar a ser, posto que a felicidade esteja na palma da nossa mão. Que pena. Fechei o livro, pior do que estava: descaído.
Felicidade
Volta e meia uma pessoa "rica" sofre muito e morre. Não raro, pessoas por perto, ou nem tanto, se perguntam: - "E valeu a pena toda aquela riqueza, todas aquelas preocupações e incomodações por que ela passou? Essa pergunta se arrasta desde os tempos de Adão e Eva mas o ser humano continua achando que possuir tudo o que for possível conduz à felicidade. Estupidez pura. Imagine o tédio, o desgosto existencial de vivermos num "Paraíso Eterno" ou, então, uma criança sendo dona de uma loja de brinquedos. Haveria felicidade? Garantidamente, não. A felicidade está no sonhar, desejar, correr atrás mesmo, mas sempre com a Esperança nos pegando pelo braço. Quando não precisamos mais da Esperança, acabou... Esperar é um verbo que enerva ou felicita...
Exemplos
Pobre de cada um de nós que não tenha alguém para seguir, para imitar, imitar até um certo ponto. Depois desse ponto, seguimos por nós, sozinhos, melhorando a cada dia e... lá na frente superando nosso exemplo inspirador. O diacho é que esses exemplos "modelos" estão cada vez mais raros, isso de um lado; de outro, a turminha de hoje não quer saber de exemplos, de inspirações, de líderes... Acha que imitação é moeda falsa. Não se trata de moeda falsa, se trata de ter alguém a nos inspirar, como que a nos ensinar a andar, tanto quanto fizeram conosco na infância. Mas é claro que o exemplo tem que valer a pena, tanto do ponto de vista moral quanto da competência no trabalho, na arte, no esporte, no que for. Os jovens estão órfãos de bons e inspiradores exemplos, isso é que é o triste. Fui um privilegiado, tive um mestre inspirador, e seguindo os passos dele conheci o mundo...
Elas
Ai de uma mulher que diga na frente "dos outros", podem ser familiares ou amigos, que só pensa em se dedicar à carreia profissional dela, que nada mais a vai fazer afastar-se desse objetivo, ai dela. As mulheres são condicionadas, desde o primeiro vagido, a embalar crianças, lavar cuecas sujas e a cuidar de maridos arrastados, ai da mulher que fuja do roteiro que a tradição cristã traçou para ela... Em razão disso, dá nisso que anda por aí, multidões de mulheres surradas, violentadas de todos os modos socialmente "aceitos", incapazes de construir uma carreira e se tornarem independentes, único modo de chegarem à dignidade. - Ah, mas isso de que falas é obrigação das mulheres...! Quem disse? Um livro "falsamente" religioso, quem? Ademais, por que os homens não têm os mesmos deveres domésticos a cumprir? Se não cumprem, companheiras, é por culpa maior das próprias mulheres "cristãs" ou assemelhadas.
Abram o olho!
Encontro um colega na rua e pergunto: - E aí, tudo bem? - "Tudo bem uma ova, fui demitido ontem, quase 20 anos de casa"... Não tive muito o que dizer, o companheiro estava arrasado. O entendi perfeitamente. Fui embora pensando em "gritar" mais alto ainda com aos jovens que me ouvem em palestras que faço em escolas e universidades. Guris e gurias, acabou o tempo do romantismo profissional, aquela história de termos uma única profissão, um único foco profissional, aquela coisa de imaginar um emprego numa determinada empresa e nela se aposentar. Isso acabou. Tenham um Plano B muito bem traçado desde hoje, algo que vocês também gostem de fazer e se atirem no aperfeiçoamento nessa segunda atividade. Claro, força máxima no Plano A, mas não ficar na acomodação de achar que sempre vai dar tudo certo aí onde hoje você está. Plano B já, sem romantismos.
Louco
Só pode ser "louco", era o que ele fazia a muitos pensar. O guri, um catarinense de Florianópolis, num programa de TV, disse que este ano ele vai fazer de tudo para ser "vítima" de bullying no colégio. Perguntado o que ele queria dizer com isso, explicou: vou ler muito, vou ser o primeiro em sala de aula, ninguém me vai fazer ficar quieto diante das perguntas do professor. Ouvi e fiquei pensando, de fato, para muitos o guri é louco, deve ter bebido... Mas por quê? Quem, de fato, estuda muito, lê muito, vai ser destaque em sala de aula, e quem é destaque em sala de aula paga por isso no pátio do colégio na hora do recreio, ou intervalo. Os vagabundos não toleram os que leem, os que sabem, os que levantam o dedo do saber diante dos professores. Aliás, adultos também vivem essa mágoa diante de colegas que se qualificam e se adiantam ao "rebanho" por ser melhores, melhores por esforço próprio. Vai firme, guri, faz os invejosos morderem a língua, quem vai ser vítima serão eles, vítimas da estupidez de não estudar nem ler...
Ansiedades
Basta que alguém se diga angustiado, dormindo mal, sentindo como que um peso sobre o peito, para que não falte quem "receite" um comprimido, pronto, tudo estará resolvido. Não estará. Acabei de ler este trecho: - "Promove-se hoje um estilo de vida em que não há barreiras para a felicidade, porque qualquer problema pode ser resolvido com uma pílula...". Esse tipo de proposta veio dos laboratórios internacionais e dos médicos "de superfície", que de médicos só têm o título. Ansiedades, angústias, "peso" sobre o peito, inquietações, estresse, depressão, o que for, não se cura com pílulas, cura-se com conversas, ânimos, revisão de modos de ver a vida, cura-se com um bom amigo/a, cura-se com fé, ações e novos rumos. O resto é tapeação e lucro. Canalhas.
Vestir a camisa
Tenho notado entre os jovens que se iniciam no trabalho que não há mais entre eles, como já houve, aquele espírito de fazer carreira, de ficar na empresa até... Não, nada disso. Os jovens estão entrando na empresa com o pensamento já voltado para uma possível e quase garantida certeza de que vai durar pouco... E por que essa mudança em relação as gerações mais velhas? Porque acabou o "vestir a camisa", os jovens sabem que a direção da empresa não lhes vai conferir qualquer distinção, seja competente ou não. Qualquer funcionário, seja quem for, depois de quatro ou cinco anos na empresa torna-se "caro", os simbólicos reajustes de salário, gerados pelos dissídios coletivos das categorias, tornam qualquer funcionário "bem pago", ainda que esses dissídios não cubram a inflação. Daí que... Acabou o "vestir a camisa da empresa", pelo menos para a gurizada que está chegando... Muito triste.
Os bonzinhos
O ser humano é muito hipócrita, bah! Há um ditado que diz que para alguém ficar bom ou virar santo dois são os caminhos: ou ir para longe ou morrer. É a mais pura verdade. Volta e meia morre um personagem de todos os dias, "famoso" por alguma arte ou ofício... é o que basta. No outro dia a figura ganha os melhores espaços da imprensa: ah, como era uma pessoa correta, quase santa... Claro que o tipo não tinha nada de santo, nada, nada mesmo... Só os lençóis dele sabem bem da verdade, os lençóis... Mas por que a pessoa fica boa ou vira santa quando vai para longe ou morre? Porque deixa de ser páreo para os que ficam... Nojo dessa gentalha e nojo dos "santos". Aliás, jamais passou por esta terra alguém que tenha merecido o título de santo, ninguém, jamais. O que se diz ou comemora por aí é tudo invenção, "necessidades" dos beatos. Santo, hummm, sei bem...
Viver mais
Ando ouvindo, repetidamente, que o brasileiro está vivendo mais... Viver mais significa ficar mais tempo vivo? E se o sujeito estiver vivo mas viver como morto, como se fecha a conta? Dia destes, li pesquisa do Banco Mundial dizendo que só 4% dos brasileiros poupam para a velhice, isto é, apenas 4 pessoas em 100 vão viver razoavelmente bem na velhice. E de quem é a culpa? Das pessoas, ora bolas. - Ah, mas eu ganho muito pouco, não dá para poupar! Essa é a primeiro desculpa dos desmazelados da vida... Viver por mais tempo só vale a pena se a vida valer a pena. E isso depende da cabeça da pessoa. O sujeito pode ter milhões no banco e ser um mendigo existencial. Quem se olha ao espelho e se vê velha, velho, feio, feia, é isso mesmo. A imagem que vemos é da cabeça, não a refletida pelo espelho. Não fazer poupança para a velhice é como esperar colher sem ter semeado. E viver mais só vale a pena se for uma vida alegre. Depende só de você.
Eles e elas
Sempre que encontro uma amiga pergunto sobre como vai o coração... Claro que não me refiro ao coração biológico mas ao afetivo. Às últimas horas, ouvi mais uma história. A garota não estava satisfeita com o andamento do namoro, quando o namorado veio buscá-la para dar uma voltas ela disse que não, que antes queria discutir algumas questões que não estavam bem na relação entre ambos. Ele disse que não tinha nada para discutir, enrolou e foi embora. Reapareceu depois de quatro dias, com a cara mais deslavada do mundo, não lembrava de nada, o esperto. A garota bateu o pé e disse que não reataria sem conversar sobre algumas coisas erradas na relação entre ambos. E o namoro está assim: emperrado. O que houve? Simples: homem não tolera mulheres que tomam iniciativas, que fazem o que eles acham que só eles podem fazer. Só isso. Só que esse paspalha vai se lascar, aposto.
Cafajestes
A matéria estava no site do UOL, tratava de mulheres sob o seguinte título: - "Por que há mulheres que preferem ficar com homens cafajestes"? Havia uma série de arrazoados, explicações "técnicas/biológicas" de parte de alguns psicólogos. Nada do que disserem se me afigurou adequado. Encurtando a conversa, há mulheres que preferem cafajestes para atenuar graves sentimentos de culpa e baixa autoestima. Uma pessoa com um mínimo de autoestima não vai tolerar ao seu lado um prepotente, mentiroso e impotente. Sim, o cafajeste é um impotente. Claro que há outros meios de a pessoa tentar aliviar-se de seus sentimentos de culpa, inconscientes e reais ou imaginários, além da baixa autoestima, há outros meios. Mas mulher que aceita um prepotente mentiroso é um caso clínico de psicologia. Só uma transtornada da mente pode aceitar - ou até amar - um animal vestido de ser humano.
Desapego
Conta a história que um príncipe estava aborrecido com a vida, chateado das farturas. Contou de sua insatisfação a um amigo e esse o recomendou que procurasse por Buda, o sábio, ele teria a resposta para o príncipe. E o príncipe foi para as ruas a procura de Buda, andou, andou e finalmente deu de cara com o sábio. - Ó, graças, te encontrei, Buda, ajuda-me! O que tens?, perguntou Buda. O príncipe contou de suas mágoas existenciais, de seu desânimo. O que faço?, perguntou ele a Buda. Buda nem piscou: se queres ser feliz, larga o que tens nas mãos e me segue. O príncipe tinha uma bolsa cheia de pepitas de ouro nas mãos. Largou-a, de pronto, deixou-a na calçada. Sim, e o que faço agora?, perguntou ele a Buda. Nada, apenas larga tudo e me segue! O príncipe achou fácil ser feliz, largou sua bolsa com pepitas de ouro e seguiu atrás de Buda pela ruas. Lá pelas tantas, Buda virou-se para o príncipe e disse: Eu disse larga!... E o príncipe iluminou-se.
Temporários
Tudo na vida é temporário, nós é que vivemos como eternos, burros que somos. Vivemos pensando no amanhã, sem nenhuma segurança sobre ele. Acabei de reler uma velha coluna que escrevi para o jornal Hora de Santa Catarina, onde fui colunista fundador. A coluna era um resumo de recomendações que eu lembrava às pessoas que estavam tentando, ou já tinham conseguido, vaga como "temporários" numa empresa qualquer. O "temporário" sabe que tem tantas e tantas semanas com trabalho garantido, depois disso, insegurança total. Agora me diga, nos casamentos não é a mesma coisa? Ninguém se garante em casamento até que a morte os separe, então, os mesmos cuidados do empregado temporário devem ser seguidos pelos cônjuges: atenção permanente, bons modos, boa vontade, vontade de melhorar sempre, conhecer bem o "produto", no caso dos casamentos, o produto é ele ou ela... Isso tudo não garante o permanente, mas bem que pode levar tanto o empregado temporário como os cônjuges ao "eterno" procurado...
Boas Maneiras
Parei na frente do meu livreiro e dei de olhos com um título: - "Boas Maneiras e Sucesso nos Negócios", um livro rigorosamente "do tempo antigo". Peguei-o e o pus no (in)devido lugar que ele hoje merece: o lixo. Diga-me, sem pestanejar, quem você conhece que seja regido/a por esse tipo de postura, boas maneiras? Duvido que conheça alguém. Ter bons modos, ser pessoa educada, respeitosa, orientada pelos melhores princípios dos deveres para poder chegar ao pódio dos direitos, quem? Infelizmente, os pais andam muito "ocupados", coitados, não têm tempo para educar os filhos... as professoras foram "proibidas" de chamar a atenção em sala de aula, e os menores mais crescidos, os adolescentes, não podem ser punidos... Daí que ter um livro de Boas Maneiras só mesmo para montar um museu...
Angústias
Mas qual é a saída, Senhor? Falo da saída das angústias, dos temores, das incertezas, do amanhã, enfim... Não há saída, menos ainda saídas. A saída seria não pensar. Mas pensamos o tempo todo e, mais das vezes nesse tempo todo, pensamos tolices, impossibilidades, pensamos sobre erros, medos, inadequações, de tudo um pouco e de tudo um pouco do que é ruim. Essa é a cabeça humana ao longo da vida. Vem daí a pregação budista de nos desapegarmos, de não darmos muita bola ao que anda por aí... Não é bem assim. Vivemos presos ao passado pelos remorsos, remorsos de ter feito e de não ter feito... Vivemos grudados no "nada seguro" futuro, como ele vai ser, será que vai ser, e se não for? Não há saída, já disse; a saída é não pensar. Ou então enlouquecer, os "loucos" são o que querem ser, e são felizes. Nós, os certos, andamos às tontas. Racionais.
Ele
Por que Bernardinho largou a Seleção de Volei? - "Ah, Prates, porque ele já ganhou todos os títulos, está rico, é hora de descansar, viver mais tempo com a família, aproveitar a vida, enfim"... Ora, vá contar essa lorota para o padre, coitado do padre. Bernardinho tem um sensor de qualidade na cabeça, ele sabe que tudo o que viesse a ganhar daqui para a frente seria mera repetição... Mas até aí, nada. Ocorre que Bernardinho sabe que treinadores como ele, no Brasil, estão saindo de moda. Treinador que grita, que berra, que cobra, que faz sinais, que se envolve até às tripas com o jogo e com a performance dos caras dentro da quadra. E por que saindo de moda? Porque os jovens imbecis de hoje não toleram, não aceitam treinador "paizão", com personalidade forte, sujeito que não disfarça, grita, cobra, se impõe, enfim. Hoje o treinador tem que ser silencioso, "respeitoso", um "igual" aos moscões dentro da quadra, esta geração de hoje é geração de moscões, em tudo. Vale para o futebol.
Essência
Você já deve ter notado que pessoas que não têm boa cabeça precisam ter corpo bonito, cara bonita e viver dizendo bobagens para chamar atenção... De outro modo, coitadas, serão apenas corpinhos ou carinhas bonitas, isso enjoa logo, bah, se enjoa. Já a pessoa com boa cabeça, bom gosto, ideias acima da média, gestos e posturas educadas pode não ter a beleza convencional dos corpos mas tem apelo... Quando alguém também com qualidade descobre esse tipo especial, tipo com essência, ah, é impossível evitar a grande atração. E essa atração vai produzir relacionamentos duradouros, faz sentido. Que pessoa de qualidade encontrando outra de igual qualidade vai deixá-la passar em branco, ir embora? É estatístico, os "bonitos" e "bonitas" quando casam o casamento naufraga logo, os dois não passavam de miragens do corpo físico. E essa miragem desaparece em poucos dias de convívio. A essência é tudo.
Tempo
Você notou, aposto, que o ano de 2017 já tem os primeiros fios de barba na cara e você, ou eu, não começou ainda a cumprir as promessas que se fez para esta temporada. Aliás, eu não faço mais dessas promessas bananas de passagem de ano, fazer para quê, se não as cumpri jamais? É aquela velha história, quem sabe faz a hora, não espera acontecer... Ocorre que as promessas que nos costumamos fazer envolvem prazeres. Prometer-se, por exemplo, uma dieta, queres promessa mais estúpida? Ela bate de frente com o melhor de todos os prazeres, comer. E assim com tudo, o que nos prejudica, que ninguém nos ouça, lá no fundo nos faz bem... É por isso que cumprir esse tipo de promessa encontra tantas reações. Ah, e alguém já não disse que o melhor dos prazeres ou nos engorda ou é pecado ou é contra a lei? Às vezes, é muito bom ser "pecador"...
Imagem
No livro "Marketing de Guerrilha" (que nada tem a ver com guerra mas com vendas) lê-se que - "O traje da pessoa que está fazendo a visita de vendas é quase tão importante quanto o produto que está sendo vendido". Bah, estou cansado de dizer isso. E agora, na crise, os selecionadores de pessoal para as empresas estão olhando os candidatos da cabeça aos sapatos, e a maioria é descartada exatamente pelo desmazelo, pela imagem pessoal. A imagem nos revela. Aliás, Oscar Wilde, o inesquecível escritor irlandês, costumava dizer que só os idiotas não julgam pelas aparências. É que o cuidado com o corpo revela a mente da pessoa, seus caprichos, seus valores. Vale muito como observação em início de namoros. É só olhá-la, ou a ele, de cima a baixo, e pronto, a pessoa vale ou não vale a pena. Claro que os olhos do observador também revelam a sua cabeça, aí é que está o perigo...
Momentos criativos
A vida é monotonia, as coisas vão e voltam. Não há nada mesmo de novo abaixo do sol... Abro o livro A Lei da Compensação Divina e vou correndo os olhos... Lá pelas tantas paro, paro num sinal vermelho de uma frase, esta: - "Na escassez do plano material, a nossa capacidade de pensar de forma diferente é a chave para a operação de milagres". Traduzindo: diante de uma crise, nossos pensamentos se tornam mais criativos, e deles vão resultar o "milagre" de nos safar e chegar outra vez a um bom momento, quem até, melhor... E quem não sabe que nossa criatividade, a produzir riquezas, abundâncias de toda sorte, "só" aparece em dois momentos: na crise ou na paixão. Crises nos ensinam a nadar numa momento de naufrágio, e paixão nos empurra para os enlevos do enriquecimento da mente. Melhor é amar, ter paixões do que esperar por "naufrágios" para chegar à abundância.
Verdade
Já contei que tenho um amigo cirurgião plástico - que é um verdadeiro cirurgião das estrelas - meu amigo. Pois esse meu amigo já me ofereceu, por três vezes, fazer alguns retoques na minha cara, uma puxadinha aqui, uma alisadinha ali e tu vais gostar, disse-me ele. Ah, e tudo de graça. Não aceitei. E não aceitei por uma única razão: quando eu me olhasse no espelho não me veria... Não vou dizer mais nada para não ferir suscetibilidades... E dizendo isso, lembro de um famoso cirurgião plástico brasileiro a quem um dia perguntaram se ele já se havia submetido a uma dessas cirurgias. Ele respondeu exatamente assim: - "Não, porque na realidade eu me tolero. Quando o individuo vai se tolerando, vai se deixando, e talvez essa seja a melhor cirurgia"... E olhe que ele era o bam-bam das plásticas. E você, o que acha?
O calor e os perdedores
Tem feito muito calor, pelo menos aqui pelo Sul, muito calor, calorão mesmo. Mas preste atenção. Antes de tudo, as pessoas vivem o calor ou o frio de modo diferente. Uns sente muito calor com pouco calor, outros sente frio sem frio, enfim. Mas uma coisa é certa e preste atenção para ver como é verdade: quanto mais uma pessoa se queixa do calor mais pífia ela é na vida, costumeiramente é uma perdedora. Preste atenção. Vá lá que uma vez ou outra a pessoa diga que está calor, quente... Mas passar o tempo se queixando do calor é próprio dos perdedores na vida. Observe-os... Ah, e é bom fazer um autoexame...
Vida
Uma das nossas maiores preocupações na vida, senão a maior, é viver muito. Por princípio, todos queremos ser longevos, se possível, vida eterna... Uma bobagem, mas como a "monja de preto" é desconhecida, ninguém sabe da vida dela depois que passamos o "muro do desconhecido, nos agarramos na ilusão da vida eterna, eterna aqui na Terra, é claro. A outra vida eterna é para otários. Pois é, mas ficamos a nos preocupar com a vida longa, que, grosso modo, não depende de nós, e esquecemos que viver bem depende de nós, que é o que importa. Viver bem depende só de nós, a exemplo da felicidade, que é porta que só abre por dentro e cuja chave está "sempre" na palma da nossa mão. Somos muitos estúpidos, corremos atrás do vento e não "pegamos" o que depende de nós. Hein, que tal chutar o balde da encrencas da mente agora?
Elas
Ah, se não fossem elas... Aliás, sem elas não existiria universo, elas são o universo. Mas vamos à conversa de hoje. Algumas das minhas "amigas" por aí não gostaram quando eu disse que mulher tem que usar "reloginho" de mulher e não aqueles relógios grandes, "cebolões" que ficam bem no pulso dos caras... E agora vou propor outra discussão... Será? Olhe, amiga, faz tempo que eu ando por aí, maior parte do tempo nas redações. Não me lembro de ter sentido um perfume de mulher numa colega, nem nas outras que encontro por aí. Pelo contrário, o que sinto é cheiro de "guarda-chuvas", elas têm cheio de guarda-chuva. Por não uma loçãozinha qualquer, não precisa ser perfume, hein, que tal? Será que elas não sabem que "cheirinho" é fetiche? Guarda-chuvas, não, por favor, gurias.
Promessas
Vamos fazer uma aposta? Ó, e vou ser bem amigão com você, quero perder a aposta... A aposta é esta: - Aposto que você ainda não começou a por em prática as promessas que se fez na passagem do Ano-Novo. Acertei? Se acertei, bah, que feio! Estás esperando o quê? De minha parte, faz alguns anos que não me prometo mais nada, perdi meu tempo, fiquei pela estrada, arrumei uma porção de desculpas para as minhas fragilidades volitivas, melhor é não prometer. Então, você não se precisa arrasar, está na fila das multidões que fizeram promessas da boca para fora... Na verdade, parece que só mudamos nossos pensamentos e ações, e olhe lá, quando nos empurram da cadeiras dos confortos. Será preciso?
Vida e tempo
Pronto, chegamos a uma das tantas inventadas "divisórias" do tempo, um ano e outro ano. Tudo invenção. O que há é apenas a eternidade do nada. Uma linha reta em círculo permanente. Todavia, como essa ideia nos abate o ânimo, criamos o tempo, fragmentamos o infinito e vivemos os desesperos do calendário. Idiotas. Perfeitos idiotas. Só temos o aqui e agora da consciência, só. Mas vivemos olhando para trás, para o sepulcro do passado, e para a frente, para o sepulcro de todas as vidas. A vida só seria vida, ou mais vida, se não tivéssemos essa estupidez que se chama consciência e que teima em viver em cima da invenção do tempo. Sem essa consciência, que provoca a angústia da certeza do fim de tudo, poderíamos ser felizes como um cão. Um cão, se não for maltratado por um estúpido humano, é plenamente feliz. Ele não é racional. Ele não fragmento o tempinho dele em ontem, hoje e amanhã.
Outra estupidez humana é o desejo, o sonho, a promessa de "ser felizes para sempre". Ser feliz para sempre seria o embotamento dos sentidos. A felicidade precisa de tropeços, de fragmentos, de sobressaltos, de intervalos, caso contrário passaria a ser uma linha reta de aborrecimento, um tédio sem soluções. Ora já se viu ser feliz para sempre.
Mentirosos
Quando nos perguntam quem somos, costumamos dizer de nossa profissão. Resposta vazia. Nós somos os nossos erros, isso sim. Dia destes, aliás, li uma crônica em que o autor falava de um rapaz que se tinha que apresentar ao futuro sogro. O que fez ele? Um longo relato dos seus defeitos, andou na contramão do grande rebanho. E o futuro sogro o aprovou. Faz sentido. Quando dizemos dos nossos defeitos, sobra, como conclusão, aos demais as nossas virtudes. Agora imaginemos o resultado dessa proposta num início de namoro. Santo Deus, seria uma disparada. Todos mentimos ao início de um namoro, todos. - Ah, mas eu nunca menti para ele/ela... Mentiu e está mentido outra vez. O diacho é que acreditamos no "currículo" das bondades/virtudes que ele ou ela nos apresenta. Despois, dá nisso que anda por aí, caem as máscaras e os cartórios têm filas de gente se divorciando. Todos foram mentirosos.
A frase dela
Eu ia indo, ela vinha vindo. Isso no corredor da empresa. Ao passar por ela, perguntei: - E aí, tudo bem, já estás vivendo no Ano Novo?
Ouvi como resposta: - Mais ou menos. Fui adiante: o que significa mais ou menos? E a colega me disse que está pesando seriamente em repaginar a vida dela. Gostei, repaginar é bem uma palavra de jornalista, mas o que significa isso? E a colega me resumiu dizendo que precisa dar um jeito em certas coisas da vida dela. Bom, até aí, nada, todos nós temos questões a resolver na vida, a repaginar a vida, como disse a amiga. E você, leitora, e tu, leitor, algo para repaginar? Eu sei, eu sei, todos temos e temos muita coisa. Mas o diacho, sabes, é achar a coragem, ela anda escondida. Coragem e sobrepassos sobre as circunstâncias que nos cerca, afinal, somos nós e nossas circunstâncias. Não bastam nossas vontades, não podemos sair por aí pisando sobre os jardins imperceptíveis da nossa vida... Pense e repagine-se, se fores capaz.
Gesto
Para mim, de fato, um gesto pode valer muito mais que mil palavras. Um presente, por exemplo. Um presente pode ir de um automóvel a uma pequena flor... Tudo vai depender das circunstâncias de quem dá, de quem recebe, do momento... Ganhar um sabonete de 1,40 reais pode valer uma "fortuna" de graça, mesura, delicadeza, amor mesmo. Tudo vai depender das circunstâncias, e nós temos a obrigação de saber ler as circunstâncias, nossas e dos outros. Estamos num momento de dar e receber presentes. Conheço pessoas que ao receber um presente, suspiram baixinho: - "Tem dinheiro e me deu esta porcaria"! Depende. Ademais, ter dinheiro não significa que a pessoa tenha que dar fortunas aos outros. O que vale é a lembrança, a delicadeza, a mensagem embutida... Que pena que haja tanta gente grossa ao dar presentes e ao recebê-los. Cuidado.
Equívoco
Há quem diga que "recordar é viver", pode ser, mas nunca haverá de ser coisa boa. Se você estiver agora num bom momento, por que razão iria olhar para outros bons momentos do passado? E se agora estiver num mau momento, de que lhe vai adiantar relembrar, e sofrer, pelo que foi bom e ficou no passado? O passado só serve, estou cansado de dizer, para nos dar lições, o bom para ser repetido e o mau para ser evitado. O melhor de tudo é olhar para a frente, para o futuro onde está a vida, claro uma vida vivida agora e estendida. O mais é perda de tempo e sofrimento.
Histórias
Algumas histórias eu costumo chamar de historinhas idiotas, mas... Com o passar do tempo mudei sobre essas historinhas. Uma delas conta que um sujeito existencialmente encrencado saiu pelo mundo a procurar por um sábio, esse sábio sabia da vida e o podia ajudar. Andou, andou e chegou à casa do tal sábio. Conversaram por um bom tempo e lá pelas tantas o visitante encrencado deu-se conta que na casa do sábio havia apenas uma sala, um banco e uma mesa com livros, só. O visitante intrigado perguntou ao sábio: onde estão seus móveis? O sábio respondeu perguntando: e os seus, onde estão? O visitante disse que ele estava ali só de passagem... E o sábio arrematou: e eu também... Precisamos de mais histórias "idiotas" como essa, afinal, parece que idiotas somos nós, os apegados à matéria.
Eles. E elas?
Padre que é padre tem que andar de batina. Ah, mas isso é bobagem, o hábito não faz o monge... Faz sim. Ou você reconhece um General de sunga na praia, de chinelos de dedo, chupando um picolé? Que conversa é essa... Padres do tempo antigo, da batina, estão em extinção. Hoje abobados vestem-se de cowboys, calças justíssimas, outros colocam gloss nos beiços, outros cantam e dança, contam piadas, que padres são esses, que conversa é essa? E por que não as freiras, hein? Que tal uma freia de minissaia, pintadinha nos lábios, cabelos revoltos, cantando e dançando com uma roqueira? Ãh, por que não não? Ah, mulher, freira não pode, mas os "cowboys" podem, os dançarinos, cantores e conquistadores disfarçados podem. Conquistadores de alma, quis dizer... Ora bolas, sepulcros caiados, como disse o Cristo.
Pedras da vida
Somos muitos engraçados, não suportamos por mínimo tempo que seja uma pedrinha no sapato, tiramos o sapato e jogamos a pedrinha fora... Por que não fazemos o mesmo com as nossas pedras/pensamentos na nossa cabeça? Pensamentos continuados, desagradáveis, ruins mesmo, valores que não nos fazem bem e, todavia, lá permanecem, nada fazemos para jogar fora essas "pedras" que nos fazem sofrer. É masoquismo puro, ou não? O diacho é que dizemos a nós mesmos que não estamos errados, que não vamos abrir mão do nosso modo de perceber, pensar e reagir. Estúpidos puros. Mas é a nossa condição de racionais e inteligentes... E ainda falamos mal dos bichos, sábios e, eles sim, inteligentes.
Felicidade
Diachos, desde que saímos do Paraíso, e Paraíso só há um, o ventre materno, desde então andamos às tontas em busca da felicidade. Uma procura inútil, estonteada mesmo. Por quê? Porque vivemos a procurar a felicidade fora de nós, colocando-a sobre alguém ou sobre algo. Quem faz isso será sempre infeliz. A felicidade não pode depender de outra pessoa ou de alguma coisa, nesse caso seremos todos acorrentados a esse alguém ou a esse algo. Ser feliz é bastar-se a si mesmo. Se você agora, fechar os olhos, olhar-se numa paisagem da sua vontade, respirar fundo e ver-se como feliz, será feliz. Sem esquecer que todas as emoções angustiante vividas no cérebro descem para o coração, rins, intestinos, fígado e sangue. Veneno puro. Adianta dizer? Claro que não. A estupidez humana deve ser pagamento dos nossos pecados, e o pecado maior é nascer...
E elas?
Acabei de desligar a tevê, irritado, irritadíssimo. Estava vendo um programa religioso numa emissora católica, vejo tudo desses programas. Vejo para me irritar com a cara-de-pau das pregações, dos pedidos "disfarçados" de dinheiro e vejo, sobretudo, para reforçar minhas posições drásticas contra a discriminação às mulheres. No programa que acabei de ver, o padre cantava, dançava... Outro dia, o padre cantava, vestido de cowboy, pode isso? Em outro canal, o padre de gloss nos beiços contava sobre amores e vidas conjugais, ué, de onde ele tirou os conhecimentos? Vim até aqui para perguntar: e se uma freira aparecesse num desses programas cantando, dançando, dizendo bobagens, o que as mulheres diriam? Bah, queimariam a coitada. Freiras não podem nada, padres "homens?" podem tudo... Ainda jogo um sapato na tevê. Sonsos de um figa...
Idiotas
O menino nasce e o pai, um baita idiota, diz que o filho vai ser macho... Vai sim, vai ser tão machinho quanto o pai, um pobre diabo. E dita a bobagem de que o filho vai ser macho, o estúpido sai para comprar presentes para o recém-nascido: bolas, caminhõezinhos, revólveres, essas besteiras que muitos pais dão aos filhos para evitar que eles se percam pelo caminho... Estúpidos. E fazem o mesmo com as meninas, mal nascem e já ganham bonecas, casinhas, ferrinhos de passar roupa, tudo para as futuras prendas domésticas. É assim, regra geral. Se não forem os pais são os avós. Tudo gentinha da mesma casca. Por que não dar às crianças pequeninas presentes neutros, presentes que tanto sirvam para meninos quanto meninas? Presentes criativos, não condicionantes, por que não? Porque os crescidos são boçais. Ponto e viremos a página.
Vou e já volto
- "Vou ali na esquina e já volto". Duvido que você já não tenha dito essa frase na vida. Pois é, mas muita gente diz isso e de fato vai ali na esquina e... E vai como está em casa, se "esquece" de que não se deve sair assim, como se está em casa, nem mesmo para levar o lixo lá no portão. Somos todos um "produto", um produto social, e como todo produto precisamos cuidar da embalagem. Se temos uma imagem social é preciso que essa imagem esteja também associada a uma boa postura, a cuidados especiais com o corpo. É bom não esquecer que - julgamos e somos julgados antes de tudo pelas aparências - logo, é inteligente não dar armas aos demais. 55% da nossa comunicação social é feita pela linguagem não-verbal. Cuidado. - Vou ali e já volto? Ajeita-te antes.
Idade e vida
A frase é boa, incentivadora mas... Cuidado. Segui-la sem dar-lhe a devida moderação pode levar uma pessoa ao ridículo. A frase diz - "Viva sua vida e esqueça sua idade". Acho boa, contudo... Se você não se cuidar pode esquecer que a idade é um peso sim a certas posturas. A possibilidade de amar é eterna, mas... Diferenças de idades atrapalham, certas posturas "jovens" são incompatíveis diante dos inconvenientes da idade, muitas são as travas. Há quem dê de ombros para tudo, se solte e faça o que bem entende... São as pessoas mais ridículas. Podemos fazer muito sim, mas, na verdade, podemos muito pouco quando o peso da idade nos faz pensar que o vento da vida levou o passaporte que permite ao ser humano fazer tolices: o passaporte da juventude.
Valer a pena
Quem vale a pena? Pessoas de bom caráter... Sim, mas e nos casos de amor, será que vale o - você não vale nada mas eu gosto de você? E aí, fechamos os olhos e nos entregamos a quem não vale nada? Acabei de ler um trecho do livro A Cabala da Comida, do excelente rabino/escritor Nilton Bonder, e fiquei pensando. A certa altura do livro ele diz que - "A estética terá sempre componentes para além do físico e que se manifestam no emocional, intelectual e espiritual". Concordo em todas as letras, mas... E se o amor for, como dizem, cego, o que fazemos com os vazios da outra pessoa? Vamos ficar no "amor" só da estética, isto é, do corpo físico? Esse "amor" passa logo, e aí, o que fazemos? - Ah, Prates, vou amar assim mesmo! Tudo bem, te espero então no "cartório" mais tarde, mas, por favor, não se atrase...
Causas e efeitos
Estava sem assunto. Fui à minha caixa de sapatos, coitadinha, está quase explodindo tantas são as frases recortadas e que nela vou jogando... Pus a mão "no escuro" e pesquei a primeira que deu, deu esta - "Elimine a causa e o efeito cessa". Fácil, não lhe parece? Se o sapato está apertado (causa) e o pé doendo (efeito), tire o sapato... Pronto, lá se vai a dor. Fácil? No caso do sapato, sim, fácil. Faça isso, todavia, minha amiga, com o covarde vagabundo que a humilha, ameaça, chega mesmo a levantar a mão ou a surrá-la... Faça, quero ver. Muitas pessoas sabem onde lhes dói o sapato, mas teimam em mantê-lo no pé, esperam pelo milagre. Vale para tudo na vida, diante de todos os nossos sofrimentos podemos sim fazer-lhes cessar os incômodos, mas... É preciso coragem, o que mais falta nas pessoas. Então, chorem quietas, não se queixem...
Pecados
Os caras que "desenharam" as religiões, os dogmas religiosos e todas as algemas que depois ofereceram ao povo "temente", para não dizer medroso/ignorante, foram muito espertos. Eles nos fizeram saber, por exemplo, que pecamos por pensamentos, palavras, ações e omissões, isto é, não temos rota de fuga, pecamos o dia todo. Ou você vai me dizer que nunca pecou em pensamentos? Vive pecando em pensamentos. De minha parte, já disse: no dia em que inventarem uma máquina de ler pensamentos fugirei para o mato sem deixar rastros... Ou alguém me vai dizer que é 100% fiel em pensamentos? Que vá mentir lá na esquina... E para terminar, tem uma coisa: não fosse essa possibilidade de pecar por pensamentos, estaríamos todos loucos...
Crenças
Parando para pensar, levamos mais tombos na vida crendo do que descrendo. Senão descrendo, ao menos duvidando. Isso, duvidando. O melhor sinal gráfico na vida deve ser o ponto de interrogação. Quantas vezes caímos sem graça no chão da vida porque fomos atrás do que nos disseram e acreditamos? Guria, abre o olho, quando o pilantra vier com uma conversa sedutora, atraente, liga as turbinas da dúvida e te pergunta: será? Não é interessante esquecer que as aparências enganam e crer no escuro é roleta-russa com revólver totalmente carregado. Tudo na vida pode ser e pode não ser. Só os tontos fecham os olhos e dizem - Eu creio. Só se deve dizer isso de nós mesmos, nesse caso vale o Evangelho de Marcos - "Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê". Mas não te esqueça, crer em si mesmo. Só...
"Embalagens"
Todos somos vendedores. Os vendedores profissionais sabem disso, ou vendemos a nós mesmos antes da venda propriamente dita ou não venderemos nem ouro em pó em promoção de Black Friday... Estou dizendo isso para lembrar que somos ao mesmo tempo vendedores de produtos e serviços e vendedores de nós mesmos, afinal, somos sim um produto. Um produto social, que precisa de boa e atrativa "embalagem", essa embalagem é o modo como nos apresentamos diante dos outros. Essa "embalagem" precisa ter psicologias de "consumo", isto é, os outros precisam nos desejar, para depois nos "comprar". Bah, mas o que vejo por aí é de desanimar no "consumo". Vejo garotas "desatentas", que pensam que seminudez ou vulgaridades são boa embalagem e vejo rapazes e homens "velhos" vestidos como molambos existenciais. E se as pessoas andam assim na rua, eu as imagino em casa. O "Procon" dos casamentos deve andar atulhado de processos, pudera!
Casamento entre "iguais"
Um dia fui convidado a dar uma entrevista no programa do Ratinho, alguém por lá imaginou que eu ia dizer tolices a provocar grandes polêmicas e consequente Ibope. O tiro saiu-lhes pela culatra. Quando fui perguntado, por exemplo, sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo fui enfático: prefiro ver dois homens ou duas mulheres se beijando a ver dois homens ou duas mulheres se estapeando... Não gostaram da minha resposta. E hoje, convenhamos, com essas "peças" que andam por aí, falo dos homens, muitas mulheres se acertam entre elas e vivem uma vida de bom convívio e companheirismo, e não é esse o objetivo de um casamento? Sexo é foguinho de palha, o que segura uma relação é companheirismo, boas risadas juntos, bons momentos divididos, uma conversa permanente e interessante entre as duas pessoas, afinal, não é o que se busca num casamento? O resto é hipocrisia. - Ah, e tem mais: os casamentos entre "iguais" têm durado bem mais que os "outros" casamentos. Explique...
Coitados
Cada vez mais comum, cada vez mais "natural". Numa roda de amigos, todos doutores, o assunto estava aceso, todos tinham o que dizer, mais que isso, trocavam "referências"... Sobre o que falavam? Sobre seus "mata leão". Cada um tinha o seu. Sem entender do que falavam, alguém perguntou, quis detalhes sobre o tal "mata leão". - Ah, que ingenuidade, não sabes? Mata Leão é comprimido para dormir, aliás, devia ser chamados de sossega leão... Que tempos, que pessoas fracas, que pusilânimes existenciais. Uma pessoa doente ou em convalescença, uma pessoa com um seriíssimo problema na cabeça, tudo bem, vá lá, que se ajude a dormir, é um caso especial. Mas fora disso, como rotina, que horror, que frouxos da vida. O hábito, o "mal", é loucura geral. E se acham!
Palhaços
Você liga a televisão e precisa de um tranquilizante para suportar as asneiras estúpidas da maior parte dos "humoristas" de hoje. Sem graça, sem talento, piadas grosseiras, mais das vezes pornográficas, um desastre. Mas dizem que hoje é assim, que as coisas se modernizaram. Estas ideias me vieram à cabeça, faz pouco, quando estava mexendo na minha caixa de sapatos, explodindo de frases recortadas ao longo do tempo, meu tesouro, e dela saiu esta pérola: "A presença de um palhaço em uma cidade é mais eficiente do que a chegada de 30 mulas carregadas de remédios". Perfeito. Mas me diga, quem dos idiotas de hoje acha graça de palhaços? Palhaço é para criança doente, dizem os estúpidos. Problema deles, continuem com seus tranquilizantes e antidepressivos, continuem...
Ei, espere aí!
Devagar com andor, o santo é de barro. Que santo? O da verdade. Ouça esta manchete de jornais de São Paulo: - "Crise leva pessoas com diploma a trabalhos como recepcionista e faxineiro". Desculpe-me, não é a crise, é a personalidade desses diplomados, desses "doutores". Diploma "apenas" habilita a pessoa a uma profissão, um molenga formado em Administração não será automaticamente um administrador. Vale para todos, para os diplomados em Medicina, especialmente. O que há por aí de incompetentes com o diploma na parede é caso de polícia... de polícia moral. É a pessoa que abre a sua porta profissional na vida, não o diploma. Ademais, não houvesse a crise, muitos incompetentes estariam no mercado tapeando clientes ingênuos. A crise é, não raro, uma benção, premia os de ânimo e qualidade...
Maquiavel
Um gerente, ou diretor, que não se garante (a maioria deles), deve seguir a seguinte cartilha - "O gerente/diretor deve cortar o seu melhor funcionário em vez de o pior. É que no futuro haverá um corte de gerentes/diretores e é mais provável que ele seja despedido quando houver um bom subordinado para substituí-lo". Você acha que é piada? Isso acontece todos os dias, nesta ou naquela empresa. Isso sem falar na inveja surda que muitos funcionários produzem em diretores ou donos de empresas. Administração de Empresas é Psicologia pura, e psicologia maquiavélica, mais das vezes... Não se surpreenda e tenho sempre o seu paraquedas à mão...
Vontade
Quando a vontade está alicerçada sobre o possível, e só os "loucos" sonham com o impossível, a pessoa só não consegue o que deseja na vida porque desiste, fica pelo caminho. E fica pelo caminho pelas velhas desculpas de sempre: estudei pouco, minha família é/foi muito pobre, minha cidade é pequena, não tenho sorte, não tenho competência para nada... E por aí vai, tudo desculpa. Anote aí e diga para os filhos, ou para você mesma/o: - Os "carimbos" que trazemos de berço só são insuperáveis, indestrutíveis, para os que são molengas, doentes da vontade. E nem digo miúdos no pensar, o que são também. Muito melhor é lutar, e até perder, do que nunca lutar e mais tarde dizer: como fui burro, como perdi tempo, como fui covarde... Será tarde. Autoajuda barata? Também acho, mas desminta, por favor.
Cabeça baixa
E aí, andas sem ânimo? Sem graça, nada parece valer a pena, falta entusiasmo, é isso? Faz parte da vida, mas... Se não tiveres uma doença que justifique esses desânimos, a conversa é outra. Achas, por exemplo, que ficando na cama até mais tarde, suspirando a falta de sorte, dando-se por sem talento, sem isso e sem aquilo vais resolver algum problema? Vais isso sim afundar mais. Não há santo que ajude a quem não se ajuda, credo, chego a ficar rubro de vergonha de ter que dizer uma tolice desse tipo, autoajuda de porta de rodoviária, mas o diacho é que é verdade. Não há saída, companheira/o, senão arregaçares as mangas, chutar o balde e sair por aí repetindo Marcos 9:23 - "Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê". Mas que fique claro, crer em si mesmo. Sem isso, nada feito.
Tanquinhos
Sou obrigado a voltar ao assunto. Elas. Sempre elas. Encontrei, em momentos diferentes, dois amigos, professores de Educação Física e donos de academias. Conversa vai, conversa vem, perguntei o que desejava: - E aí, como está a academia para o Verão? - "Sem vagas, fila de espera, Prates, graças a Deus"... Mais ou menos essa a resposta dos dois. Fui adiante, perguntei pelos tipos que procuram a academia. Resposta padrão: elas, bem mais elas... Em resumo, elas querem ficar "tanquinhos" para o Verão, tanquinhos na barriga, na coxas, mas cheias de teias de aranha na cabeça. Que pena. Desse jeito, sinto muito, amigas, vão continuar na senzala, opa, desculpe-me, vão continuar ficando para trás...
Canalhas
Jornalistas canalhas. Em São Paulo, uma vadia de 20 anos fez um filho e depois o vendeu por mil reais. Comprou um celular. Mais tarde, ela conta, arrependeu-se e foi à Polícia. Será que se arrependeu mesmo? Prenderam a mulher que comprara a criança. Até aqui um crime "comum"... Uma ordinária soube fazer um filho e depois não sabia o que fazer com o "problema", e o vendeu... Só que jornalistas canalhas mostraram na tevê várias vezes a cara da mulher que comprou a criança, mas fez sombras sobre a cara da ordinária irresponsável que a vendeu. Por que proteger a leviana? Mas é bem assim. Bom, não vamos longe, os canalhas da imprensa odeiam policiais, vivem protegendo bandidos. São bandidos também, não tenha dúvidas.
Elas e eles
Há uma formidável falta de Mulheres na sociedade. Claro, você é esperta/o, notou que escrevi Mulheres com M maiúsculo. É isso, muita falta sim. E por quê? Os homens podem dizer tudo o de que bem entendem, as mulheres precisam ser prudentes, reticentes, não mais. Um garoto pode namorar duas ou três gurias no colégio, ai da menina que insinue em casa que está dando bola para dois garotos... Por que o homem pode e a mulher não? Por que mulher sozinha é "perigo" e homem sozinho é gavião, quem inventou essa estupidez? Ninguém inventou. A mulher só não pode fazer as mesmas coisa porque tem menos força física, só isso. Se tivesse igual força física ao homem, ah, podia andar por aí na hora que fosse. Elas têm que reagir... E vão? Ah, sim, você tem razão, perco meu tempo, bah, se perco...
Verdade e remédio
Conta a história que uma mãe estava contando a uma amiga sobre seu filho, sujeito de uns 30 anos. Dizia a mãe que o filho fez de tudo um pouco na vida e em nada se deu bem, mas a mãe reconhecia que que o filho era uma pessoa bondosa, bom caráter mesmo. E não aceitava esse destino do filho. E a mãe contou à amiga que, não vendo saída no mercado de trabalho para o filho se dar bem, juntou um dinheirinho e deu a ele para que abrisse um negócio, uma loja. A amiga que ouvia a história saltou sobre os sapatos: - Você disse que seu filho é bom, é generoso, bom caráter mesmo, é isso? A mãe confirmou. E a amiga arrematou: - Então, não o ajude a abrir um negócio, quem for bom, generoso, bom caráter mesmo nunca terá sucesso em negócios... Fim. A verdade é um remédio muito amargo...
Solidão
Solidão não passa de ausência de vida interior, uma pessoa rica "por dentro" não precisa de ninguém por fora. Não fosse assim, Paris não seria a capital europeia do suicídio. Faço palestras em cidades de todos os tamanhos e não gosto de ouvir que "minha cidade é pequena", como alguns me dizem mais tarde, no jantar. Costumo dizer a quem me diz isso que "pequeno, pequena és tu". E não estou brincando. Há pessoas que podem estar cercadas de gente boa, alegre, inteligente e ainda assim mugem, opa, quis dizer suspiram, lamentam-se... Outras estão no meio do mato e festejam estar consigo mesmas. Então, que os depressivos da solidão acordem, a solidão é o mau convívio com eles mesmos...
Elas
Ela é novinha, bem conhecida, cantora, cantora não muito popular, mas... Você a conhece bem, desde o tempo em que fazia dupla com o irmão. Numa foto de revista, ela aparece na borda de uma piscina sob o título: - "Aos 33 anos, Fulana mostra boa forma". Ora, 33 anos é idade de adolescente, de criança... E por que esse grifo sobre sua forma física? Porque ela é mulher, tem que estar em boa forma do nascimento até o último suspiro. E por que não fazem essa cobrança com os homens? O parvo pode estar totalmente fora de forma, com a barriga e o chulé lá em cima, mas... São tolerados por eles e, pior de tudo, por muitíssimas delas. As mulheres pedem... e não se respeitam. Na regra.
Repelentes
Pessoas (será mesmo que são pessoas?) dizem de tudo em seus blogs e redes sociais... Tem cabimento, por exemplo, que um cara, todo metido a famoso de novelas, filmes.., venha dar detalhes de sua cirurgia de hemorroidas? E outra que vem dar detalhes de sua menstruação? Mas agora é assim, gente miúda, sem talento nem educação diz de tudo, nada que seja sério ou melhore a vida de quem os - desastradamente - acompanhe. É bem um sinal dos tempos por que passamos. No Enem, o aluno que dormiu na fila, que chegou no horário não ganha manchetes, mas a vadia e o vadio que se atrasaram estão na capa de muitos jornais, coitados, dizem. Coitados uma pitanga, ou você acha que aluno bem preparado se atrasa? Aqui, ó!
Silêncio
Estava num restaurante de Hotel, em Fraiburgo, SC, silêncio absoluto, silêncio de pessoas, ninguém por perto. Entre um gole e outro, a paisagem, linda, verde, pássaros, as nuvens, o céu, o infinito, era o que me hipnotizava. Nisso, entra um grupo de estudantes, jovens, Segundo Grau. Todos de uniforme. Inquietei-me, me preparei para as gargalhadas, a conversa gritada, o pior... Nada. Silêncio. E, surpresa maior, todos sem celular. Mais tarde, descobri com uma professora, eles estavam num descanso especial, comemoravam um dia de vivência do projeto adolescer, ficaram 12h em atividades sem fazer o uso de celular por "sugestão" da escola. Ninguém reclamou e todos me reforçaram a certeza: quando se investe no melhor da educação, os jovens respondem com disciplina e silêncio, aceitam deixar o celular em casa. Bons modos, educação, a salvação... Não precisei de sobremesa, eles me foram a sobremesa.
Insegurança
Os homens são inseguros? São, todos, absolutamente inseguros, quando... o assunto é mulheres. Claros, os fanfarrões, costumeiramente os mais borrados, dizem que não. Um exemplinho clássico. Preste atenção nos restaurantes. O machinho inseguro faz questão de pegar uma mesa junto à parede, ele se apressa a sentar-se de costas para a parede e de frente para as outras mesas, e ajeita a cadeira da mulher para que ela fique de costas para o "movimento" e de frente para a parede e para o ele, namorado ou marido. Por quê? Porque o machinho inseguro não quer que ela veja os outros no restaurante, só ele. Sabes como é, ela pode ver alguém interessante. Os machinhos são dissimulados mas se revelam nos detalhes. Mas a culpa maior é delas, que concordam...
Avançar
Você está cansado de saber que não tem tantos anos. As pessoas vivem dizendo - tenho tantos anos, 20,40,60... Erradas. Quem já viveu por 20 ou 40 anos não tem mais esses 20 ou 40 anos. É uma bobagem dizer que "temos" tantos anos, o que temos não nos é dado saber. Está na Bíblia, que é a sabedoria do povo ou seus interesses, codificados em nome de um Deus, e lá está escrito - A ninguém é dado ver o futuro. Bom, se é assim, e ninguém sabe do seu prazo de validade, refinada estultícia é ficar suspirando pelo que já foi: Eu era, eu fui, eu tive, eu podia... Tudo passado. E por mais que tenha sido bom esse passado, borracha nele. É olhar para o aqui e agora e produzir um amanhã melhorzinho. Olhar para o retrovisor da vida é atraso estulto e inútil. Avançar.
Liberdade
A pessoa muito rica, supõe-se, tem inúmeros compromissos, fica-lhe difícil sair por aí... A pessoa muito pobre gostaria de sair, passear, divertir-se, viajar, enfim... Mas não pode, não tem posses. Então, quem é que pode pegar a mochila e sair por aí, cantando e vivendo a vida em liberdade plena? Quem? Só uma pessoa sem qualquer vínculo com nada, absolutamente sem qualquer "amarra"... Sim, mas de onde ela ia tirar os recursos de que viria a precisar para sair pelo mundo sem olhar para trás? Hein, de onde? Ora bolas, só andarilhos desamparados da vida fazem ou podem fazer isso. Encurtando a conversa, somos todos presidiários da vida, somos nós e nossas circunstâncias. Sendo assim, façamos dos nosso limões limonadas e vivamos tanto quanto nossa mente permita a felicidade do aqui e agora. E com os olhos fechados e a alma livre, "viajar", viajar muito...
Elas me alimentam... Não raro, estou sem assunto, mas saio, dou uma volta, encontro uma amiga ou outra e pronto, abundam-me os assuntos. Aconteceu ontem num shopping em Floripa. Três colegas jornalistas zanzavam pelo shopping; ao encontrá-las, perguntei o que andavam fazendo. "Ah, essa louca aqui, diz uma delas, está procurando uma calcinha amarela para usar na passagem de ano"... Nem perguntei da razão, já sei que muitas acreditam que calcinha amarela dá sorte no Reveillon. Será? Se desse, nenhuma mais andaria por aí, sozinha. Não é a calcinha, querida, o que dá "sorte", é luz interior, personalidade atraente, passos seguros, voz firme, olhar nos olhos, Mulher, enfim. O resto é "miragem" que anda por aí dependendo do espelho e de cantadas de "sertanejos" paspalhos...
Sucesso
Acabei de escutar uma frase, muito antiga, mas tão atual quanto o sol do meio-dia, a frase diz que - "No Brasil, sucesso é ofensa pessoal". De fato, é só observar. Quem faz sucesso, saindo do nada ou do quase nada, é repudiada/o como o diabo repudia a cruz. A razão é inconsciente de parte de quem repudia. É aquele diálogo interior e maquiavélico: - "Poxa, ela pôde, eu não, ela fez e eu também queria e não fiz... Ele conseguiu, eu não"... Os repúdios, as críticas, resultam da inveja. As críticas mais ásperas são aos que de certo modo estão por perto. Ninguém inveja por aqui uma chinesa de sucesso... Os de lá eu não conheço, não se me podem comparar... Quer dizer, quem critica mulheres que saíram da pobreza para "rebolar" na riqueza se revela como pobre e frustrada/o. É o que fazem os invejosos. Maioria.
Palavras e destino
O ser humano é um "bicho" ( e é bicho, não adianta bater o pezinho) estonteado. Não sabe nada de sua origem nem de seu futuro. O que sabemos é que viemos de uma combinação obscura e vamos de volta para o nada da Terra. É o que sabemos, e isso enlouquece. Para diminuir a loucura, inventaram as religiões. Destino nos incomoda, ele foi "escrito" por alguém? Se foi, não há como escapar; e se não há destino, podemos então escrevê-lo, ao nosso jeito? Faz pouco, li de novo que - "Mude suas palavras, e mudará sua vida". Será? E se as palavras forem apenas palavras mudadas, mas não sentidas pelo coração, vale? Dizem que de tanto repetirmos frases e palavras passaremos, imperiosamente, a acreditar nelas. Ah, então tá: sou bonito, bom e rico, sou bonito, bom e rico, sou bonito... Cansei.
Elas
Quando digo, e vivo dizendo em palestras, colunas, comentários no rádio e na TV, que as mulheres têm muitas dificuldades de jogar o jogo delas. São muito mais adversárias que amigas. Quando falo mal da Escola de Princesas, uma imbecilidade que não existe semelhante para os guris, muitas mulheres ficam iradas. Uma dessas perguntou – “Que mal há em educar as meninas para que sejam mais puras e donzelas”? Coitadinha, não sabe o que diz. Puras e donzelas para serem entregues a impuros e ordinários como esses que andam por aí em maioria? Francamente.
Justiça é ilusão
Se você quer viver um pouco melhor não espere por justiça, não existe justiça, existe um arremedo que alguns prepotentes acham que é justiça. Não há justiça em nenhum lugar, podemos, eventualmente, "ganhar" uma situação que se afigura como justiça, mas não é. Melhor é viver sob o princípio de realidade, isto é, esperar qualquer coisa de qualquer pessoa. No ambiente de trabalho, por exemplo, só os muito ingênuos acham que vão ser promovidos por justiça, premiados por dedicação, reconhecidos por qualificação, ética, o que for. O que lhes acontecer será por alguma razão que foge do que chamamos de justiça. Grosso modo, nem no casamento devemos esperar por justiça... Viver com essa certeza produz menos frustrações, estresses e até depressão.
As "unhas"
Nossas decepções nunca vêm dos outros, vêm de nós mesmos. Explico. Nossas decepções resultam de percepções equivocadas que tivemos desta ou daquela pessoa... Num primeiro momento, não quero ver a "unhas" dela, ou dele, no caso das mulheres. Mas as "unhas" sempre estiveram ali, à mostra, nós é que não quisemos ver... Então, não faz sentido aquela história de mulheres, mais tarde, decepcionadas com "ele", dizerem que o "safado" casou e mostrou as unhas... Negativo, as unhas sempre estiveram ali, à vista. Quando estamos tomados pelo desejo, que equivocadamente chamamos de amor, estão cegos, não vemos. Diante disso, que fique claro, num divórcio os dois, os dois têm culpa. Um por ser como é, e o outro por ter sido "cego". Melhor então é psss, ficar quietinho/a e não abrir a boca.
Acaba logo
Um amiga me conta um pequeno caso de seu namoro recém-iniciado. O sujeito é de uma das nossas forças armadas, mas é, pelo que senti, um machinho impotente, prepotente e inseguro. A amiga me contou que falou para o namorado que tinha um aniversário de um velho amigo para ir, que não podia deixar de ir. O machinho pulou sobre os cascos: Não, tu não vais. Começou uma pequena discussão, pequena, nada demais... Mas a amiga ficou encucada e pensativa. Ouvi a história e recomendei-a imediatamente a acabar com o namoro. Um prepotente que quer se impor sem rodeios, mostra logo o caráter: vai surrá-la mais tarde, se não fizer coisa pior. Machos impotentes, ciumentos e mandões têm que ser mandados pastar. Se ela vai fazer isso? Não sei. Se não fizer, depois eu levo maçãs para ela... se der...
Milagres possíveis
Muitos não entendem que quando se diz que o talento vem de 99% de transpiração e 1% da inspiração o que, na verdade, se quer dizer é que o talento é suor. Esses 99% da transpiração é obstinação, certeza interior da pessoa de que ela vai alcançar o que deseja, mas que para isso é preciso muito trabalho. E que fique muito claro, quem suar esses 99% vai logo descobrir que a tal inspiração, essa coisinha mínima de 1%, não passa de consequência lógica. Quem luta muito por uma causa vai vencê-la, e, bem provável, nem precise desse unzinho de inspiração. A inspiração é mesmo os 99%. Sutil? Tanto quanto o sol do meio-dia. Ah, e já ia esquecendo: suor, você sabe, é a verdadeira, a única água benta, a de todos os milagres...
Sábios e intuição
A Natureza foi-nos boa mãe, nós é que, mais das vezes, somos maus filhos. A felicidade, por exemplo, é possibilidade de todos, ninguém está excluído de seus braços. Os sábios da vida sabem-se felizes e agradecem por isso. Os que não têm conhecimentos formais, acadêmicos, ou de qualquer sorte, também sabem, sabem que são felizes pela intuição, e intuição, você sabe, é conhecimento sem consciência, sei que sei mas não sei por que sei... E com isso, que ninguém aponte o dedo acusador à felicidade, ela pode vestir qualquer tipo de roupa e assumir todas as formas, ela é o que nos fazemos dela ou com ela. Linda.
Os bonitões
Dois "bonitões" se casam... - Ah, que beleza de casamento!, dizem os tontos. Por que beleza de casamento? Desde quando que dois "aparentes" bonitões se casando vão produzir um bom casamento? Só os apoucados da mente acreditam nisso. Poucos sabem que muitos foram os testes, as observações, sobre casamentos entre pessoas consideradas bonitonas, ele e ela. Os resultados são desanimadores, tristes mesmo. Os casamentos entre celebrados bonitões não chegam a bom termo, ficam pelo caminho. Primeira razão, os dois se atraíram por equívocos, os dois se viram "bonitos" e desconheciam que só o "caráter", a beleza do caráter produz casamentos felizes e longevos. Impossível um casamento ser bem-sucedidos se não for um casamentos de duas pessoas de bom caráter, afinadas entre si. Raros, raríssimos esses casamentos.
Amor para sempre
Dia destes, estava em destaque num dos nossos sites de notícias uma nota sobre casamentos. O título era: "Amor até que a morte nos separe é quase impossível". Depende de como a pessoa entende amor. Se for o fogo de palha das primeiras semanas de uma relação, sim, tudo bem, impossível. Ocorre que a atração inicial que aproxima duas pessoas é um artifício da Natureza para que homens e mulheres se aproximem visando à perpetuação da espécie. Muitos confundem essa atração com amor. Amor é um sentimento que vem com o tempo, com as lentas descobertas de um e outro sobre um e outro. Dessas descobertas deve resultar o companheirismo, esse companheirismo, sim, esse é amor. E esse amor é até o fim... Se não houver esse companheirismo, o gostar de estar com o outro, ele ou ela, não há amor. E aí, melhor é um para cada lado.
Ponha-os a correr
Você não tem diploma? Tudo bem, diploma não enche barriga... num certo sentido. Mas você pode silenciar os "doutores" na sua mesa de bar ou balada, basta que tenha uma excelente carga de leituras na cabeça. Você vai silenciar os "doutores" que, mais das vezes, e por estatísticas, têm o diploma e nada mais na cabeça. Sabem rudimentos de suas "ciências". Mas você com leituras amplas e irrestritas, bah, pode pôr a correr os exibidos dos diplomas ou da conta corrente. Vale dizer isso para os seus filhos pequenos se você for "pobre", pobre de dinheiro, é claro. aliás, só é pobre quem for pobre na cabeça, o mais é figuração de escola de samba. A propósito, ler um jornal, o de sua cidade antes de tudo, é indispensável para ter o que dizer e silenciar os vadios da leitura...
Felicidade fácil
Uma frase atribuída a Carlos Drummond de Andrade me fez pensar, a frase, aliás, vem do tempo de Adão e Eva, porque se há coisa que mexe com o ser humano é a felicidade, ô, coisinha chata... e fugidia. Você chega e ela sai correndo, você a abraça e pensa que agora vai ficar com ela e... ela foge. Aliás, somos nós que a pomos a correr, nós, sem dúvida. A frase do Drummond é esta: - "Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade". Acho que todos concordamos, mas já cansei de ouvir pessoas chamando outras pessoas de "abobadas" porque viviam sorrindo por pouco, cantando e dando-se por felizes. - "Esses idiotas estão felizes com o quê? Bobões". É que costumamos dizer dos que são felizes por pouco. Na verdade, os idiotas somos nós, os que pensamos assim...
Poucas linhas
Vários conhecidos, não sei se são amigos, amigos só vamos conhecer mesmo na hora do H, ou do grave pepino... Nas boas, até eu... Mas como dizia, vários conhecidos me aconselharam a não escrever aqui mais que duas ou três linhas, mais as pessoas não leem. Não dei bola ao conselho e estou tranquilo, eu sei que os olhos que agora correm por estas linhas estão acima da média, é para esses que escrevo. Mas o que quero dizer é que gostei da declaração do escritor angolano Valter Hugo Mãe que disse que os livros estão entre seus melhores amigos. Aplaudi. Esses amigos silenciosos nos gritam verdades para a vida, nos distraem, nos elevam, estão sempre conosco e com eles podemos contar sempre, além de nunca nos trair. Aos livros.
Nós e a raposa
Você sabe que a raposa ia indo para casa quando se deparou com um formidável parreiral. Ficou com água na boca, e começou a pular para pegar todas as uvas que pudesse... Não pegou nenhuma. A raposa era baixinha, mas não podia admitir a sua "incapacidade" para alcançar as uvas... O que fez? Usou dos mais comuns dos Mecanismos de Defesa do Ego, a racionalização. A raposa, inconscientemente, viu que as uvas estavam verdes e lutar por elas era tolice. E foi para casa em paz com essa mentira inconsciente. Nós, os humanos inteligentes, fazemos isso o dia todo, escondemos as nossas incompetências e desculpas inconscientes com racionalizações que nos preservam o Ego das mágoas do fracasso. Somos umas "raposas" incorrigíveis. Nossas mentiras nos fazem sofrer menos que as verdades...
Desapego e vida
Conta a história que um príncipe muito rico descobriu-se, num certo, dia infeliz. Descobrira a finitude, a morte, ao ver passar um carro fúnebre. Ficou desolado e contou isso aos amigos. Um deles recomendou-lhe que procurasse por Buda, o sábio, Buda o poderia ajudar. Dito e feito, o príncipe saiu pelas ruas a procurar por Buda. Buda, Buda, Buda onde andas? Até que deu de cara com Buda. E contou ao sábio de sua angústia e de seu desencanto pela vida ao descobrir-se finito. O que devo fazer, perguntou o príncipe ao Buda. Muito simples, respondeu o sábio: - Larga o que tens nas mãos e me segue. O príncipe, muito rico, tinha nas mãos um saquinho de ouro, era a sua bolsa. - Só isso, largar o que tenho nas mãos e te seguir? - Sim, só isso, disse o Buda. E o príncipe largou na calçada seu saquinho de ouro. E lá se foram, Buda na frente e o príncipe mais atrás. A certa altura, Buda virou-se para o príncipe e falou: - Eu disse "larga"... E o príncipe iluminou-se. Sutil...
Batatão
Sentei para tomar meu chimarrão. A cuia na mão esquerda, o controle remoto na direita. O que aparecer de bom na tela, paro ali... E giro, giro, giro pelos canais e... nada. Até que entra um telejornal, interessante. Lá pelas tantas, aparece uma jovem repórter, bonita, aliás, mais que bonita, para o meu gosto, linda, mas... No braço esquerdo dela um "batatão". Batatão é o nome que se dá no Sul aos relógios daquele tamanho, quase relógios de parede, típicos de homens. A repórter, bonita, ficou me devendo. Será que ela não sabe que mulher "não deve" usar relógios deste tamanhão, relógios de homens? - Ah, Prates, mas é muito comum... Muito comum mas fora dos princípios da boa elegância feminina. Relógios de mulher são relógios de mulher, relógios de homens são relógios de homem. Sim, eu sei, estou sendo chamado de tudo...
Pobrezinhas
Quem são as pobrezinhas? Ué, você não sabe? São as crianças que estão nascendo, pobrezinhas, órfãs de pais vivos. Sim, são órfãs as crianças que não são educadas pelo "não". Não é uma palavra libertadora, orientadora, cimento dos melhores valores morais. Felizes as crianças educadas pelo não... Já o "sim" significa uma liberdade às crianças que na verdade significa omissão, medo e incompetência de quem as tem que educar. Crescem felizes e fortes as crianças educadas pelo não. Quando os pais dizem "não" a um filho precisam explicar o porquê do não. Já o sim não exige explicações, a porta fica aberta para os filhos fazerem o que desejam, e o que desejam, mais das vezes, não lhes é bom para a vida. Mas vá dizer isso para as legiões de pais apenas "biológicos". Argh!
Mentira deslavada
Detesto quando leio um velho dizer que se pudesse voltar à juventude repetiria os mesmos erros cometidos. Que baita farsante! Ora bolas, erros sempre nos incomodam, é impossível ser feliz em cima de um erro, só masoquistas gostam de sofrer. Mas eu entendo esses farsantes, eles não querem admitir que erraram ou, pior que isso, mentem que seus erros foram tão magníficos que valeria a pena repeti-los. Tolos. De minha parte, ardo em fúria com as minhas estupidezes da juventude, não fossem elas, bah, eu andaria longe a esta hora... Meus erros foram meus infernos, alguns me queimam até hoje... Só o que me faltava voltar no tempo para repetir uma estupidez. Mentirosos, inventem outra!...
Oratória e teatro
De fato, não há nada de novo abaixo do sol, tudo vai e volta. Lendo, faz pouco, jornais de São Paulo fiquei sabendo que alguns colégios estão oferecendo "teatro" aos seus alunos visando a prepará-los melhor para atividades profissionais futuras... Boa ideia. O que me fez pensar nas novidades abaixo do sol foi que eu já recomendava isso há muitos anos para os executivos que me procuravam no meu Curso de Comunicação Verbal e Oratória. Sempre recomendei aos administradores que fizessem curso de Oratória e Teatro, indispensáveis para uma boa gestão. A pessoa se solta mais, se descobre melhor, se administra mais adequadamente diante dos outros e se tornam, por fim, uma pessoa melhor. Oratória e teatro, pessoal, o bom caminho para uma vida mais plena.
História de amor
Conta a história que marido e mulher estavam por dormir. Um pouco antes do sono, a mulher diz ao marido que colocou sobre a mesinha do centro, na sala, um pedaço de papel onde ele, pela manhã e ao sair para o trabalho, devia escrever seis defeitos que ele via nela e que ela queria corrigir para tornar-se uma esposa melhor. Combinado. No dia seguinte, a mulher levantou e correu para a sala, queria ler o bilhete do marido com os seis defeitos que ela via nela. Nada. O bilhete estava em branco. Ela ficou decepcionada, murchou. Lá pelas 10 da manhã, toca a campainha. Era o rapaz da floricultura, trazia um buquê de flores com "seis" rosas vermelhas e um bilhetinho assinado pelo marido: - "Não vejo defeitos em ti, te amo". Ela surtou. E viveram felizes para sempre.
Dilemas da vida
Se o coração e a cabeça dizem sim, vá em frente. Se o coração e a cabeça dizem não, não faça... Sim, mas e se a cabeça diz não e o coração diz sim, o que você faz? Há quem diga que devemos ouvir o coração. O coração é a vida, o amor, a loucura dos desejos e das melhores aventuras... Mas é também o "pai" dos divórcios, das grandes perdas, dos grandes arrependimentos. - Ah, Prates, com essa conversa me convenceste, vou ouvir mais a minha cabeça! Vais? Então, prepara-te, não vais mais fazer negócios e muito menos casar...
Otários e espertos
E eu ainda perco meu tempo. Mas se explica. Gosto de ver pilantragens, gosto de ver a gangorra eterna entre dos otários com os espertalhões. Uma pessoa que se dedique a ver a sorte, o futuro das outras, é uma pessoa "esperta". Esperta porque sabe que o mundo dos otários é infinito... Liguei a tevê, numa destas tardes, e lá estava um sujeito lendo cartas após pessoas ligarem para o estúdio e passarem seus problemas. Uma dessas pessoas queria saber se vai arrumar emprego... Ora bolas, para dar essa resposta não é preciso ler cartas. É só mandar a pessoa gastar sola de sapatos, procurar até cansar e... vai arrumar alguma coisa. Ou alguém espera conquistar uma vaga aguardando que Papai Noel lhe bata à porta? De fato, o que seria dos espertalhões não fossem os otários?
Elas e eles
Apenas por questão de estilo vou dizer que ri muito, muito mesmo ao ler no livro - Imagem Profissional - que saias curtas não são apropriadas no ambiente de trabalho... E eu acrescento que não há nada mais ridículo do que uma mulher ao sentar ficar puxando para baixo a saia que ela "intencionalmente" sabia que a ia constranger. Eu disse constranger? Desconsidere. Sim, "seo" Prates, mas e eles, nada dizes sobre eles? Nem é preciso, amiga, nem é preciso. Bermudas, tênis sujos, camisetas encardidas, riscos pelo corpo todo, nem falo em ir para o trabalho vestindo camiseta de futebol, nesse caso é caso de demissão imediata, justíssima causa. Enfim, veste-te e dir-te-ei quem és...
Nossa imagem
Onde está a nossa imagem quando estamos diante de alguém pela primeira vez? Está em tudo o que fazemos, a começar pela fala, pelo tom da voz, pela qualidade do vocabulário, pelas ideias advertidas e mais que tudo pelas inadvertidas, enfim, somos nossa língua. Fala, se queres que te conheça... Mas nossa identidade também se revela pelos gestos, pelo andar, pelas roupas, somos o que somos, não adiantam disfarces ou tentativas de dissimulação de quem somos. De igual modo, é claro, a pessoa que está a nossa frente é o que vamos ler nela, desde, é óbvio, que saibamos "ler" pessoas. E dizendo tudo isso, concluo: - Cruzes, como há "analfabetos" em leituras humanas, haja vista o número apocalíptico de maus casamentos, 98,3% deles...
Ansiedade e fome
A ansiedade produz fome. Disso resulta que as pessoas ansiosas tendem a comer mais do que o natural e necessário. Mas por que a ansiedade produz fome? Ansiedade é medo, medo de algo que não sei exatamente o que é. Quando me sinto acuado tendo a buscar no prazer de comer a compensação ao que na verdade me produz "fome"... A comida é o mais universal dos ansiolíticos. Mas não me acalmo com ela, e como ainda mais. Minhas encrencas inconscientes me empurram para a ansiedade, mas a verdadeira questão é que estou sentido "fome" de algo de que me ressinto na vida. É essa a fome que devo saciar, é esse vazio que precisa ser preenchido. O diacho é que, inconscientemente, a razão da minha "fome" é outra causa de encrenca... Melhor então é encher a barriga...
Corpo e alma
Uma frase do francês Voltaire está cheia de razões mas... Mas não fecha a conta das verdades do amor. Voltaire disse que - A beleza agrada apenas aos olhos; é a doçura nos modos que encanta a alma". Bah, concordo, mas... Não é o que acontece, por exemplo, nas baladas. O que primeiro nos atrai em alguém é a imagem desse alguém, a pessoa que nos atrai tem os moldes dos nossos tipos físicos arquivados no subconsciente. Quando chega alguém ou quando pousamos os olhos sobre alguém com aquele biótipo armazenado pelo tempo no nosso porão mental, ah, aí está o nosso "amor", aí está quem estávamos a esperar, mas... Mas esse é apenas o anzol das atrações físicas: o físico. O amor nasce das doçuras do caráter, dos encantos do que não costuma aparecer nos desenhos do corpo. E adianta dizer?
Limão e vida
Transformar limão em limonada é uma frase vulgar, todavia, se ouvida com mais apuro é uma formidável lição para a vida. Queiramos ou não, o pior dos limões, o mais azedo, que colhemos na horta da vida é a velhice. Contudo, alguns parvos ao invés de sugerir aos velhos, aos idosos, que procurem tirar do limão da velhice gostosas limonadas, não o fazem, usam, isso sim, de uma sórdida mentira: dizem que eles, os velhos, estão na melhor idade. Quem diz isso merece uns sopapos. A velhice nunca foi ou será a melhor idade. Melhor idade é dos 18 aos 25... A única maneira de deixar um pouco mais doce o amargo limão da velhice é ocupar a mente, o tempo todo, com algum entusiasmo, seja pelo que for. A cabeça bem ocupada é a melhor das limonadas.
Bem-aventurados ou otários?
Cristo pregou humildade, disse mesmo que os humildes são bem-aventurados. Magnífico. Mas só as pessoas de elevada sensibilidade reconhecem na humildade alheia uma apreciável virtude. No convívio do dia a dia, quando é raríssimo encontrarmos pessoas sensíveis, elevadas, os humildades são tomados por paspalhos, objetos de aproveitamento e explorações indevidas, abusadas mesmo. São os otários, no dizer vulgar. Machado de Assis dizia que "se fores muito doce, te comem"... Bela frase figurada, é de pensar. E não é mesmo o que mais se vê por aí e especialmente nos ambientes de trabalho? Bem-aventurados os humildes? Para Cristo sim, para ele... Aqui por baixo não.
Crises
Há dois tipos de crises na vida, a inevitável e a evitável. Um exemplo de inevitável, você vai pela calçada e lhe cai sobre a cabeça um jarro de flores lá do oitavo andar. Lesões graves, hospital, dias e dias parado e sofrendo, é uma crise do tipo inevitável, você não tinha como imaginá-la e evitá-la. São raras essas crises. As comuns são as crises previsíveis; os jovens, por exemplo, que não começam cedo a poupar para a aposentadoria, os que não se cuidam na saúde, os que não se qualificam para o trabalho ou nem pensam num Plano B, o plano das emergências nas crises. Enfim, as crises de que mais nos queixamos têm a nossa marca, a nossa irresponsabilidade durante os tempos bons da vida. Depois, nas chuvas e trovoadas, é tarde. E adianta dizer?
Filosofia
A Filosofia é vista como bruxa má por todas as pessoas de mentes estreitas ou mal-intencionadas, pois não? Claro, a Filosofia é a ciência dos porquês, nada deixa passar em branco. Ela fustiga a ignorância. Ela vai às causas primeiras de tudo, não é por outra razão que também é chamada a mãe de todas as ciências. Só estúpidos a tiram dos currículos da juventude... A pessoa pode dar as voltas que quiser sobre qualquer ciência, mas vai acabar nos braços da Filosofia. Aliás, acabei de ler uma frase de Francis Bacon, filósofo e estadista inglês, uma flechada a frase do Bacon - "As inquietações e a adversidade levam à religião". Perfeito. Ou você acha que as igrejas andariam cheias se todos estivesse bem, felizes da vida? Bolas, o pessoal só se lembra do santo quando troveja...
Paz interior
Assuntinho chato e batido esse da felicidade depender de nós. O diacho é que não há outra saída, a felicidade depende sim só de nós. Já disse aqui inúmeras vezes que pobre do sujeito, ele ou ela, que coloca a sua felicidade em alguém ou em algo. Essa pessoa vai depender desse alguém ou desse algo. E nesse caso a felicidade está fora da pessoa, está na dependência externa. Agora tem uma coisa, se você quiser ter um "pouquinho" mais de paz esconda o seu eventual sucesso dos outros, dos mais próximos especialmente. A inveja dos outros a/o vai incomodar o tempo todo. E se você for pessoa humilde, sem grandes razões para a inveja alheia, aí a coisa fica com você mesma/o. Dependendo de como pensar, você será feliz ou infeliz. Nesse caso, a felicidade estará só nas suas mãos. Que tal? Eu prefiro a inveja do sucesso. Que ardam os outros...
Certas mulheres
Mulher sem auto-respeito não devia ter nascido, vivo dizendo isso. Falo que uma mulher não tem o direito de aparecer na televisão chorando ao dizer que não sabia que o seu amante abusava sexualmente de sua filha de sete anos. Como é que uma mulher não sabe disso, não intui, não desconfia, se mãe que é mãe tem um natural instinto sobre o bem-estar dos filhos? E mais ainda, como não desconfiar se ela mesma já sofreu violências do vagabundo? Digo isso e algumas "sonsas" me dizem que eu não sei das necessidades dessa mulher, das realidades dela, que ela bem pode depender do ordinário e por isso se sujeita... Nem levo adiante a discussão, a tal mãe e suas defensoras não deviam ter nascido. Mulherzinhas!
Nós e os outros
Um velho conceito humano diz que - "Para sermos felizes, não podemos nos preocupar demais com os outros". Muito bonito da boca para fora. Uma cuidadora emocional de pacientes terminais - a australiana Brownie Ware - depois de muito conversar com pacientes que esperavam pela hora da morte, escreveu o livro - Os cinco maiores arrependimentos à beira da morte". E contou que o arrependimento que mais ouviu das pessoas moribundas foi - "Não ter vivido a minha vida, mas a vida que os outros esperavam que eu vivesse". E eu costumo dizer em minhas palestras que é o modo como "todos" vivemos: pelos olhos, pelos ouvidos e pelas expectativas dos outros. Trouxas.
Tijolos da admiração
Você quer fazer um grande investimento na vida, investimento de todos os dias e com "rendimentos" permanentes? Invista em palavras. Como? Sim, palavras. Aprenda, tente, uma palavra nova por dia, como se estivesse fazendo uma casa, cada palavra seria um tijolo. Lá pelas tantas você terá construído um palácio, será admirada/o por todos, temida/o mesmo. Palavras elevam nosso poder de pensar, falar, convencer e conquistar. Mas não é fácil. Você sabe quantas palavras novas um americano médio, com o Segundo Grau completado, aprende e inclui no seu vocabulário diário? Cinco. Não mais que cinco palavras. O trabalho é duro mas altamente compensador. Comece agora.
Não estamos sós
Nós somos feitos por uma "multidão", a começar por nossos pais ou substitutos deles. Vamos crescendo cercados por adultos de todo tipo, alguns nos impressionam mais, outros menos, mas todos nos deixam alguma marca. Será mais feliz, mais bem realizada na vida a pessoa que tiver dentro de si o predomínio de outras pessoas de bom caráter e bons propósitos profissionais na vida. E a influência dessa gente toda dentro de nós se dá de modo inconsciente, quase sempre. São raras as pessoas que isoladamente, de modo consciente para nós, nos mudam a vida, elas existem, mas não são tão comuns assim. Somos, enfim, o resultado de vozes silenciosas dentro de nós e, mais das vezes, nem suspeitamos disso.
Segredo
Dica para os rapazes ter sucesso com alguma garota "desconhecida", numa festa. Identificada a garota interessante, é procurar por alguém que a conheça e possa fazer a aproximação dos dois. Apresentados um ao outro, o rapaz interessado na garota, depois de alguns poucos, fazendo cara de quem já sabe a resposta - pergunta à ela: qual é o teu signo? Ela, intrigada, diz qual é. E ele, com cara tranquila, murmura: Eu tinha certeza. Pronto, ela está fisgada. Depois disso, ele diz a ela uma porção de frases daquelas que não podem ser contestadas, como, por exemplo: você é muito romântica, você é muito dedicada quando ama, você não gosta de pessoas falsas, enfim, obviedades. E ela vai, é claro, concordar e ficar encantada... Minutos depois, com cara de "preciso te dizer mais", o sujeito pede para ver a palma da mão da garota, para ler as linhas... Ela estende a mão e o resto é fácil de concluir. Rapazes, tentem...
Prata e ouro
Acabei de ler um ditado que num primeiro momento se me afigurou grosseiro. Pensando um pouco mais, nada tem de grosseiro, o modo de dizer é que pode parecer um puxão no nosso braço. Diz assim o tal ditado: - "Ouro e prata fazem porcos parecerem limpos". Vou dizer como o entendi: - Boas roupas, bons adereços podem fazer pessoas ordinárias parecerem gente boa... E é o que mais vemos por aí, não é por outra razão que os casamentos andam durando tanto quanto o tempo de uma folha despendendo-se de um galho... Pessoas travestidas de educadas, de honestas, de boas mesmo mas que não passam de tipos nojentos. É encontra-los, identifica-los e manda-los para o devido lugar: o desprezo. Sim, eu sei vai sobrar poucos por perto...
Minhas preces
Tenho rezado muito, mas não vou ficar sabendo do resultado dessas preces, mas vou continuar. Foi assim. Abri o jornal e lá estava esta manchete, acima de uma foto: "4 dos 6 grandes macacos do mundo estão em risco". Na foto, macacos deste tamanho, enormes, bonitões. Em extinção. E por quê? Ora bolas, estúpidos do mundo todo indo para Bornéu e Sumatra, onde vivem os macacos, para caçá-los. Os boçais querem se divertir matando bichos lindos, livres e indefesos. Minhas preces? Para que todos os tiros disparados saiam pela culatra e peguem a quem os de fato merecem: os que apertam os gatilhos. Infames miseráveis.
Sem remédios
Ouça o que diz uma psicóloga americana da Universidade de Stanford - Kelly Macgonigal - sobre Estresse: - "A percepção que temos dos eventos faz toda a diferença. O que pensamos e como agimos podem transformar qualquer experiência em estressante". Bah, vivo dizendo isso faz tempo. Então não adiante a pessoa tomar ansiolíticos, tranquilizantes, chazinho disto ou daquilo, vai continuar encrencada com tolices na vida se não mudar o modo como percebe os fatos que a cercam no dia a dia. É a velha história, o céu e o inferno estão dentro de nós, abrir as cortinas para o céu ou acender o fogo para o inferno só depende de nós. É como felicidade, porta que só abre por dentro e a chave é só nossa...
Bichos humanos
Ela estava mais uma vez muito riquinha. Riquinha na linguagem gaúcha é queridinha. Quem? A Suzana Vieira no Vídeo Show. Lá pelas tantas, mostraram no programa cenas de lojas para pets, agora é assim, pets. Devia ser bichos, bichinhos, mas é pets. E apresentavam roupas, sapatos, óculos, capas de chuvas, adereços de todo tipo para os pobrezinhos indefesos. A Suzana foi iluminada, mandou que o pessoal não fizesse isso, que os bichos não gostam dessas fantasias que só podem mesmo sair da cabeça de pessoas. Se fosse eu no programa, diria "gente estúpida", do mesmo tipo que manda cortar o rabinho dos bichos para que fiquem mais bonitos... Eu sugiro que mandem cortar outra "coisa", bem mais inútil. Deixem os bichos livres, "bichos".
Perda de tempo
Acabei de ler a declaração de uma mulher famosa que foi duramente surrada pelo marido... E ela dizia que muitas mulheres não conhecem a Lei Maria da Penha e não denunciam seus espancadores etc. etc... Negativo, amiga, negativo. Uma mulher que tenha um mínimo de brio não precisa conhecer lei nenhuma, no momento em que o safado pigarrear mais forte com ela, pronto, ali deve acabar tudo. Mulher não tem que esperar pela surra, conhecer a lei, isto e mais aquilo, tem é que cair fora no primeiro momento de prepotência do machinho impotente. Certo? Como? Você acha, amiga, que eu perco o meu tempo? Obrigado pelo aviso...
Doces e Lobos
Achei há pouco um provérbio italiano que dói no lombo da honestidade. Diz assim – “Faze-te de mel, e as moscas te comerão”. Perfeito. Não sei se foi daí que Machado de Assis tirou a frase dele – “Se fores muito doce, te comerão, muito amargo, te vomitarão”. Dito de outro modo, o provérbio italiano significa que infelizmente não podemos ser doces, isto é, educados, corteses, gentis... nos vão atropelar, seremos tomados por trouxas, por abobados. Infelizmente, os estúpidos são maioria, melhor, então, é ser lobo travestido de cordeiro... Ou, melhor, ser um bom lobo na hora certa...
Investimentos
A frase é de um tenista, pode ser de qualquer um de nós. O tenista, falando do campeonato de que vai participar e sobre ele mesmo, disse que - "Está bom e ainda pode melhorar. Aí está uma frase para todos nós. Afinal, quem de nós não pode e não deve melhorar, seja no que for? E se engana quem pensa que nossos esforços vão ser "usados" pelo empregador, pelo marido, pela mulher, por quem quer que seja, puro engano. Quando investimos em nós, nós vamos obter os "rendimentos" desse investimento. E se não houver nenhum reconhecimento ou "aplauso" externo, nós saberemos que cumprimos, ou estamos cumprindo, como o nosso dever diante de nós mesmos. E dizendo isso, lembrei-me do mantra da vida feliz - "Quem tem vida interior não sente solidão". Vale dizer que quem se qualifica para si mesmo, investe numa felicidade que não depende de reconhecimentos externos. E aí estará a verdadeira felicidade: não depender de nada nem de ninguém...
As aparências
Oscar Wilde, o escritor irlandês, dizia que “só os idiotas não julgam pelas aparências”. É verdade. Há que diga, todavia, que as aparências enganam, discordo, elas só enganam nas aparências... Quem afundar os olhos, os sentidos, sobre a outra pessoa vai descobri-la nos pormenores da alma. É que nos traímos, ou nos revelamos, por todos os poros... As aparências não enganam não. Mas é bom que não apuremos muito os sentidos, quem o fizer não mais vai achar com quem fazer negócios e muito menos se casar... A pessoa não mais vai acreditar no que vê, verá o que não está tão à vista...
Para pensar
Querer chegar sem partir é insensatez que muitos alimentam. É mais ou menos como esperar pela colheita de uma semeadura que não foi feita. Quem quiser ser alguma coisa na vida precisa entender que a consequência é sempre o resultado de uma antecedência: semear/colher... poupar/ter... trabalhar/receber... Os melhores exemplos vêm dos desportistas “solitários”, tipos tenistas, boxeadores, ginastas, nadadores, enfim, um enorme grupo de pessoas vencedoras porque jogaram sobre seus caminhos a água benta dos milagres: o suor, muito suor... É a velha história, como muitos atletas já disseram, nós todos adoramos vencer, mas quantas pessoas adoram treinar? E treinar na vida é trabalhar, suar, crer e celebrar... Uma possibilidade de todos, cada um na sua...
Jeitos de ser
Volta e meia alguém me diz que muitas vezes se incomoda porque fala o que não devia ou faz o que não era o melhor a fazer num dado momento... É muito comum. Grosso modo, todos estamos nessa canoa das turbulências do falar ou fazer. Mas é verdade que algumas pessoas são mais impetuosas, mais frequentemente se encrencam ou se arrependem do que fizeram.
Acabei de ler um trecho de um livro de aconselhamentos administrativos, daquele tipo de leitura para gerentes, administradores, pessoal dos RHs, enfim. O tal trecho diz assim:
- “Entre o estímulo e a reposta há um espaço, neste espaço está nossa liberdade e a capacidade de escolher nossa resposta. Nestas escolhas estão nosso crescimento e nossa felicidade”. Não é bem assim. Nessas “escolhas” também estão as nossas dores, arrependimentos mais longevos... Explico.
Nossas respostas ao que ouvimos e ao que temos que reagir são resultados dos “condicionamentos” e os condicionamentos básicos da personalidade vêm da primeira infância. Então, essa história de dizer que entre o estímulo e a resposta há um espaço, sim, há, mas o que vai contar é o condicionamento. E esse condicionamento me levará a soltar a língua de imediato ou a jogar uma pedra em alguém sem tempo de raciocinar. Essa é a questão. Para que mudemos esse modo de pensar e agir, esse condicionamento, precisamos de um longo tempo. Mais das vezes não temos esse tempo nem o queremos ter...
Sabes a aquela história de não levar desaforo para casa? A mesma coisa é dizer o que o pensamos, custe o custar; - Ora bolas, não vou ficar quieto, o que eu tenho que dizer eu digo! Esse tipo de pessoa costuma ser chamada de grossa, de estúpida e de fato o é. Vêm muito desse tipo de comportamento as antipatias, os desencontros nas amizades e os casamentos desfeitos. Dá para mudar? Dá, com muita consciência desse tipo de comportamento e com um treinamento deveras intenso até o fim da vida. E até o fim da vida talvez seja pouco, insuficiente...
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Presente e futuro
Frases, ditados, provérbios, aforismos, enfim, são resumos formidáveis da sabedoria humana. Há, todavia, os que desdenham dessas sentenças populares, dizem que são valores sem valor, coisa de gente miúda, gente afeita a livros de autoajuda. Tenho pena desses coitados. Vão acabar procurando por “curandeiros” em especiais momentos da vida, coisa bem pior que ler livros de autoajuda.
Aliás, os obtusos que desdenham desses livros populares não têm cabeça para entender que os tais livros de autoajuda não resolvem o problema de quem quer que seja, eles apontam caminhos, isso sim. Os livros resultam de estudos, pesquisas, observações e nos dão uma certa orientação – “Ó, é por aqui, ou pelo menos a maioria tem escolhido este caminho”... Mas aceitar ou não a sugestão, escolher, enfim, o caminho é decisão pessoal, não do autor do livro. Mas os tacanhos, falsamente eruditos, não entendem isso. Coitados.
Vim até aqui para fazer uso de uma frase de parachoque de caminhão, esta: - “Não jogue com o futuro, viva sua vida hoje”. Simples, não é mesmo? Dito de outro modo, a velha proposta latina do carpe diem, viver o hoje, afinal, só temos “garantidamente” o aqui e agora. Os budistas dizem o mesmo.
Sim, tudo bem, poucos contestam. A questão é que continuamos a colocar a felicidade no “lá e então”, isto é, em outro lugar, diferente de onde nos encontramos agora e, então, outro momento. Bolas, é impossível ser feliz no “lá e então”, nunca estaremos em outro lugar e em outro momento estando no aqui e agora. Confuso? Nem um pouco.
O ser humano é muito estulto, joga com um futuro que se lhe afigura garantido e esquece que o prazo de validade do ser humano lhe é absolutamente desconhecido. Os que vivem o aqui e agora, os que transformam os “limões” azedos da vida de agora em apreciadas limonadas são verdadeiramente os sábios da vida. Poucos, bem poucos. A maioria fica no – quando eu me formar, quando eu me casar, quando eu ganhar mais, quando eu estiver em Paris, quando eu ganhar aumento, quando eu estiver na praia... E tudo isso pode ser apenas uma ilusão da vida, nada disso pode existir... - Ah, mas não me devo abater por esse derrotismo psicológico! Derrotismo psicológico é viver jogando a vida para um incerto futuro...
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“Desplugue-se”
Eu sei que a coisa não funciona bem assim, pois mesmo assim dei um conselho... Foi dia destes, nem lembro quando exatamente, um amigo suspirava-me cansaços, rotina fastidiosa, chatices acumuladas, aquelas coisas, enfim, que todos conhecemos muito bem. Foi nesse momento que dei o tal conselho, um conselho que tanto pode ser ótimo quanto uma vigorosa impossibilidade. Vou explicar.
Diante das chatices de que se queixava o meu amigo, sugeri a ele uma viagem, não precisava ser uma viagem transatlântica, não precisa... Bastava um bom passeio com a mulher e pronto, o alívio seria imediato. Meu amigo não topou a ideia e me disse o que eu sempre soube mas às vezes esqueço: - “De nada me adiantaria sair por aí, Prates, eu não estaria devidamente desplugado”... Entendi na hora.
O grande problema humano é esse “desplugar-se”, que significa saia, vá se divertir e esqueça suas encrencas costumeiras! Quando nos é possível sair e viver a viagem, o passeio, é porque não deixamos para trás nada “plugado” numa encrenca ou preocupação. E depois que disse o que disse ao meu amigo, lembrei-me de uma passagem que “ouvi” de Sêneca, o filósofo latino. Sêneca dizia, em carta, a seu amigo Lucílio que – “Tua busca por aventuras de nada te será útil, pois viajas junto com tuas paixões, teu mal vai junto”... Perfeito. E é esta uma das razões por que tantas pessoas morrem exatamente quando estavam fora, numa viagem de recreação com a mulher, com o marido. Mais das vezes, bem mais, morrem os homens... Não é estranho que uma pessoa morra exatamente quando está “aparentemente” a se divertir? – Ah, Prates, coincidência, acaso...
Negativo, leitora, negativo. Nossa mente consciente pode até se distrair por alguns momentos, mas se houver encrencas ou preocupações deixadas para trás, o inconsciente demoníaco nos vai incomodar ao ponto de um infarto ou perda do prazer do tempo de recreação. Enfim, somos humanos, o que é nosso, de bom e de ruim, está sempre conosco, vai sempre dentro de nós, queiramos ou não...
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Ela tem toda razão
Li a notícia e comentei com algumas pessoas. O do que menos chamaram a dona Dilma foi de bruxa. Ouvi grosseiros xingamentos sobre a decisão dela, decisão, aliás, que não sei se de fato é como está no jornal. Vou repassar, em resumo, a tal notícia:
- “Irritada com a barulheira provocada pelo som dos sapatos dos funcionários no Palácio da Alvorada, Dilma mandou comprar dezenas de...pantufas! Sabendo da irritação da presidenta, os garçons já vinham usando sapatos com solas de borracha”. Esta a notícia, em resumo.
Dou crédito por inteiro à informação. De fato, é extremamente irritante, para quem tem um mínimo de compromisso com elegância, disciplina e bons modos, o barulho de saltos de sapatos nos corredores da empresa. Cansei de segurar uma informação na última emissora por que passei ao ouvir saltos batendo forte nas cercanias do estúdio... Eram colegas, todas mulheres, indo e vindo para lá e para cá na empresa. Batem os saltos com o vigor das pessoas grossas que não se dão conta, ou se dão, o que é pior, dessa falta de educação que é caminhar fazendo barulho. Já nem falo nas que caminham arrastando as sandálias ou os chinelos, aquele insuportável léc-léc-léc...
E há também as toscas que chegam ao apartamento de madrugada fazendo o mesmo barulho com os saltões, você sabe de imediato de quem se trata, mesmo que não conheça a “pessoa”. Dona Dilma com o poder que tem fez bem, mandar as toscas andar de pantufas pelos corredores do Palácio. É assim que se faz.
Vivemos um momento péssimo, educação, bons modos são coisas que cada vez menos se vê por aí. De crianças mal-educadas (você conhece alguma educada?) aos velhos e velhas de todos os tipos. Não vamos longe, eles embarcam no avião de bermudas, camisetas surradas e tênis. Tem cabimento? E elas, na primeira ocasião, tiram os sapatos, espirram, tossem, tudo sem lenço nem cuidados. E são esses os tipos que andam se juntando e, se sobrar tempo e muitos anos depois, casando... Dona Dilma, “na casa dela” mandou bem... Pantufas para as grossas.
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Quem pode explicar?
Toda vez que vejo uma cena como essa fico pensando, por quê? Como? O que explica? Nenhuma resposta. Respostas “religiosas” não estou aceitando, por favor...
Antes de dizer do que se trata, apenas lembro que dia destes falei aqui sobre um guri de Porto Alegre que vive debaixo de uma ponte com os pais, a “casa” deles é um arranjado de papelões, os pais são papeleiros. E esse guri só tira 10 nas provas escolares, é viciado em 10, não abre mão da nota máxima... Já perguntei várias vezes de onde lhe veio a disciplina, o gosto pelos estudos, o asseio, tudo, de onde vieram essas prendas da vida?
Agora, acabo de ver na televisão, outra vez Porto Alegre, um guri de 11 anos, Richard, mirradinho, parece que tem 8 anos, tocando um violino maravilhoso. O menino toca em frente a um shopping, e diz arrecadar dinheiro para comprar um violino profissional, ele hoje usa um instrumento artesanal.
O repórter perguntou ao menino de onde lhe saiu essa vocação para o violino, a música clássica. O menino diz que “sempre” gostou de violino, de Vivaldi – o autor das Quatro Estações – e que sempre apreciou música barroca. E os pais são pobres e nunca ouviram falar de música clássica... Ninguém em casa sabe o que é música barroca, partituras, Vivaldi, nada... De onde o guri tirou tudo isso?
É isso o que me encanta, esse “mistério” que desde cedo empurra as pessoas para o bem ou para o mal. Sim, porque um guri psicopata também nasce psicopata, nunca vai ter cura... Ouvi aquele piá mandando ver no violino e fique novamente intrigado, por quê, como, de onde lhe veio tudo isso?
Não tiro da minha cabeça o que aprendi na escola marista, estudando os gregos: - “Nada está no intelecto sem que antes tenha passado pelos sentidos, não há ideias inatas”... Acho essa proposta magnífica, mas como é que se explica o menino/violinista? De casa não foi que as ideias de música clássica lhe chegaram à cabeça, ninguém toca violino em casa e muito menos ouve música erudita. Milagre? Prefiro dizer, desconhecimento de nossas possibilidades humanas, isso sim. Mas que é intrigante, é...
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Menos já é mais
Se as famílias brasileiras fizessem um pouco mais, fariam bem menos do que fazem as famílias da Coréia do Sul, mas ainda assim já seria bem “mais” e um ótimo negócio para o Brasil. Sim, entendo, a frase é turva, vamos puxar a cortina e deixar o sol entrar na conversa.
A Coréia do Sul até “ontem”, no calendário da história humana, era um nada. Mas os coreanos conheceram o “sabor” ácido da guerra, fome, destruição e percalços de toda sorte enquanto viveu confiando na sorte. Teve que aprender rápido e para sempre. E o que fizeram os coreanos mais velhos? Entenderam que tinham que dar boa educação, instrução, aos seus filhos. E foi para já, tão pronto decidiram por isso.
Hoje a Coréia nos manda um aviso: façam o mesmo antes que vocês acabem. São tantos os fatores “disciplinares” a determinar a liderança mundial da Coréia no ensino de seus jovens que fica difícil hierarquizar os méritos. Um deles, vamos lá.
Os professores coreanos a cada cinco anos precisam voltar à Universidade e fazer um curso de reciclagem de 300 horas, seja quem for, e tudo com avaliações, provas e testes. Quem não passar, cai fora da sala de aula. E os professores contam que a cada dia que passa mais eles se sentem inseguros diante dos alunos que levantam a mão para fazer perguntas, cada pergunta... E os professores precisam ter a resposta. Imagine, leitora, esse sistema por aqui, não ficaria professor em sala de aula. Não ficaria, eu disse...
Os alunos têm que se reger pela palavra inglesa – The Best. O melhor, a melhor, menos não interessa, a competitividade é militar. Todos os dias, leituras em voz alta, interpretação do que foi lido, debates e avaliações. Os coreanos sabem que a leitura sem compreensão vale tanto quanto a casca de uma laranja chupada...
Duas outras virtudes em sala de aula: disciplina e tecnologia, sempre, incondicional. Onde vão parar esses coreaninhos? Mandando no mundo, nos fazendo lamber o chão por inferioridade e dependência... O assunto não se esgota, baixe um pouco mais, aos tópicos.
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Os detalhes revelam
As pessoas se revelam nos detalhes, naqueles pormenores que costumam passar batidos. Aliás, aí está a grande encrenca e maiores razões para a falência coletiva dos casamentos de hoje: na pressa, eles e elas não querem ver, não têm olhos para perceber os embustes que se manifestam na personalidade dos seus objetos de amor. Que horror!
Mas como disse, os detalhes dizem muito de uma pessoa. Remexendo em maus arquivos sobre jovens, escolas, formação moral, famílias, enfim, tudo visando a uma palestra para professores em Ilhota, SC, reencontrei a história de um guri pobre e admirável. Bem pobre, é importante dizer. Já falei dele aqui, o que agora quero é trazer “detalhes” sobre o menino, detalhes que eu havia deixado passar...
Fiquei sabendo desse garoto, o José Luiz, 15, ao ler um jornal de Porto Alegre que a ele dedicou duas páginas. Duas... A manchete era esta: - “Debaixo da ponte, um aluno nota 10”. Encurtando a conversa, o garotão só tira 10 na escola, numa matéria ou outra ele fracassa, tira nove... A nota dez é um tédio nos seus boletins.
Vive com os pais debaixo de uma ponte na entrada de Porto Alegre, os pais são papeleiros. A “casa” é uma armação de papelão, repito, debaixo de uma ponte. Ali vive um guri nota 10 na escola pública estadual Ezequiel Nunes, uma escola típica em que outros tantos e tantos, em condições sociais bem melhores que a do José Luiz, tiram notas baixas porque são vagabundos. É a única razão por que alunos tiram notas ruins, são vagabundos.
Os detalhes a que me referi sobre esse menino o tornam ainda mais admirável. Ele vive debaixo de uma ponte, repito, mas... Mas toma banho todos os dias, lava o cabelo e veste roupas absolutamente limpas, o que já nos dá uma ideia da mãe dele... E agora, como se explica que nessa miséria toda viva um guri nota 10? A resposta é óbvia: onde há vontade e vergonha na cara não há miséria, há riqueza potencial e sucesso a esperar numa das esquinas da vida. Era isso. Agora dê uma olhada nas notas dos mocinhos aí por perto, leitora, leitor...
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E ainda não aprenderam?
Acabei de ler uma manchete triste num jornal de São Paulo. Triste mas que também pode provocar irritação, tudo vai depender do ponto de vista. E essa manchete pode ser estampada nos jornais de todas as cidades, em todas é a mesma coisa...
Antes de dizer da tal manchete, devo recordar uma frase que eu ouvia todo sábado na TV Cultura de São Paulo quando o Artur da Távola encerrava o programa – Quem tem medo da música clássica? Ele dizia: - Quem tem vida interior não sente solidão!
A frase é irretocável, é por isso que muitas e muitas pessoas vivem agudos processos de solidão, são pessoas que só têm vida por fora. As posses materiais, tão desejadas por muitos, só nos garantem prazeres até certo ponto, e param. É preciso que nossos bens estejam dentro de nós. Deixe-me dizer da manchete triste.
A manchete é esta: - “Mulheres mais velhas caem em golpe em sites de namoro”. Que horror! Que pobres mulheres. Fui ler, ávido pelos detalhes. Nada de novo. São mulheres “sozinhas”, viúvas muitas delas e, mais que tudo, mendigas emocionais... Não é que não tenham família, filhos, netos, amigos, nada disso, mas nada lhes consegue preencher os vazios da vida vazia...
Mas eu vou mais longe, não são só mulheres mais velhas que caem nessas patranhas dos vagabundos que as querem lograr, há muita mocinha universitária caindo nessas redes (sociais) e dos crimes do “amor”. Mas vamos nos ater às idosas, mulheres com casa própria, algum dinheiro guardado, boas aposentadorias até mesmo, mas... Sem cabeça.
Por que não gozam do convívio com os amigos, com familiares, com outras mulheres interessantes? Não, elas querem um “patrão” ao lado. E pior de tudo, entregam bens, dinheiro, tudo ou quase tudo aos pilantras que as enganam com frases de sedução e fotos retocadas. As idiotas caem ingenuamente na conversa dos caras. Eu disse idiotas? Desculpe-me, “ingênuas”, quis dizer...
Para terminar esta conversa enjoada, um aviso às mulheres que me estão agora “ouvindo”: conversem com suas mães, se elas estiveram nesse grupo de risco, conversem com suas filhas, com suas amigas, com você mesma... Ou você já não ouviu dizer que é muito melhor estar só que mal acompanhada? E dizer que muitas dessas mulheres “desesperadas” bem que já sabem o que é ter ao lado um sujeito bronco, tosco. Ou alguém acha que pode encontrar um príncipe vagando pela internet? Vão ler um livro, vovós!
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Não, visivelmente não foi coisa ensaiada. E veio daí a minha emoção. Vez por outra, raramente, a televisão mostra alguma coisa que preste, como foi o caso que lhe vou contar. A matéria entrou nos intervalos entre um banditismo e outro, o que hoje mais ocupa os telejornais.
As imagens mostravam um gurizinho de três anos, depois eu conto da roupa que ele vestia. Esse menino foi ensinado pela mãe a levar o lixo lá no portão. Aos três anos, veja bem. Exatamente como prego por aqui faz anos. Crianças têm que ser ensinadas desde cedo a “trabalhar”, a ajudar em casa.
Como disse, o gurizinho, de Belo Horizonte, foi ensinado a levar o lixo lá fora. Aprendeu logo e gostou da tarefa, ninguém mais podia levar o lixo lá fora, tinha que ser ele. E desenvolveu, um pouco mais tarde, a habilidade de jogar os sacos plásticos de lixo num latão na calçada. Virou um “artista”, jogava os sacos de lixo como um “profissional”. Tanto foi à calçada levar o lixo que, é claro, acabou encontrando os garis que recolhem o lixo e o jogam no caminhão. O gurizinho ficou encantado. E cada vez mais queria jogar o lixo no latão.
Um dia, ajudou os garis a jogar o lixo no caminhão. Foi uma laúza naquele caminhão, os garis pararam, sorriram, choraram, abraçaram o menino e ele ficou em êxtase. Na semana seguinte, os garis voltaram com um presente para o menino: um par de “luvinhas”, do tipo que eles usam para carregar o lixo; naquele dia o gurizinho estava todo vestido de gari, uma roupinha feita exclusiva para ele. Que lindo. – Ah, guri classe média alta...
Vendo as imagens caseiras e na calçada, junto ao caminhão do lixo, via-se que o menino estava sempre sério, fazendo o de que gostavam e isso em pleno “período de molde”, o período da infância que alicerça os caminhos do caráter futuro, segundo Freud. O menino está no bom caminho, dificilmente se perderá na vida. Essa “tendência” para o bem foi fundamentada pela família, mas é do guri, é dele, é coisa que ele trouxe com ele para a vida. Duvido que algum dia ele se perca, duvido. Nasceu potencialmente bom, foi educado para ser bom, será bom. Aliás, Um beijo, gurizinho, não sei o teu nome, não sei muito mais de ti mas o que sei me garante: tu és bom.
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Dois famosos se separaram, vocês os conhece bem, conhece-os da televisão. Não sou o Nelson Rubens – meu colega na RedeTV para falar desses assuntos - mas este caso de que me vou valer para falar de casamentos é um caso especial.
O casal, ele e ela muito famosos, separou-se depois de 22 anos de casamento. Vamos convir que se um dos dois tivesse um traço muito ruim de caráter o casamento não teria durado tanto tempo. Então por que se separaram?
O casal não explica, mas imagino que um dos dois ficou muito magoado com alguma coisa. Quando, por exemplo, o homem é bonitão, cheio de fãs, se não tiver muito controle emocional, pode cair em tentação. Nunca soube de um caso desse tipo que envolvesse a mulher caindo em tentação. Mas quero deixar claro que essa possibilidade, a da tentação, é meramente uma hipótese, não sei de nada dos motivos da separação.
O que me traz ao assunto é outra coisa. Quando casais jovens se separam, não há dúvidas: os dois eram imaturos, casaram pelo fogo do desejo e no dia a dia se descobriram insuportáveis. É o que anda acontece em todas as separações de que você tem conhecimento. Com o desaparecimento do namoro e do noivado como períodos de conhecimentos mútuos e demorados, tudo sob vigília familiar, o que anda por aí hoje é desatino e irresponsabilidade puros. Os graves problemas de caráter não são percebidos...
Acabei de ler uma discutível fórmula de manter casamentos. Em resumo, ela diz que – O hábito diminui a admiração, daí que qualquer mediocridade nova derrota a eminência envelhecida. Cuide, portanto, de renascer em tudo, sempre com novidades”.
Refinada tolice. Algumas virtudes de uma pessoa nos fazem atraídos por ela. E isso pode levar ao casamento. Imaginar que essa pessoa precise mudar continuamente para que continuemos a gostar dela é apurada estultícia. O que separa os casais é fundamentalmente o caráter deles. Um homem “enjoar” de uma mulher que esteve ao seu lado por muito tempo – sem um grave motivo - e trocá-la por outra é uma revelação de caráter: o sujeito é um bronco. E sem essa de que precisamos nos renovar, renascer continuamente para manter o amor. O amor se eterniza pelas ternuras do caráter. E quem ama de fato vê o outro todos os dias com um novo rosto, o rosto do amor.
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Subversão de valores
Havia uma música caipira, faz tempo, cujo refrão era: - “Tá tudo errado, cumpadre, tá tudo errado”... Essa música devia ser cantada hoje, está tudo errado, há uma escandalosa subversão da ordem dos valores. Ética, posturas corretas, respeito, tudo, enfim, que produz um bom ser humano está em baixa na bolsa de valores morais.
Hoje você externa um pensamento, que pode ser discutido pelo sim e pelo não, e se encrenca. Só o que vale é o pensamento de rebanho, de baixo valor, de nenhum talento, ah, isso ganha manchetes generosas de parte da imprensa pífia e aplausos histéricos de parte da grande plateia dos que na cabeça nada têm.
Veja se tem cabimento. Dia destes, peguei um “grande” jornal de São Paulo, grande no nome, e lá estava na capa a foto de um humorista pelado. Pelado com todas as letras, e sem nenhuma roupa, para eu fazer humor barato. Tem cabimento? Tem cabimento que um jornal publique um sujeito pelado na capa? – Ah, mas e se fosse uma mulher? Mesma coisa, não se justificaria. Capa de jornal é para coisas sérias, informativas, educativas, motivadoras, o melhor do que foi apurado pela reportagem.
Por que não puseram na capa a foto das três gurias gêmeas, 15 anos, da zona rural da cidade de Vitória, ES, que acabam de ganhar medalhas de ouro em matemática na competição anual do Ministério da Educação? As três no topo, nota 10, dez em matemática numa competição que envolve 18 milhões de jovens. Essas gurias são pobres, filhas de agricultores semianalfabetos, por que esses exemplos não são colocados em amplo destaque nas capas dos jornais e nas manchetes dos telejornais? Simples. Coisas boas não elevam os índices de leitura ou audiência. A maioria quer sertanejos analfabetos, grosseiros, o povo quer escândalos, sangue nas manchetes, tudo, enfim, do que não presta. E se é isso o que “vende” mais, tomem conteúdos e programas rasteiros. Um dia, creio, tudo vai mudar, penso que depois de um novo dilúvio universal, não antes... Bons exemplos não educam mais, pais frouxos, autoridades minguadas, justiça discutível, filosofia do – “me dá o meu” – deu nesse Brasil porco de hoje. Não creio que antes do “dilúvio” a roda possa girar e o que hoje está em cima venha para baixo, o devido lugar...
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Ela, ele e a toalha
Já contei essa história aqui. Já? Não lembro. Pelo sim e pelo não, vou repeti-la, afinal, a repetição é a mãe do aprendizado. Foi assim...
O marido chegou de volta do trabalho à casa, isso lá pelas 7 da noite. A mulher estava na sala vendo televisão com os dois filhos pequenos do casal. Ela estava até aqui com a vida... A vida era o marido. Mas ele nem aí, nada notou. Chegou, foi tirando o casaco e jogou um beijo para a mulher. Eram casados há 15 anos e depois de 15 anos, você sabe, marido e mulher não se beijam mais, atiram beijos... Foi o que fez o marido, jogou um beijo à mulher e foi para o banho. Ela ficou na sala, furiosa mas contida, afinal, o marido não lhe dera qualquer motivo para briga, não hoje, nem ontem... Mas ela estava amuada de há muito com pequenas desatenções do marido. Pequenas desatenções que foram fazendo-a sentir-se muito chateada com o casamento. Enfim...
O marido foi para o banho e minutos depois gritou lá do banheiro: - MARIAAAA, me traz a minha toalha daí! – Ah, era do que ela precisava, ela fez um bico e grunhiu: - “Não sou tua empregada, vem buscar! Ao que ele retribuiu: - Ô, grossa! E ela por sua vez: - Grossa tu sabes quem é...!
Pronto, uma baita briga. - E que tu querias o quê, Prates? O cara gritou “uma ordem” para a mulher, ela estava para lá de frustrada com o marido pelas somadas desatenções dele, nada mais justo que ela se aproveitasse do ensejo para mandar-lhe o recado de há tanto sufocado: não sou tua empregada.
Vim até aqui para dizer que os casados têm a obrigação de ser inteligentes, delicados a vida toda, não apenas nos três ou quatro dias da lua-de-mel. Se esse marido tivesse gritado lá do banheiro: - “Amorzinhooooo, traz a toalhinha pro teu neguinho”! Ela engoliria em seco e levaria a toalha, com certeza, afinal, é impossível brigar com alguém que nos chama de amorzinho, pede por uma toalhinha para o neguinho...
Inteligência, cortesias, respeito salvam casamentos, sempre. Mais ainda depois de tantos anos. Os burros esquecem disso. E por isso muitos casamentos acabam...
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Contar uma vitória depois de uma vitória é fácil e tudo fica mais “romântico”, ético, singular, épico, enfim. Muitas vitórias, todavia, especialmente essas relatadas nos livros de História não passaram de grandes blefes, mentiras, ou foram vitórias por puro acaso, acidente mesmo. Nada de bravo, heroico e retumbante. Mas é aquela coisa, explicar derrotas é constrangedor, quase sempre atribuímos fragilidades ao derrotado.
Vim até aqui para contar, em resumo, o que um cidadão americano contou da vida dele e, para mim, pelo que li, o tal sujeito é o cara... A base do motivo por que venho até você é a cartilha que ele disse ter escrito aos 38 anos para seguir dali para a frente e conquistar o que desejava na vida. Vou resumir a cartilha do cidadão, cujo primeiro nome é Rolf, o encontrei nas páginas da revista Men`s Health – A saúde dos homens.
Rolf determinou-se ao seguinte, como disse aos 38 anos: - Quando chegasse aos 80 anos ter vivido muito bem; 2) manter-me mentalmente são, com respeito próprio e dignidade, e não ser solitário; 3) ter boa saúde; 4) curtir muito o que estivesse fazendo; 5) ter liberdade e paz de espírito; 6) não me sentir injustiçado; 7) ter dinheiro para bancar os itens anteriores; 8) ser livre de desilusões; 9) ser confiante mas não egoísta; 10) evitar a armadilha de possuir uma grande propriedade; 11) tomar minhas próprias decisões e ser dono do meu tempo, o dinheiro não será um fim em si mesmo...
Hoje o cidadão tem 92 anos e diz viver rigorosamente de acordo com a cartilha um dia escrita aos 38 anos. Fez a vida na área de tecnologias, hoje de computadores e satélites de clima. – “Sou quem eu queria ser”, diz ele, aos 92 anos. Que tal você escrever uma cartilha parecida? Nem pensar? Pior que isso é um sujeito ao meu lado dizer que não é difícil alguém escrever uma tal história depois de ter envelhecido e enriquecido. Quem pode provar? Muito da História se escreveu assim. Pelo sim e pelo não, prefiro ficar no credo, cri no Rolf.
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Larguei o jornal e liguei a tevê. No jornal, acabara de ler a história de um sujeito que assinava uma coluna num grande jornal brasileiro e que contava que há 11 anos ele “morreu”. “Morreu” ao ouvir o diagnóstico médico sobre a assustadora doença que o acometia sem que ele até então desconfiasse.
O cidadão, depois de duro tratamento, curou-se. Mas da experiência sobrou-lhe uma revelação que ele hoje passa adiante: a de que a vida só foi de fato descoberta depois da doença, do grande susto. Mais um que diz isso. Antes de ir adiante, deixe-dizer sobre o que vi na televisão.
Num desses programas populares, um jovem apresentador e humorista contava da depressão por que passou e da psicoterapia de que precisou para “voltar” à vida. Aqui está um caso muito comum, as pessoas estão colocando suas vidas sobre poeiras existenciais, sobre valores que de valor nada têm... Vamos coletivizar o assunto: andamos, leitora, andamos mais ou menos todos correndo atrás dos ventos das vaidades e dos valores sem valor, quando na verdade só a saúde, leia-se a vida, tem de fato valor. O diacho é que as pessoas só costumam acordar quando são empurradas escada abaixo na vida...
O cidadão que falava da doença assustadora por que passou está entre a maioria, a maioria que só descobre a vida quando está próxima de perde-la. E precisa ser assim? Não, não precisa, mas o ser humano é assim.
Depois de uma demissão traumática, depois de um desencontro amoroso, depois de uma moléstia, depois, enfim, de uma perda significativa, muita gente “acorda”. Coitados. Estou falando do coletivo humano. A estupidez é inerente ao ser humano. Só a saúde conta. Com ela podemos tudo, ir e vir, amar, trabalhar, viver prazeres de todo tipo e especialmente os mais simples, os verdadeiros. Sem saúde, babaus. Mas quantos de nós saem de casa para comprar foguetes e explodi-los na alegria da celebração da saúde? Ter essa consciência depois da doença ou de uma perda dolorida é ser muito, muito estúpido. Quase todos nós. Aliás, gostaria de conhecer uma exceção. Nem o Dalai-Lama diz-se exceção...
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Larguei o jornal e liguei a tevê. No jornal, acabara de ler a história de um sujeito que assinava uma coluna num grande jornal brasileiro e que contava que há 11 anos ele “morreu”. “Morreu” ao ouvir o diagnóstico médico sobre a assustadora doença que o acometia sem que ele até então desconfiasse.
O cidadão, depois de duro tratamento, curou-se. Mas da experiência sobrou-lhe uma revelação que ele hoje passa adiante: a de que a vida só foi de fato descoberta depois da doença, do grande susto. Mais um que diz isso. Antes de ir adiante, deixe-dizer sobre o que vi na televisão.
Num desses programas populares, um jovem apresentador e humorista contava da depressão por que passou e da psicoterapia de que precisou para “voltar” à vida. Aqui está um caso muito comum, as pessoas estão colocando suas vidas sobre poeiras existenciais, sobre valores que de valor nada têm... Vamos coletivizar o assunto: andamos, leitora, andamos mais ou menos todos correndo atrás dos ventos das vaidades e dos valores sem valor, quando na verdade só a saúde, leia-se a vida, tem de fato valor. O diacho é que as pessoas só costumam acordar quando são empurradas escada abaixo na vida...
O cidadão que falava da doença assustadora por que passou está entre a maioria, a maioria que só descobre a vida quando está próxima de perde-la. E precisa ser assim? Não, não precisa, mas o ser humano é assim.
Depois de uma demissão traumática, depois de um desencontro amoroso, depois de uma moléstia, depois, enfim, de uma perda significativa, muita gente “acorda”. Coitados. Estou falando do coletivo humano. A estupidez é inerente ao ser humano. Só a saúde conta. Com ela podemos tudo, ir e vir, amar, trabalhar, viver prazeres de todo tipo e especialmente os mais simples, os verdadeiros. Sem saúde, babaus. Mas quantos de nós saem de casa para comprar foguetes e explodi-los na alegria da celebração da saúde? Ter essa consciência depois da doença ou de uma perda dolorida é ser muito, muito estúpido. Quase todos nós. Aliás, gostaria de conhecer uma exceção. Nem o Dalai-Lama diz-se exceção...
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As pessoas não se dão conta de que se houvesse destino a vida seria um inferno. Quem poderia escapar de um destino ruim? Grosso modo, não podemos garantir que não exista destino, ocorre que se houver haverá um deus a propô-lo. E o ser humano, por mais que se diga crente, no fundo sabe que não crê em nada; deseja crer, mas não passa disso. Fácil ter a certeza, basta olhar para o comportamento das pessoas. Elas saem da igreja e no primeiro passo na calçada cospem no chão... Uma cuspida simbólica que representa seus pensamentos... A pessoa “peca” a cada piscada de olho, “peca” e não quer se dar conta disso.
Se no coração das pessoas houvesse de fato a fé, sinônimo de certeza, ah, não fariam o que fazem. Dizem crer porque é desesperador ter consciência da morte e saber que depois dela, bah, nada mais, só a escuridão eterna... É isso o que nos tira do sério na vida.
Vim até aqui para falar de algo que acabei de ler nos jornais. Este Brasil moralmente falido vai de mal a pior. As multidões que vão às igrejas só vão “pedir”, só vão em busca de “milagres”, só vão fingir a si mesmas... Quem quer de fato um milagre, o produz. Os milagres só podem vir de dentro de nós, jamais de fora, jamais.
Mas o que ia dizer sobre o Brasil moralmente falido é que este é também o país campeão mundial de cesarianas. Muitas mulheres querem ser mães mas não querem passar pelo parto, parto natural é para pobretonas, pensam; as desavisadas querem anestesias, cirurgias, querem “ter” sem doer... Até aí, nada. O que me tirou do sério foi ler a declararão de alguns médicos de que incontáveis levianas – grávidas - querem ter filhos com data marcada para favorecer o horóscopo do pivete, perdão, quis dizer filho. Ou não será um pivete quem nasce regido pela vontade da mãe para que ele seja deste ou daquele signo, mais favorável? Acreditar em signos é pós-graduação em estupidez.
No fundo, as pessoas acreditam, sim, no horóscopo e se acreditam em horóscopo acreditam em destino, e se acreditam em destino serão pessoas falidas na vida. O único “destino” com que podemos contar é o da decência e o do muito suor na testa, a água benta que produz milagres, só. O mais é crença burra.
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Liguei a tevê, eu não queria ruídos, fui direto para o canal Arte 1. Dava um programa sobre pinturas, arte. Bem na hora em que eu chegava ao canal, um pintor dizia que “O problema não é fazer um poema aos 20 anos, o problema é fazer aos 60”... Ele se referia a arte que se confunde com um poema, linguagem típica de uma pessoa de sensibilidade. De fato, um quadro, uma pintura, uma partitura musical, não deixam de ser um poema. E eu o entendi quando ele disse que compor aos 20 anos é bem diferente de “compor” aos 60...
Se eu pudesse entrar na conversa com o artista, penso que teríamos o que “discutir”. É verdade que o modo como vemos o mundo, o amor, o que for, aos 20 anos tem uma energia que não é a mesma vivida aos 60 anos... O grande diacho é que precisamos ter a tocha da vida muito acesa aos 60 anos ou na idade que for. E até ouso dizer que no caso dos homens, não sei no das mulheres, os homens continuam olhando, por exemplo, para uma jovem de 20 anos como para ela olhavam aos 18 anos deles... O homem nesse aspecto mantém-se aceso.
A grande questão é quando a pessoa se admite como velha, se retrai e se vê como superada e a dizer para si mesma: - Ah, meu tempo passou, isso não é mais para mim...
Todos podemos o tempo todo. Claro que de um modo “fisicamente” diferente, mas isso é uma coisa, outra é o ânimo, os desejos, a chama, a fogueira da vida bem acesa. Quando essa fogueira para de arder acende-se o sinal vermelho, a pessoa começa a morrer e a morrer da pior das mortes: a morte da vida em vida.
Ter sonhos, “desejar”, querer de novo e sempre, sem, é claro, cair no ridículo, é mantra da vida saudável e feliz. O resto é mofo em vida, não ser mais uma pessoa mas algo que respira e anda, sem vida. Aos 60 - por que não? - os mesmos desejos vulcânicos dos 20, agora no ritmo da valsa e não mais do funk... Mas sempre dançando.
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Estava indo a passos estugados para a Caixa Econômica, um negócio de rotina... Foi ontem em Florianópolis. De repente, na calçada da Rua Felipe Schmidt, a rua principal do comércio da cidade, uma garota me estende a mão e me entrega um folheto. Dizia assim, o folheto: Curso de Filosofia – à maneira clássica. Peguei o folheto e li sobre o programa do curso. Interessante.
O curso propunha perguntas e discussões sobre – Quem sou? Onde estou? Eu e minha luta interior. O Ser humano e a Superação da dor... E outras questões instigantes, mas parei sobre uma proposta: O Ser humano e a Superação da dor.
De imediato me ocorreu que passamos pela vida sendo fustigados por dois tipos de dor: a física, perfeitamente superável pelos anestésicos, e a dor emocional, a que não tem remédio que a cure. Dizem que o tempo é o remédio...
Especulando sobre as propostas do curso, pensei comigo que a dor física nos ocorre bem menos frequentemente que as dores emocionais, as dores que nos cravam um punhal na alma e não há o que as aliviem. De onde vêm essas dores? Elas vêm da percepção, dos valores que damos a elas durante a vida, tanto é que o que nos faz emocionalmente sofrer pode fazer outra pessoa sorrir...
As dores emocionais só têm valor de acordo com o valor que damos ao que nos provoca dor. Um amor, por exemplo. Não choramos pela pessoa que nos abandonou, choramos por nós mesmos, estamos é com pena de nós mesmos. Não existe essa história de amar o outro, amamos a nós mesmos por meio do outro, que nos é um instrumento, um corpo, uma ideia de prazer. E esse tipo de vivência pode não doer, tudo depende de como a pessoa pensa e perceber o amor perdido. Vale para todo tipo de dor emocional, uma dor que o tempo ajuda a atenuar e pela singela razão de que o tempo nos vai fragmentando as memórias. Lá pelas tantas, lembramos de coisas que não ocorreram e alteramos outras que ocorreram. É por isso que o tempo é o melhor remédio, ele “altera” as lembranças, esfarela os fatos e a consciência deixa de sofrer. Na verdade, tudo resulta de nossas interpretações sobre o que nos acontece. Daí que tudo o que faz sofrer também pode fazer não sofrer. Depende de cada um de nós.
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Há velhos de pouca idade, 20, 25, por aí. Velhos acabados com pouca idade. Razão? A cabeça dessas pessoas está vazia, oca, sem conteúdos que ocupem a mente, motive os músculos, faça as pernas andar e os braços trabalhar. – Ah, que conversa mole, Prates! Também acho, conversa muito chata.
Ocorre que muita gente anda arrastando correntes pela vida e não se dá conta de que dinheiro no banco é importante, ajuda muito mas depois de uma certa quantia, babaus, não serve para mais nada. Vem daí uma das graças “naturais” da vida, aquela que nos fez saber, há séculos, que dinheiro não produz felicidade incondicional, se só o dinheiro nos fizesse felizes, os pobres seriam sempre uns entubados da vida e os ricos viveriam nadando nos rios do prazer. Não é assim.
Acabei de ler que – “Se os estímulos mentais, motivacionais, se os desafios encolhem na aposentadoria, a pessoa corre sérios riscos de vida; não é o contracheque que salva vidas, mas a letargia mental”. Perfeito, vivo dizendo isso. Aliás, já contei aqui que companhias internacionais de seguro, faz tempo, nos fizeram saber que as pessoas que se aposentam, com saúde, e não iniciam um novo trabalho, um novo desafio, têm uma sobrevida muito curta. Em suma, pessoa saudável e que não faz mais nada depois da aposentadoria, tende a morrer mais cedo...
Você vê nas ruas, segundo diz um emérito professor brasileiro, pessoas que no caminhar já revelam que não têm para onde ir, que são “aposentados” da existência. Desaparece-lhes a energia do caminhar típico de quem vai a algum lugar.
Você não acha cansativo, chato mesmo, ter que viver repetindo essas platitudes, essas obviedades? Mesmo assim, as pessoas parecem não querer ouvir. Ninguém quer morrer cedo mas as pessoas também não querem abrir mão dos seus “assassinos prazeres”. Exemplo? Muitos. Comer além da conta, beber de modo indevido, estressar-se por ninharias, brigar por pouco, chorar por nada, acelerar o carro para chegar aos vazios da vida e pensar que o motor do carro pode substituir a potência que deve estar em outro lugar. Na mente... Enfim, o ser humano é mesmo um caso perdido, gostaria de conhecer as exceções, gostaria, mas até hoje estou correndo atrás do vento.
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As coisas não são o que parecem ser, elas são o que fazemos delas. Santo Deus, quantas vezes já disse isso aqui? Mas a cada momento que passa mais me convenço dessa verdade humana. Um exemplo corriqueiro. Você vai indo pela calçada e de repente encontra uma pessoa muito estimada por você, pode até ser bem mais que estimada... Uma pessoa que você não vê há bom tempo mas que nunca lhe saiu da cabeça, do consciente ou do inconsciente. Um encontro casual, que sorte, não é mesmo?
Não, não foi casual esse encontro, ele foi “marcado”. Inconscientemente você desejou e “preparou” esse encontro. Mas o encontro também não se viabilizaria, assim, como que casual, se a outra pessoa também não tivesse o mesmo tipo de pensamentos ou desejos... Dessas duas energias, conscientes ou inconscientes, resultou o encontro.
E esse tipo de “coincidência” vale para tudo na vida. Nossos fracassos profissionais, amorosos, de saúde, de tudo, mais das vezes, resultam de sentimentos inconscientes de não merecimento ou mesmo de sentimentos de culpa. Tudo inconsciente. É como que um tribunal interno de justiça moral nos condenasse a pagar pelo que fizemos. Ocorre, todavia, que nem sempre cometemos os “pecados” que nos levam à ruína por ações de ordem inconsciente. Não raro, criamos mentalmente os erros que nos fazem pagar ou sofrer por eles. Tudo inconsciente. Aí é que está o problema.
E uma vez “punidos” por uma demissão traumática ou por um amor que desejávamos, tínhamos e botamos a perder, nos sentimos aliviados. Mas sofremos. Sim, eu sei, é caso para um Freud nos ajudar a resolver. Mas que fique claro, tudo é o que desejamos que seja. E isso vale para a saúde.
Desejar adoecer ou morrer é bem mais “normal” do que pensamos, e isso é “normal” e frequente em todas as pessoas vivas, em todas. Loucura? Não, consciência moral. Nossos erros que nos fazem sofrer têm causas reais ou imaginárias, os resultados, todavia, são iguais.
Aquilo de que gosto e aquilo de que não gosto não são de minha decisão, são coisas da minha primeira infância e dos adultos que me cercaram e destilaram na minha personalidade em formação o veneno dos preconceitos, dos gostos e desgostos. Enfim, as coisas não são o que parecem ser. São o que queremos que sejam, inconscientemente.
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Deus e o diabo
Um tanto sem ter o que fazer fui “visitar” o Machado de Assis, fazia alguns dias que eu não o “via”. Peguei um livro de contos e me dispus a ler qualquer um deles. Parei no conto “A Igreja do Diabo”. Vou-me valer desse conto do Machado para conversar um pouco sobre nós, os humanos, tão metidos a sábios, uns entupidos da presunção, isso sim...
Nesse conto do Machado de Assis, que o li pela primeira vez aos 16 anos, o autor fala dos aborrecimentos do diabo por não ter a sua igreja e não receber as celebrações tão frequentes e cheias de salamaleques quanto as recebe o Senhor, Deus.
Pensado e calculado, o Diabo fundou a sua Igreja, não sem antes conversar com o Senhor e dizer a ele de sua decisão. – “Faz o que bem entender”, foi o muxoxo do Senhor. Ouvindo isso, o diabo chispou de volta à terra para fundar a sua Igreja.
Seria, em resumo, uma Igreja de prazeres, tudo o que é pecado na Igreja convencional, seria virtude na Igreja do diabo. Gula? Nada de pecado, prazer puro, encha a barriga o quanto der, era a ordem. Luxuria? Manda ver, nada melhor, sem essa de pecado...
Ajudar o próximo? Qual nada, o negócio é explorar o próximo, tirar vantagens e ser feliz com o incenso da felicidade: o dinheiro. Roubar? Que beleza, olhe para o lado e enfie a mão... E assim o diabo conquistou multidões, o mundo babava por ele. - Agora sim, agora temos uma boa Igreja, diziam “quase” todos. Só quase? Deixemos assim...
O tempo foi passando, a Igreja do diabo um baita sucesso, mas lá pelas tantas ele descobriu que havia gente o traindo. Faziam exatamente o contrário do exortado, ao invés de roubar, doavam; ao invés de comer muito, eram frugais às escondidas; no lugar de desprezar o próximo, muitos pobres eram ajudados nos adiantados da noite. O diabo descobriu isso e ficou fulo, ora já se viu! Foi outra vez falar com Deus e a ele contar das descobertas de traição. Deus o ouviu e simplesmente disse ao diabo: - Mas tu não sabes que o prazer das pessoas é fazer exatamente o contrário do que é correto, mandado?
Em resumo, essa a história. Mas agora, aqui entre nós, leitora, vamos convir, muito do que nos aterrorizaram como pecado é um baita de um prazer, é ou não é? Eu acho que é...
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Ele nasceu pobre e na pobreza se mal encaminhava... Não pela pobreza em si, a pobreza é meramente uma circunstância, jamais um destino. Os de alma elevada logo descobrem isso, os estúpidos ficam o resto da vida reclamando ou caindo no crime, dão a pobreza como desculpas, broncos!
Como dizia, o menino nasceu pobre, brincava na rua. Chama-se Thiago, hoje tem 34 anos, brasileiro. E ele mesmo conta que “não dizia obrigado para ninguém, por nada; cuspia no chão. Eu era esse menino que chutava os outros, jogava pedra”... Não precisas dizer mais nada, Thiago, já tenho bem uma ideia de como tu eras, bah, se já tenho!
O Thiago era chegado em música, ritmos. Era adepto do Hip Hop. Foi indo, foi indo e lá pelas tantas, alguma coisa passou-lhe pela cabeça e ele mudou de rumo. Entrou na música clássica, queria ser bailarino clássico, de óperas, grandes teatros, plateias atônitas, o mundo, enfim... Realizou-se e acabou chegando ao Royal Ballet, de Londres.
Numa entrevista ele conta que “a dança, de uma certa forma, me forçou a aprender disciplina. Me fez mais gentil, me ensinou o gosto pela música clássica, literatura, filmes... A dança mudou a minha personalidade. Eu era esse bronco carioca que jogava bola e bebia cerveja, entendeu? A cultura me salvou, me fez melhor, se conseguirmos inserir isso na sociedade, é o caminho do sucesso”. Aplausos, Thiago, aplausos de pé.
Vivo dizendo isso por aqui, vivo. Mas vá dizer isso às famílias brasileiras, vá. Perderá o tempo. Aqui entre nós os caipiras inventaram o sertanejo universitário, não se queriam ver apenas como sertanejos, na verdade caipiras, e aí, para amenizar, buscaram a palavra universitário.
Essa gente se casa e logo depois se separa, pudera, nada na cabeça, nada. E é como disse Antônio Fagundes, o ator: - “No Brasil, o sujeito vai ao teatro para morrer de rir e depois sair para comer uma pizza”. Credo, com um povo desses, o governo que aí está é de fato o mais indicado... Thiago é um milagre, mas um milagre que pode ser uma regra, não uma exceção. O nome do elixir do milagre é educação, disciplina. Quem não pode? Olha que eu digo...
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Além do tempo
Quando boto um colar com uma figa na ponta, o que busco? Força, segurança, proteção, não é isso? Quando busco um trevo de quatro folhas, a mesma coisa. Quando coloco um crucifixo na bolsa, o que quero? Proteção... Tudo invenção humana. A consciência da finitude nos aterra. Veio dessa consciência a nossa necessidade de criar as religiões e as possíveis vidas pós-morte num paraíso. Tudo invenção humana, não temos provas de nada, de absolutamente nada. Tudo é crenças, dogmas, imposições culturais. E ao meio disso tudo, criamos o “destino”, um modo de nos acomodar aos azares da vida: é destino, coitado do fulano; foi o destino, de fato, não tenho sorte, que destino... Você já ouviu dessas frases ou, pior que tudo, delas fazer eventuais usos...
Vim até aqui para falar dessa nova novela da Globo, Além do Tempo. Essa proposta, além do tempo, é um desespero humano, queremos que a vida continue, que nada acabe, que sejamos infinitos, essas lucubrações sombrias da mente. Puro desespero.
A novela da Globo chegou com uma proposta para pensarmos: - “Tudo na vida tem algum sentido, nada é por acaso”. Dito assim, não temos saída, desculpe-me a vulgaridade, mas estamos fritos. Se tudo tem um sentido, nada ocorre por acaso, então, há destino. E se houver destino, haverá um deus, um deus muito mau. Simples de inferir ou concluir: se as pessoas têm vidas diferentes, uns ricos, outros pobres, uns bonitos, outros feios, uns saudáveis, outros doentes, de onde vieram esses “destinos”? Só podem ter vindo de um “deus”, um deus mau-caráter que dá vidas diferentes às pessoas que não se podem defender.
Sim, mas aí alguém vem e diz que tudo não passa de “carmas”, de infrações que cometemos em vidas anteriores e que agora temos que corrigir... Tudo bem, mas e o início de tudo? Será que o “deus” criador não viu que suas criaturas seriam encaminhadas para o mal pelo livre-arbítrio? E como é que do Supremo bem podem resultar males e sofrimentos? A história não está nada bem contada. Enquanto isso, o ser humano se engana, usa de artifícios, sortilégios, amuletos, tudo no desespero de afastar o mal... E qual a origem do mal senão a imperfeição humana? Essa novela vai dar o que pensar, mas que não leve as pessoas a mais equívocos. Amém.
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A vida na plataforma
Vou falar de um fato, mas antes preciso dar umas voltas. Vamos a elas. Oitenta por cento do nosso tempo diário não serve para nada, parece que serve mas é engano. Perdemos muito tempo e não nos damos conta. – Ah, mas tudo o que eu faço é importante! Não é, é engano seu...
Os vendedores de porta a porta descobriram isso faz tempo. Aliás, os vendedores, de modo geral, sabem disso. De 10 visitas que realizam, vendem para duas, costumeiramente novos clientes. Quer dizer, 20% valeram a pena, os outros foram tentativas. Sobra a óbvia conclusão: é preciso investir nesses 20%, que costumam ser, já disse, potenciais novos clientes, visitados pela primeira vez. O negócio então é investir nesses “desconhecidos”.
Como disse, nossos bons momentos na vida são escassos, resumidos em alguns minutos ou segundos. E digo isso vendo imagens de jogos do Pan, competição que ora se realiza no Canadá. E lá estão os brasileiros.
Às últimas horas vi competições de salto de plataforma em piscina. Olhei bem as mocinhas que competiam. Elas chegavam devagar, um tanto “aéreas” para quem as via de longe, como eu. E de fato, aposto, estavam “aéreas” naqueles escassos segundos que as faziam esperar pelo salto ornamental. Elas chegavam à beira da plataforma, esticavam os braços, torciam o pescoço e “paravam”. Ali, naquele preciso momento, “paradas”, depois de respirar fundo para o salto, ali estava o resumo da vidinha delas. O salto seria consequência de tudo o que antes fora feito para chegar àquele momento. Muitos anos de preparos, sempre pensando “naquele” momento: uma competição mundial. Todas as gotas de suor até então vertidas o foram com um único objetivo: aquele salto, aquela prova.
Uma medalha no pescoço resulta de muitos anos de treinamentos. E o atleta sempre com um pensamento fixo: “chegar lá”. É aquele o momento da vida, o resumo de tudo, o que vai sobrar para as lembranças na velhice. Ah, como são especiais os atletas! Eles têm vida, a vida dos suores e dos momentos exatos de viver: o momento do salto, da corrida, da disputa. Felizes são os que têm um agudo objetivo na vida, só assim a vida se justifica. O resto é enganos. O coração só crê, o sangue só pulsa e a alma só se alenta diante da paixão. Paixão por “algo”, é claro, e que fique claro...
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Vou contar um fato, mas antes preciso dar umas voltas. Vamos lá. - Sim, dou de barato, é ingenuidade. Mas por que, Santo Deus, elas são “ingênuas” só para isso? E onde ficaram os pais? E os professores? E as boas amigas? Diachos, o que mais falta hoje é família, pai e mãe. A escola “morreu”, não ensina mais nada de Moral e Cívica, os professores, os que ainda poderiam tentar, foram silenciados... Professor hoje não tem voz em sala de aula, não para esses compromissos de completar a educação dos jovens. Enfim.
Veja esta manchete que guardei de um grande jornal: - “Número de vítimas de imagens íntimas vazadas na web quadruplica em 2 anos”. Trocando a moeda: fotos de jovens mulheres, crianças até mesmo, inundam a web postadas por ex-namorados. No caso das mulheres “adultas” são os ex-amantes os bandidos. Sim, e elas serão apenas “vítimas”? Passaram-se por ingênuas para “prender” os camaradas atendendo aos apelos imundos deles? Claro que sim.
Tem cabimento que uma garota de 14 anos, como se podia ler nas reportagens, tenha-se filmado durante o banho e mandado as imagens para o namorado? O vagabundo, mais tarde, brigou com ela e pôs as fotos nas odiosas redes sociais. Já houve casos de suicídios de adolescentes em razão dessas postagens. E os pais? Por que os pais não falam disso em casa? – Ah, Prates, é constrangedor, não tenho coragem!
Tudo bem, até entendo. Mas falem do assunto perto das filhas como se estivessem a falar de um caso distante, a informação “paralela” produz efeitos, e os jovens as entendem muito bem, de ingênuos eles não têm nada. De imbecis, sim, têm muito.
Essa mulher de 14 anos que se fotografou nua no banho, aos 17 anos teve um filho. Tem cabimento? 17 anos é idade de andar em quermesses no pátio da igreja e não fazendo filho. E o “pai”? Nada foi dito sobre isso. E que não se enganem os pais, a porta fechada dos quartos à noite, o computador ligado até tarde, bah, sai coisa pior que dos bordeis da década de 40... E tudo com “crianças”, adolescentes e “velhos”, gente acima dos 18 anos. E para terminar, essa “ingenuidade” terá preço eterno, nunca mais as fotos vão deixar de circular nas redes. Que falta de laço, coletiva!
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Liberdade e responsabilidade rimam. Aliás, não só rimam como são irmãs gêmeas. De outro modo, liberdade com irresponsabilidade é igual a - povo brasileiro. Quer dizer, muito do povo brasileiro. Não tem cabimento ouvir na televisão e ler nos jornais que 57% dos endividados brasileiros estão há mais de três meses com as contas atrasadas. E são milhões.
Aí você vai ver o que foi comprado para justificar esses débitos. E só vai encontrar “desejos”, futilidades, maus vícios de consumo e quase nada de necessidades. Desejo e necessidade não se juntam. O de que preciso é bem diferente do que desejo. Bem diferente.
Esse pessoal leviano que anda por aí, maioria do povo, ganha pouco, deve uma vela para cada santo mas não abre mão de “sair”, de comer fora, de viajar, disso e daquilo. E muitos desses irresponsáveis ainda se queixam do governo. Nesse caso, só nesse, desculpem, mas o governo não tem nada a ver. O salário de um sujeito não é decidido pelo governo, é decidido pela competência e personalidade do trabalhador. O sujeito pode ser competente mas se não tiver dentro do peito um bom gerente que não se queixe da sorte. Quem não sabe gerenciar sua competência no trabalho vai precisar de um gerente “externo”, e nesse caso não pode ranger dentes contra a escala de serviço nem contra o salário recebido.
De outro lado, quando a pessoa tem competência, consciência disso e um bom gerente “interno” vai ter distinções na escala de serviço e ganhar adequadamente ao que faz e à competência que demonstra.
Voltando aos gastos. O povinho não abre mão dos supérfluos, não abre mão do carro, não abre mão dos passeios e jantares fora, tudo na base do “crédito” no cartão... Os dias passam, vem a cobrança e os pilantras pulam fora, deixam passar, entram no vermelho e não pagam. Esse tipo de gente tem o que merece: um futuro sem nada. E mais uma vez, o governo nada tem a ver com isso. A quantos esta touca vai servir? Que cada um responda por si, se nada tiver a dever, que bom; se tiver... Decida...
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A manchete dizia que ela pediu demissão, esgotada. Fui ler a história. Pudera. Entre a pena que fiquei dela, por compreendê-la, a raia que senti pelo delinquente foi muito maior. Delinquente safado, ordinário. Eu o queria na minha sala de disciplina, uma salinha especial na “minha escola”, é a sala de Pedagogia “Terapêutica”. Uma beleza, o pequeno vagabundo entra e sai em poucos minutos. Sai “recuperado” pelo resto da vida.
Foi em Curitiba. Os alunos voltaram do recreio, opa, desculpe-me, não é mais recreio, é intervalo. Os perdidos na vida dizem que recreio é coisa de criança... Um desses, encheu o bucho no intervalo, mal-educado tem bucho, não tem estômago, sentou-se lá no fundo e deu um baita, um escandaloso arroto, esfregou a barriga e disse: - Ah, que alívio!
Eu queria um tipo desses fazendo coisa parecida num colégio militar, ah, queria. Aí você vai ver o que aconteceu depois do arroto/deboche. Nada. Afinal, arrotar é humano, dizem os “pedagogos do amor”, os pífios e “compreensivos” da indisciplina em sala de aula.
Agora é assim. E em todo tipo de colégio, não se iluda, leitora, não é apenas em “colegiozinhos” que isso acontece. Ocorre em todo tipo de colégio, pagos, bem pagos, caros, bem caros, é isso ou parecido. Afinal, os pais não são “clientes”? E clientes em instituições comerciais são tratados com respeito, distinção.
E a diretora lá dentro o que faz, como reage? Bom, ou a diretora foi nomeada por um “governante”, colocada lá por apadrinhamento, ou está assustada, louca de medo de perder o posto. Daí, silencia. Já em sala de aula, os professores foram podados, não podem nada, lhes foi retirada a força. É isso, é assim e a isso e assim chamam de moderna pedagogia, a asquerosa pedagogia do amor, não é mesmo, Paulo Freire? Que asco. Só não vou lá fora vomitar porque está chovendo. Reajam, professores, reajam, professoras! Ou será que a classe só aparenta ser unida quando faz greves por salário? Se for assim, merecem os “arrotadores” de sala de aula.
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Algumas pessoas me irritam, me irritam pela inveja que tenho delas. Claro que junto à inveja vai a admiração. Ninguém inveja a quem não admira. Neste meu caso, todavia, a admiração é antiga e nada tem de inveja. E não tem porque as habilidades dessa figura de quem vou falar não estão entre as minhas, a admiração vem de tudo o que ele venceu para vencer... Vem das obstinações dele. Aliás, não será a primeira vez que dele vou falar aqui.
O tal sujeito é Amador Aguiar. Ele está na galeria de um dos fundadores do bando Bradesco. Vou transcrever um pedacinho do que andei lendo sobre Amador por estes dias num dos nossos jornais. A certa altura, lia-se que - Amador Aguiar até aos 13 anos ajudava o pai na lavoura. Na lavoura, ouviste bem, leitora? Isso na cidade de Sertãozinho, SP. Mas o guri não gostava de “perder tempo” na lavoura, fugiu de casa e foi arrumar o que fazer na cidade de Bebedouro, SP. Passou fome, dormiu na praça, sofria de asma mas nunca gemeu a vida, pelo contrário, a enfrentou.
A asma, ele contava, foi sua grande amiga para fazê-lo saber das coisas. Como a asma se agudizava à noite, ele não dormia, e para esperar pelo clarear do dia lia de tudo o que lhe caía nas mãos: jornais velhos, revistas, almanaques de farmácia, tudo, de tudo. Acabou se tornando um rapaz interessante, de conversa rica e fácil. Procurou, procurou e arrumou emprego numa tipografia. Deu duro, deu tanto duro que teve o dedo indicador da mão direita cortado por uma máquina. Aposentou-se como o Lula? Qual nada, tocou em frente, Amador era “trabalhador”...
Pouco mais tarde, entrou no banco Noroeste, como contínuo. Suou muito, vendeu ações, bônus, de tudo. Ganhou “pontos”, foi subindo no banco, chegou a gerente. E de gerente, junto com outros colegas, saiu para fundar o Bradesco. Ele foi o cabeça da história do banco. Estudos? Até o quarto ano primário. Nunca precisou de títulos de araque como MBAs, Pós... e doutorados. Quem quer faz, não perde tempo.
Costumo ouvir pessoas se justiçando por dificuldades na vida pelo tamanho da cidade onde moram, poucos estudos, condições financeiras escassas, isso e mais aquilo. Tudo desculpas, compadres. É bom não esquecer, quem sabe faz a hora, não espera acontecer...
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Ontem lembrei de uma história, de um fato, que se fixou na minha memória para sempre, e faz tempo que a ouvi. Dessas histórias que alguém conta e você nunca mais esquece, dessas.
A história de que lembrei envolveu um colega de televisão. Faz anos isso. Ele mesmo contou-nos na redação da emissora o que lhe havia acontecido na noite anterior. Foi assim:
O sujeito tomou banho, vestiu-se para dormir e foi para o quarto. A mulher já estava deitada, como os olhos grudados no teto, assim, como quem não queria nada... O marido aproximou-se da cama, puxou o lençol para se deitar e... Um susto. Debaixo do lençol um presente. Um pacotinho bem-feito, fitinha, aquelas coisas. Ele olhou, pegou o pacote e não entendeu. – Isso é para mim? Perguntou ele à mulher. – “É, é para você e com muito carinho”. Ele não estava entendo da razão de um presente assim, em hora tão estranha e “sem motivo”. Mas havia um motivo.
A mulher lembrou ao marido que naquele dia, e podia ser naquela noite, eles estavam celebrando aniversário de casamento. Ele não se lembrara, puxa, vida não se dera conta da data especial de ambos. E foi essa a história que o colega nos contou na redação, envergonhado – Ah, Prates, que historinha mais mixuruca, não tinhas outra?
Aí é que está, leitora, há momentos na vida que não podemos esquecer, nem para nós e muito menos quando o momento envolve alguém junto à nós. Isso faz parte das cortesias, das delicadezas da vida.
Mas vou contar uma coisa. Tenho comigo uma agenda, nomes e datas de pessoas que se me afiguram – ou afiguravam – importantes, queridas. Ligo para essas pessoas nos dias especiais, mas nunca me ligam do mesmo modo. Ou, justiça seja feita, dois ou três, bem poucos ligam.
Agora imagine a cena: a mulher perfumada, com a cama ajeitada, presentinho debaixo do lençol para o marido e ele chega sem saber de nada... É frustrante. – “Ah, mas homem é assim mesmo, Prates, eles trabalham muito, não têm tempo para essas festinhas típicas de mulher”. Festinhas de mulher? Que Deus a livre, leitora, de um desses tipos de marido, que Deus a livre!
E agora, para não perder a hora, dê uma olhada na sua agenda, olho vivo não faz mal a ninguém...
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Quando estive na Alemanha na Copa de 74, li um artigo num jornal americano que por lá circulava com uma proposta intrigante. Uma antropóloga alemã, cujo nome perdi, tinha uma ideia que na época se me afigurava como estranha, para não dizer louca ou moderna demais...
Pois a ideia está de volta, no México. A ideia é a de amor com data de validade, isso nos casamentos. Muito interessante. Na época, quando pela primeira vez ouvi sobre essa possibilidade, achei interessante mas virei a página. O tempo passou e a coisa nunca esteve tão na moda quanto hoje. Claro, ninguém está casando com contrato assinado e prazo de validade, para ser ou não renovado mais tarde. Mas é o que estão fazendo os “modernos”, os fraldinhas e as dengosas. Muito mais eles que elas, que fique claro. Eles tomam a iniciativa de acabar com o “romance” muitos mais facilmente que elas...
A ideia que pela primeira vez me cruzou pelos neurônios, já disse, é de 1974. Mas agora, os modernos e católicos mexicanos estão pensando seriamente, já faz algum tempo, em casamentos plenamente legalizados com prazo para acabar. Se no fim desse prazo os “amantes” quiserem continuar, pois não, renovam o contrato como quem assina uma locação de apartamento...
E aí, será mesmo algo tão louco assim? Não, não para o mundo de hoje, um mundo de apressados, levianos, irresponsáveis, frívolos e de cabeças vazias. Só sabem gastar, desfilar com latinhas de energéticos na mão, falar de carros, ir à academia, “riscar” o corpo como paredes de cadeia e ficar jogando “games” ou perdendo tempo com bobagens pelo celular. Essa a regra, absolutamente geral, geral, eu disse.
Os casamentos de hoje têm que ter prazo para começar e terminar, sim. Ou alguém vai me dizer que entre os modernos de hoje alguém ainda arde de amor pelo outro um ano depois? Que vão mentir para o pastor! Contratos, sim, isso vai baratear custos na hora da separação. E os responsáveis e que de fato amam não têm porque ficar irados ou fazer bico, continuem juntos e se amando até que a “bruxa” os separe. Chato? Morrinha o assunto? Também acho, mas não o inventei. Ah, dou pleno apoio à ideia.
Trabalhar faz mal?
Ouça bem esta manchete: - “O ambiente de trabalho é um fator de risco para ataques cardíacos”. Vale dizer, a sala onde você trabalha, a empresa onde você trabalha, as pessoas com quem você trabalha, são fatores de perigo para sua saúde. Podem lhe fazer pifar o coração de uma hora para outra... É estudo antigo feito por cientistas da Universidade de Laval, no Canadá.
Tenho usado desse estudo e de outros tantos por igual nas minhas palestras dentro de empresas. E costumo lembrar que passamos as melhores horas dos nossos dias, dos melhores anos de nossas vidas, trabalhando. E acrescento: - “Se não tirarmos do trabalho mais que o ganho financeiro, ganhemos o que ganharmos, seremos sempre mal pagos”. É preciso que do trabalho ganhemos mais que dinheiro, ganhemos prazer, reputação, amizades, conceitos positivos, bons momentos, enfim, tudo o de que vamos contar com saudade lá adiante, na velhice. Pobre de quem não tenha boas e felizes histórias de trabalho para relembrar na velhice.
Mas será mesmo que fazem sentido essas pesquisas que levam o ambiente de trabalho à condição de alto risco para a saúde? Faz. E muito. No ambiente de trabalho, tanto fazemos amigos, (raros) quanto “amigos”, amigos entre aspas. E isso vai de diretores à garotos de recados dentro da empresa.
Há muita falsidade nas relações de trabalho, muita inveja, tudo muito bem dissimulado, ou nem tanto. E vem daí o que digo aos funcionários nas empresas: - “Sejam corteses para com todos e íntimos de ninguém”. Tudo pelo sim e pelo não, nunca se sabe. E não raro, quando descobrimos algo desagradável já costuma ser tarde. Já nos tiraram a escada...
Muitas vezes tornamos confidentes pessoas que mais tarde vamos descobrir vilãs, que nos vão jogar na cara tudo aquilo que a elas contamos em confiança. E aí, como se faz para juntar essas penas ao vento? Impossível. É bom nunca esquecer o velho provérbio: - Quem vigia os lábios, preserva o coração da angústia!
O local de trabalho pode, sim, nos levar ao infarto; mas também pode levar ao casamento, com algum/a colega ou com a felicidade das realizações. Tudo depende. Mas o olho aberto nunca fez mal a ninguém...
Achado e roubado
A “modernidade” não é de hoje. Pondo em ordem alguns arquivos de que costumo dispor sobre reportagens jornalísticas, reencontrei ontem uma história interessante. Foi publicada num jornal de Porto Alegre e envolve um “esquecimento” num campo de golfe. Isso mesmo, num campo de golfe.
Muita gente pensa que essa “modernidade” dos canalhas do Mensalão, do Lava Jato e de todas as roubalheiras impunes do dinheiro público, impunes, eu disse, são coisas de hoje. Desonestos já faziam vizinhança com Adão e Eva no paraíso, tanto que, segundo contam, Adão precisou por um guarda no pomar, de outro modo os larápios levariam todas as maçãs...
Mas como dizia, desonestidade é coisa velha e honestidade é coisa de trouxa, segundo a modernidade. A história a que me refiro conta de um boca-aberta que levou uma mala de dólares para um campo de golfe, jogou à tarde toda e ao ir embora esqueceu a mala com o dinheiro. Um jovem, zelador do campo de golfe, achou a mala. Achou e saiu chispando tentando achar o dono. Achou. O dono deu-lhe uma banana como gratificação para um cafezinho...
A história chegou aos jornais e o tal rapaz foi identificado. Agora leia o que o jornal publicou sobre a reação dos “amigos” dele ao saber da honestidade do companheiro: - “O vigilante não imaginava que o gesto dele pudesse lhe trazer tanta dor de cabeça entre os amigos, colegas de trabalho e vizinhos do beco onde mora. Quando contou o que havia ocorrido, tornou-se alvo frequente de piadas. Disseram que ele foi um idiota por ter devolvido o dinheiro”. E por aí foram as críticas e os desdéns...
Quer dizer, achar e devolver o achado, uma mala cheia de dólares, vale crítica dos amigos? Vale, claro que vale. Hoje a virtude, a modernidade da virtude, é roubar milhões e morrer dizendo que não, que não foi bem assim... Não é mesmo, ladrões do Mensalão e do Lava Jato? Ah, eu queria essa gente toda na minha salinha de interrogatórios, ah, queria! A turminha ia aprender com quantos “paus” se faz uma canoa.
Mas hoje, na modernidade dos “hojes”, é como dizem as “crianças” no pátio dos colégios caros quando acham alguma coisa: achado não é roubado, quem perdeu é relaxado! Estão aprendendo rápido e direitinho com os pais...
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Cuidado com o gás...
Para ser feliz não basta ter dinheiro ou incontáveis outras tolices do mundo material. É preciso “gás”. E o gás da vida é o trabalho apaixonante, seja ele qual for. Quem trabalha precisa gostar do que faz, bah, estou cansado de repetir aqui e nas palestras que – “Toda pessoa que tira do seu trabalho apenas o ganho financeiro, ganhe o que ganhar, será sempre mal paga”.
É preciso que haja paixão no que fazemos. Acabei de ler mais uma dessas histórias que levam muitos a torcer o bico, ou porque não têm alcance para compreender a “mensagem” ou porque não acreditam na força da paixão para nos dar saúde, felicidade e, como bônus, longevidade...
Li a história de um homem de 90 anos, não é para qualquer um chegar aos 90, um sujeito ativo, feliz e embalado pelo que faz. É o pintor paulistano Eduardo Sued. Os que o conhecem dão-lhe 20 anos a menos, tal é a cara boa e disposta dele. Não é para qualquer um... Embora possa ser, sim, para qualquer um. Na teoria. Na prática o que mais vemos é gente ruminando a vida, opa, quis dizer maldizendo a sorte, esquecendo que essa sorte tem muito de paixão e suor, a água benta dos milagres.
Eduardo Sued declarou numa entrevista que – “No ateliê, renasço. Assim eu vivo: tem a manhã, a tarde e a noite, e no dia seguinte as coisas se repetem”. Então, vamos lá, vamos à tradução do que ele disse.
Só renasce para o trabalho todos os dias quem gosta do que faz, quem não gosta morre um pouco a cada dia... E ele diz que tem a manhã, a tarde e a noite. E quem não as têm? Todos as temos, o diacho é aproveitá-las, gostar delas. Um tempo de vida bem ocupado tira-nos a consciências dos becos escuros da vida, o que mais nos costuma ocupar a mente quando estamos ociosos ou fazendo o de que não gostamos. Já o trabalho apaixonante inebria, “anestesia” a consciência, tira-nos dos becos sem luz da vida sem graça... Enfim, o trabalho dignifica, enobrece, faz-nos esquecer um pouco da finitude, empresta-nos saúde e traz longevidade, costuma trazer. Já o ócio ou o aborrecimento com o trabalho faz-nos doentes, embrutece-nos e a nos leva mais cedo para o lado “o outro lado”...
Ao trabalho, mano, como dizem os paulistanos com os quais agora convivo pelos corredores da RedeTV, São Paulo, onde faço comentários diários a partir das 22:05 de todas as noites.
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- Se fosse fácil não teria graça! Você, com certeza, já ouviu essa frase. Vale dizer que o difícil é o que vale a pena, o que tem mais gosto? Há quem diga que esse é um modo masoquista de ver a vida, afinal, todos nascemos regidos pelo “princípio de prazer”, que é nossa tendência instintiva de ter os nossos desejos imediatamente satisfeitos, não é mesmo, Dr. Freud?
Não sendo fácil e não podendo obter agora, neste momento o que desejamos, inventamos a tal história de que o bom é o difícil, somos uns hipócritas. Isso faz lembrar a raposa e as uvas. A raposa tentou, tentou e não conseguiu pegar as uvas; parou, pensou e deu-se conta de que as uvas estavam verdes, por isso ela não as pegou... Mentira inconsciente da raposa a ela mesma, mas é uma forma de seguir em frente com a cabeça tranquila... - - Não comi as uvas porque não quis, elas estavam verdes... E dizendo isso a nós mesmos, ficamos em paz. Mas é tudo mentira. O bom mesmo é ter o que desejamos agora, já...
Vim até aqui porque acabei de ler uma frase que exaltava o esforço continuado numa luta por alguma causa. A velha história que eu mesmo prego por aqui, a de não desistirmos, de lutarmos até à vitória. Tudo bem, mas cuidado.
Muitas vezes lutamos como insanos por algo que mais tarde vamos descobrir que não valia a pena. Quantas mulheres se descabelaram lutando por um ordinário que não devia ter nascido? Quantas estão agora fazendo isso? Nem quero imaginar que a leitora esteja nessa, nem quero...
De minha parte, lutei por sete anos por “um sonho”, número de mentiroso, sete, mas a mais pura verdade. Perdi o sono, tentava dia sim e dia não, insisti, insisti ao ponto de chegar ao Vitiligo e, finalmente, consegui. Ufa, cheguei ao topo do meu Everest, consegui!
Seis meses depois eu queria me jogar da ponte... Da ponte da vida. Que frustração, que erro, que perda de tempo, que horror, e dizer que lutei tanto por isso?
É preciso irmos com vagar com essa história de lutarmos por algo, esse algo tem mesmo que valer a pena, mas com os olhos abertos, a mente atenta e o coração “acordado” para depois não olharmos para traz e suspirarmos: Meu Deus, como fui burro!
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Andando pela vida
Acabei de ler sobre um americano de 54 anos, Daniel Suelo, que até há 15 anos era um sujeito comum, trabalhava, sonhava, desejava e de repente...
Mas antes de dizer mais sobre ele, preciso antes relembrar uma história que já contei aqui. Foi assim: psicólogos americanos pensaram num teste. Queriam saber sobre necessidades das pessoas em situações especiais. Escolheram 20 estudantes universitários e disseram a eles que todos iriam a um shopping e que teriam que escolher, cada um deles, 15 itens, com os quais deviam viver pelo resto da vida como se fossem náufragos numa ilha no meio de um oceano. Cada um viveria isolado, cada náufrago iria para uma ilha particular.
Todos acharam que lhes seria impossível viver pelo resto da vida com apenas 15 itens de um supermercado, e que, magicamente, se renovariam quando esgotados, mas sempre os mesmos.
Foram para o supermercado e todos queriam logo escolher os tais itens. E aí aconteceu algo estranho. Os estudantes depois de 8 ou 9 escolhas já começavam a pensar sobre o que mesmo lhes seria importante e indispensável. Acabaram todos descobrindo que de fato é bem possível passar o resto da vida com apenas 15 itens bem escolhidos num supermercado.
Lembrei dessa história ao ler sobre Daniel Suelo, um comerciário do Estado de Utah que decidiu largar tudo ao “inferir” que precisava de muito pouco para viver. E foi exatamente isso o que ele disse: - “Nós precisamos de muito pouco para viver e não nos damos conta disso”...
Decidido, saiu a andar por aí, foi indo, foi indo... Lá pelas tantas, encontrou um grupo de andarilhos que simplesmente estavam na mesma situação, não eram mendigos, eram pessoas que decidiram desapegar-se do dinheiro, dos, para eles, inúteis bens materiais. E era aqui que eu queria chegar. Todos andamos correndo atrás dos ventos de ter mais e mais e cada vez mais... E nada nos faz felizes, andamos sempre com o nariz torcido e querendo mais. A luta não tem fim, nunca teremos o que desejamos e pela singela razão de que ao chegarmos ao que desejávamos partimos para outro desejo... E nunca paramos de correr atrás do vento da felicidade. Quando na verdade para chegarmos à felicidade não precisamos de nada, precisamos apenas de ter esta consciência: sou feliz por viver.
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Adultos infantis
Esses jovens que andam por aí não querem casar. Eles casam porque não dá para escapar, afinal, o que vão dizer... E que fique bem claro, estão casando por “obrigação”, não por amor. Tanto é verdade que o que mais existe hoje são “ajuntamentos”, que eles, os irresponsáveis, chamam de casamento. Mas é a velha história, não deu, caio fora! Quase só as mulheres querem casar, os homens resistem até onde podem... Quem não sabe que uma mulher que não casou até certa idade é mal falada pelas outras? Já o homem que não casa é tido por esperto...
Vim até aqui para comentar uma frase que acabei de ler, esta: - “É uma geração infantilizada, que não queria, não quer casar mas casa”. De fato, dos casamentos de hoje dá vontade de rir. Os “rapazes” são uns bananas, só querem vídeos, celulares na palma da mão, diversões e nada de sério com o trabalho, com a família, com nada. E o que fazem parecendo responsabilidade é rigorosa obrigação, fazem porque não podem deixar de fazer. E na mínima enxaqueca, caem fora do casamento, eles e elas, mais eles que elas.
Vim até aqui para falar sobre uma discussão que está aberta entre alguns “professores” sobre questões educacionais, por exemplo, a educação de meninos e meninas. Um jornal, dia destes, cutucava a onça com esta vara curta: - “Escolas devem estimular discussão sobre gênero entre crianças”? A questão é boa, mas devia ficar dentro de casa, essa discussão faz parte da educação de pais para filhos. Educação, você sabe, não é instrução, isso é de responsabilidade da escola; educação é a discussão e a transmissão de valores morais.
Ora bolas, não há o que discutir, guri é guri, e guria é guria. Ponto final. Mas não, querem discutir se os guris podem ser gurias e as gurias podem ser guris. Dia destes, num colégio em São Paulo, alguém teve o atrevimento de propor que num determinado dia do mês os guris fossem vestidos de gurias e as gurias de guris. Tem cabimento? Mas volto ao início: quem tem que educar guris e gurias é a família, educar por igual diante de deveres e direitos, por igual, eu disse. O mais é brincadeira de Carnaval. Mas como esperar que as famílias eduquem se os maridos são “fraldinhas”, criançolas, e as mulheres dengosas, infantis? Pobres crianças, pobrezinhas.
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Ouvir e escutar
Todo sujeito que é sério no que faz sempre tem boas frases para ouvirmos, mas precisamos ouvir com ouvidos de escutar. Só ouvir não faz diferença, todos ouvem, desde que não sejam surdos. Escutar é o verbo certo. Escutar é mais que ouvir, é jogar a mente sobre o que está sendo ouvindo. Dito de outro modo, é não mais que prestar atenção, isso é escutar.
Mas como disse, todo sujeito que faz um determinado trabalho com seriedade, com vontade, sempre tem uma frase para nos fazer pensar ou motivar. Exemplo?
Dia destes eu li uma entrevista do surfista Mineirinho, um acrobata das ondas, e o ouvi falando de suas conquistas e, mais ainda, de suas últimas dificuldades no Campeonato Mundial da Super Liga de Surf. E foi bom ouvir Mineirinho dizer que não basta talento para vencer.
Vamos combinar, Mineirinho disse uma obviedade constrangedora, afinal, quem não sabe que para vencer, no esporte ou na vida, só o talento não resolve? Ocorre que muita gente pensa, por exemplo, que com dinheiro no bolso será feliz. Esse tipo de gente imagina que felicidade se compra ou se garante com dinheiro, coitados. Claro que precisamos de dinheiro, mas é sonoro equívoco pensar que o dinheiro nos resolve as encrencas sérias da existência. Do mesmo modo erra quem pensa que ser bonito, bonita resolve a parada. Pelo contrário, os bonitos, ou os preocupados com a beleza, costumam viver num inferno. Primeiro para manter a beleza, e depois ao enfrentar a inveja alheia...
E assim com tudo, no esporte não basta ter a predisposição para o jogo ou o talento mesmo para jogar. Sem treinos, esforços continuados, muito suor na teste e fé no coração, babaus, nada feito. E vale dizer que há muita gente bem-sucedida na vida sem ter aparentemente esse indispensável talento, seja para o que for. Mas essa gente, esses vencedores, todavia, têm uma ardência dentro do peito: ela tem o nome de paixão, mas podemos chamá-la de vontade. Algo que transcende os lábios, nasce e se ajeita no coração. Esses, os fortes do coração na luta por um sonho, costumam ser os vencedores. E muitas vezes, e aparentemente, não têm qualquer talento. Mas eles têm sim, têm o melhor de todos: o suor da fé.
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Grupos felizes
Dia destes, ouvi uma socióloga americana numa palestra dizendo coisas intrigantes. Não a mim, propriamente, mas ao mercado. Eu sempre cri no que ela falou mas empresários “hoje” dizem que não, que o tempo passou, que as coisas mudaram. Vou ser mais claro.
Cientistas do comportamento nos Estados Unidos quiseram tirar uma dúvida sobre a inteligência dos grupos de pessoas no trabalho.
Fizeram o seguinte: de um lado um grupo de funcionários que trabalhavam juntos há mais de 10 anos, pessoas “comuns” mas afeitas às rotinas do trabalho numa certa empresa. De outro lado, criaram um grupo de pessoas que igualmente trabalhavam na mesma área de trabalho do primeiro grupo, mas em empresas diferentes ou novas na empresa pesquisada, pessoas que não tinham entre si as afinidades geradas pelo tempo num mesmo convívio. Nesse segundo grupo, os pesquisadores colocaram dois profissionais considerados gênios. Aos dois grupos foram dados problemas de trabalho parecidos para que fossem solucionados. A intenção dos pesquisadores era saber até que ponto pessoas que trabalham juntas, que se conhecem há bom tempo, são mais eficientes que outras, ainda que de alto QI, mas que não têm entre si grandes intimidades ou amizade.
Feita a pesquisa, os cientistas descobriram que não há genialidade que se compare às grandezas de que são capazes as pessoas de um grupo que trabalha junto há bom tempo e que tem afinidades entre si pelo tempo de convívio e pela amizade. Os que trabalhavam juntos há mais tempos e são amigos entre si deram um banho de soluções e criatividade nos “adversários” que, embora gênios, não costumavam trabalhar juntos, não tinham afinidades.
O que quero dizer em trazendo esta pesquisa para você, leitora, leitor? Que administradores estúpidos acham que funcionários antigos e grupos de bons companheiros de há muito tempo na empresa não produzem mais e custam caro às contabilidades financeiras do negócio. Tapados. Estão mandando embora os talentos antigos das empresas, estão desfazendo grupos que produzem pela alegria do convívio e elevando com isso o “turn over” das empresas. Isso encarece suas despesas e depõe contra a qualidade, o entusiasmo e à criatividade de grupos de funcionários felizes pelo tempo de casa e convívios de amizade. Burros.
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Os dois lados da balança
Acabei de ler uma frase na revista Viva S/A que reflete o que penso mas que também reflete a conduta de pessoas que dirigem empresas. A frase, sem rodeios, é esta: - “Funcionários de hoje não são comprometidos”. Vamos ler como a coisa deve ser lida: - “Funcionários de hoje, os da Geração Y, a dos indolentes da mamãe, não são comprometidos”. Assim fica melhor.
Ando por empresas de todos os calibres, faço palestras de acordo com as necessidades do momento, e o que mais ouço são queixas contra o descompromisso dos jovens funcionários. Têm razão os reclamantes. A turminha da fraldinha da mamãe não quer saber de horários, escalas, ética, doações, horas extras, nada ou muito pouco... A turminha quer pouco trabalho, bom salário e muitas folgas. É assim e não há como desmentir, é só conhecer os ambientes de trabalho de hoje. Mas...
Essa verdade tem duas pontas. A primeira é essa acima alinhavada, o proverbial descaso desta geração para com as responsabilidades do trabalho, mas, há o outro lado...
Quem chefia, quem dirige empresas, tem, antes de tudo, a “obrigação” de ser competente no trabalho e conhecer bem a personalidade, a alma, dos funcionários que rodam pelos corredores da empresa. Conhecer os funcionários para definir bem as suas tarefas, reconhecer os talentos, promovê-los, aproveitá-los bem e não fazerem o que costumam fazer: tratar a todos por igual ou usar de “vingancinhas” infantis diante de qualquer deslize do funcionário. Que sejam os diretores, enfim, adultos, pensem, ajam e sirvam de exemplo ao que estão na condição de parceiros e jamais de subalternos baratos. Mas eu sei, isso é para quem tem cabeça de adulto equilibrado, justo, verdadeiro empresário e administrador. Coisa para muito pouca gente no mercado, muito pouca, bah... As desmotivações não vêm apenas dos empregados, quando vêm; mais das vezes, elas resultam das cabeças de papel de quem dirige a empresa. Não esqueça, senhor diretor, a balança tem dois lados e só é boa quando equilibra de modo justo os dois lados...
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